Uma Nova Chance Para Amar

9/23/2014 01:32:00 AM |

Sabe aquele filme monótono que você fica assistindo na expectativa de acontecer algo bem forte que de aquela reviravolta, ou no mínimo nos toque com algum sentimento, "Uma Nova Chance Para Amar" não é esse estilo. Pois mesmo tendo um final diferenciado e utilizar a mensagem de que mentiras não são boas nunca e que querer manter a mesma coisa eternamente não é algo bom, o longa é lento demais, os atores não empolgam e a trama é tão amarrada que chegamos ao final com a sensação de que o filme não conseguiu nos tocar de forma alguma, ou seja, se duvidar daqui alguns minutos é capaz de nem lembrar de ter visto ele, por isso vou escrever bem rápido aqui esse longa que se Robin Williams não tivesse morrido, com toda certeza sairia para home-vídeo direto sem nem pensar.

O filme nos mostra que após o marido morrer afogado em uma praia mexicana, Nikki fica devastada. Cinco anos depois, ela ainda sente falta do marido, por mais que tenha seguido adiante em uma carreira de sucesso como decoradora de imóveis que estão prestes a serem vendidos. Um dia, ela encontra por acaso um homem parecidíssimo com seu grande amor: Tom. Impressionada com a semelhança, Nikki resolve segui-lo e descobre que ele é professor de artes. Logo ela o contrata para que lhe dê aulas particulares de pintura, de forma que esteja sempre por perto. Não demora muito para que eles engatem um romance, por mais que a imagem do finado esteja sempre estampada no rosto de Tom.

A tentativa de criar um roteiro menos voltado para os jovens, com romances mais adultos, foi até uma ideia interessante que o diretor e roteirista Arie Posin teve para seu segundo longa, mas acabou fazendo uma lambança tão grande em tentar misturar estéticas e linguagens americanas e europeias, que não conseguiu nem fazer um romance tradicional, nem algo dramático com uma ideologia que interessasse a alguém. Seu fechamento diferenciado, aliado a um miolo que tenta dar algumas lições de moral, até retrata boas vivencias do romance maduro, mas não consegue sair da monotonia, muito menos empolgar ou emocionar qualquer um que vá conferir a trama nos cinemas. E sendo totalmente tradicionalista nos planos escolhidos, há certos momentos que o filme aparenta estar parado sem atitude alguma para agradar.

Nem no quesito atuação tivemos muita felicidade com o longa, pois Annette Bening está longe de incorporar o seu personagem com alma, temos uma mulher bem situada dentro do papel, mas em alguns momentos até vemos o seu esforço, em outros ficamos na dúvida do que ela está fazendo. Ed Harris é quase um fantasma ao fazer dois papeis, sendo que no primeiro cheio de sorrisos, parece um bobo da corte, e no segundo mais intimista tenta demonstrar carinho e ao não revelar seus problemas, todos que estão assistindo percebem o que ocorre, mesmo antes de sua ex-mulher falar sobre o problema, poderia ter sido mais homogêneo. Robin Williams em um dos seus últimos papeis, foi correto e só, chegando a ter momentos tão bizarros que ficamos nos perguntando o que ele quis fazer ali? E não temos resposta, de forma que ficou parecendo que não filmou todas as cenas e repicaram o longa para tentar ter algum resultado com sua atuação, mas como o longa foi lançado nos EUA ano passado, então nem foi tanta homenagem o que colocaram, ou seja, o problema está no filme mesmo. Os demais atores nem podemos dizer que fizeram participação já que no máximo surgem em 2 ou 3 cenas com falas e não servem para muita coisa, valendo destacar apenas alguns bons momentos mais tocantes de Amy Brenneman como ex-esposa de Tom.

Visualmente as casas escolhidas foram bem trabalhadas cenograficamente, afinal o marido era arquiteto, o novo homem pintor de quadros e a mulher uma decoradora renomada, ou seja, errar no quesito artístico seria quase que uma bomba para fechar a carreira do diretor logo no segundo filme, e felizmente aqui saíram os melhores momentos do filme que ao retratar todos esses três personagens, temos um resultado interessante e bem colocado que a equipe de arte ao menos valorizou o filme. A fotografia trabalhou com uma gramatura totalmente incoerente que em diversos momentos fez do filme um estilo de longa com características de passado, mas a todo momento vemos, 5 anos depois, 1 ano depois, etc. e não indo para trás, ou seja, um erro violento que quase destruiu o longa.

Enfim, aliado a tudo isso que disse, o longa não possui um ritmo bem cadenciado, necessitando de passagens de tempo para contextualizar tudo, ou seja, não chega a ser um filme totalmente ruim, mas não tem como recomendar mesmo ele, só vale por ver o rosto feliz de Robin mais uma vez e lembrar de seus bons momentos, mas que aqui foi bem inútil na trama. A tentativa do diretor de fazer algo diferenciado até é válida, mas ele acabou se perdendo demais na trajetória e o resultado foi insatisfatório. Bem é isso pessoal, encerro a semana cinematográfica aqui, mas a próxima já vem com tudo começando na quinta e só parando bem pra frente com tudo que virá, então abraços e até quinta.


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