Cães Errantes

12/01/2013 10:22:00 PM |

Infelizmente hoje vou ser sucinto com o último filme da Itinerância da 37ª Mostra Internacional de São Paulo, "Cães Errantes" que causou a maior polêmica na sessão, onde o público que lotava a sala praticamente vaiou o filme que foi vencedor do Festival de Veneza desse ano pelo júri. O longa embora traga alguns sentimentos à tona frente às expressões dos protagonistas, é cansativo, sem demonstrar praticamente nada e ainda por cima tem planos estáticos de mais de 10 minutos, onde os protagonistas ficam imóveis apenas apreciando uma parede. O longa é extremamente cansativo e irritante ao ponto de muitas pessoas saírem durante a exibição, e os que sobreviveram aos 138 minutos de duração com pouco mais de 15 cenas, ao final saíram da sala revoltadíssimos com o que viram.

O filme nos apresenta um pai e seus dois filhos que vagueiam como marginais em Taipei. Eles andam pelos rios e matas da periferia e pelas chuvosas ruas da cidade. De dia, o pai tenta ganhar algum dinheiro como outdoor humano de apartamentos de luxo, enquanto seus filhos buscam amostras grátis de comida em supermercados e shoppings. Toda noite, a família se abriga num prédio abandonado. O pai está estranhamente fascinado pelo mural que enfeita a parede da casa improvisada. No seu aniversário, a família recebe a companhia de uma mulher. Será que ela pode ser a chave para desenterrar emoções do passado?

O simbolismo do nome é completamente entendível pelas ações dos protagonistas, como sofrem, sobrevivem, etc. reagindo da mesma forma que cães de rua mesmo, porém o diretor Tsai Ming Liang que é tão cultuado por seus filmes estranhos mesmo, dessa vez exagerou nos planos longuíssimos estáticos, tanto que a mesma mensagem com toda certeza seria passada em tranquilos 80 minutos, onde mesmo não ficando genial, ainda agradaria mais o público que fosse conferir, o que diferentemente aconteceu aonde estava, onde as pessoas passaram a rir quando após quase ser uma estátua humana por 10 minutos o protagonista se movia lateralmente ou piscava, e isso me desculpem os que idolatram o estilo, não é cinema, afinal como já disse centenas de vezes, filme tem de ser feito para ser visto pelo público ter reações que desejam ter, afinal estão pagando, e caro, por aquilo, então alguém passar quase duas horas e meia olhando a pessoa ficar parada frente a uma parede não é arte nem aqui muito menos em Taiwan.

Os atores acredito que tenham sofrido demais para fazer as cenas, pois a mulher praticamente nem pisca nas cenas estáticas, o homem respira ofegante apenas, e as crianças são tratadas com desprezo na maior parte das cenas, então é lastimável ver tudo que fazem em cena. Daria destaque apenas para a cena que o pai da família Shiang-chyi Chen destroça o repolho, pois ali demonstrou uma raiva interpretativa digna de muitos bons atores, mas tirando essa, o restante não dá para aproveitar nada.

As locações são todas bem dramáticas, mas com uma iluminação de péssimo gosto num lugar que só chove, fica difícil observar tudo ao redor, mesmo que o diretor apele quase 90% dos planos com a lente aberta no máximo, tudo fica distante demais, e os elementos cênicos praticamente não são incorporados necessariamente para a história.

Enfim, prefiro não falar muito, pois realmente detestei o que vi, e não apenas eu, como praticamente todas as quase 100 pessoas ou mais que estavam na sala e saíram reclamando muito entre eles. Não recomendo o filme nem para o meu pior inimigo, pois seria tortura demais obrigar alguém a ver esse filme. Só não darei nota 0 porque não tenho arquivo feito, mas valeria, então vou dizer que pelo menos a boa interpretação da cena do repolho vai valer o 1 coelhinho. Fico por aqui agora, mas assisti mais um filme nessa noite e já irei colocar aqui minha opinião, então abraços e até daqui a pouco.


2 comentários:

RoXStrondA disse...

Coelho, fico imaginando como você tem culhões pra assistir umas tosqueiras dessas!

Fernando Coelho disse...

Pois é RoxStrondA, coloquei como meta ver tudo que fosse lançado, e tem dias que me arrependo enormemente, mas a maioria das vezes compensa, então bora pra guerra!!! Abraços!

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