Até Que a Sorte nos Separe

10/10/2012 02:27:00 PM |

Comédias brasileiras geralmente recaem sempre para um mesmo estilo, pois acabam sempre se tornando mini-novelas ou viram dramas com pitadas risíveis. "Até Que a Sorte nos Separe" consegue ficar no meio termo desses dois gêneros, pois como foi baseada num livro campeão de vendas "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos" o filme fica tentando mostrar como fazer para manter um status de uma forma diferente e com isso o longa acaba ficando um pouco chato, já que ao invés de rirmos de situações, rimos ou de personagens caricatos ou se você se esforçar bastante irá rir um pouco das caras exageradas de Leandro Hassum.

O filme nos mostra que Tino é um pai de família de classe média que vê sua vida e, especialmente, seu casamento com Jane, completamente transformados após ganhar na loteria. O problema é que ele acaba perdendo tudo em dez anos de uma vida de ostentação. A partir daí, com a ajuda do vizinho Amauri e de seu melhor amigo Adelson, ele cria uma série de situações hilárias para que sua esposa, grávida do terceiro filho, não perceba que está falido.

Acho cômico quando na própria sinopse está a palavra hilárias, pois se eu ri 3 vezes no longa acho que foi muito. O roteiro em si já não é muito cômico, e as situações que ocorrem nele acabam sendo mais absurdas do que hilárias, visto que ou soam preconceituosas ou se fazem de bobas para qualquer meio entendedor tentar rir com as caretas que o protagonista faz. No quesito direção, Roberto Santucci já não havia feito na minha opinião um filmaço de risadas com o "De Pernas Para o Ar", e agora conseguiu decair mais ainda com um filme bobo onde salva-se pouquíssimas cenas onde se vê técnica e comicidade juntas.

Nas atuações, temos um Leandro Hassum fazendo o que faz dominicalmente em seu programa, piadas ruins e múltiplas caretas, o que não convence como um grande humorista para cinema, na TV talvez sirva para divertir, mas aqui faltou muito. Danielle Winits consegue mostrar o quão fútil possa parecer uma madame, nesse ponto faz uma boa atuação, mas muda do nada para uma versão dramalhão mexicano nas cenas medianas que ficamos sem entender o propósito que o diretor quis dar para o filme. Kiko Mascarenhas faz um papel tão fraco que sua atuação nem precisou ser mais forçada para que parecesse real, uma pena, pois acreditava muito nele. O grande lance do filme por mais incrível e cheio de estereótipos que possa ter é a interpretação de Ailton Graça, que é o único que consegue divertir o público.

Visualmente o longa é muito bem produzido, claro por ter co-produção Globo Filmes que entope os bolsos dos filmes quando coloca sua marca, e isso se vê na quantidade de elementos cênicos presentes para mostrar a vida de milionário dos personagens. E felizmente esse visual colocado é a única coisa que salva o longa, pois senão não teria nem motivos para se ver ele. A fotografia também foi ousada com diversos travelings bem intrigantes, muitos sem motivo, mas que deixaram o longa pelo menos bonitinho.

Enfim, é um filme que não vale a pena se pagar o ingresso, assista quando passar na TV e mesmo assim somente se não tiver passando nada melhor em outro canal. Encerro essa semana aqui, e na próxima teremos também bem poucos filmes por aqui, então abraços e até sexta pessoal. Não esqueçam de participar da promoção de 2 anos do blog: http://temumcoelhonocinema.blogspot.com.br/2012/10/promocao-2-anos-de-coelho-no-cinema.html .


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...