Mama

4/06/2013 01:05:00 AM |

Fazia tempo que um filme de terror não me pregava tantos sustos como aconteceu hoje em "Mama". Mais uma vez Guilhermo Del Toro acerta a mão em comprar um roteiro de um curta que assistiu e gostou, e claro, junto do diretor do curta-metragem Andrés Muschietti fez um trabalho brilhante e aterrorizante de forma a construir uma história que só é bem encaixada com as peças finais. Mantendo o espectador nervoso e ao mesmo tempo assustado com as aparições sombrias do personagem principal. Poderia apenas ter dado uns finais melhores para alguns personagens, mas tirando isso ficou algo muito bem feito para um formato de terror que fazia tempo que não via com moldes tão precisos.

A sinopse nos conta que há cinco anos, as irmãs Victoria e Lilly desapareceram da sua vizinhança sem deixar vestígios. Desde então, seu tio Lucas e sua namorada Annabel têm procurado por elas. Mas quando, incrivelmente, as crianças são encontradas vivas em uma decrépita cabana, o casal se pergunta se as meninas são os únicos hóspedes que eles receberam em sua casa. À medida que Annabel tenta apresentar às crianças uma vida normal, ela começa a se convencer que existe uma presença maligna em sua casa.

A história em si é muito bem amarrada e gostaria de poder ver o curta-metragem de mesmo nome que com apenas 3 minutos o diretor fez em 2008 e agradou tanto Del Toro. A forma de condução da trama é sempre bem sombria fazendo com que tomemos muitos sustos se não estivermos preparados a todo o momento, e isso é bacana, pois o personagem principal não chega a ser algo tão assustador, mas seus gestuais e ações que nos pegam desprevenidos e assusta. Outro grande mérito do diretor está na forma que dirigiu as crianças que estão ambas impressionantes, chegam a ser amedrontadoras só nos trejeitos delas, principalmente Lilly.

Já que comecei a falar sobre os atores vamos continuar. Todos os atores estão condizentes com seus papéis, tirando Jessica Chastain que jamais caberia como roqueira, ficando extremamente estranha com o cabelo curto demais e tatuagens pelo braço, em momento algum falamos que é a mesma atriz que vimos em outros filmes, sua atuação está apática e poderia ter dado um pouco mais para o longa. Já que falamos da parte ruim, agora vamos pra excepcionalmente boa, as duas meninas Megan Charpentier, que já vimos em diversos longas interpretando as protagonistas quando crianças, está impecável e faz ao mesmo tempo uma criança intrigante que assusta, mas também agrada na parte emotiva e carinhosa, e a super pequena Isabelle Nélisse que faz contorcionismos na melhor forma primitiva de estar andando, chega a dar medo só de ver os momentos que ela está presente com seu olhar assustador e até mesmo nos momentos em que está sorrindo ficamos com medo dela, seu final é bacana, mas poderia ter sido mais bem trabalhado, porém isso é problema no roteiro e não na atuação brilhante da pequenina. Nicolaj Coster-Waldau faz dois papéis bem interpretados e confesso que em uma das suas cenas, o dublê que tenho certeza que não foi feito pelo ator, me assustou que ficou muito forte, mas agradou muito para o contexto do filme e nas demais cenas o ator se mostra bem na condução de diálogos. Javier Botet é o típico ator que está fazendo carreira como fantasma, e depois dos três filmes "REC" agora vem assustando no papel principal de forma bem coesa, mas poderiam ter feito algo mais medonho. O personagem de Daniel Kash poderia ser mais investigativo, mas no geral seu ar misterioso agrada.

O visual da trama é o ponto chave dos sustos, pois souberam escolher bem as locações cabreiras que ilustram a trama, como sempre pessoas entrando em lugares que não foram feitos para ir como todo cliché de filme de terror, mas tirando isso ficaram muito bem produzidos os locais, tirando a cena final que ficou digital demais. A fotografia trabalhou mais do que bem, foi perfeita, ilustrando cada cena escura num tom melhor que o outro, as cenas iniciais em tom azulado junto da neve ficaram lindas. E o que falar da recriação da época do personagem principal de forma semi-preto-e-branco quase desenhado, o que foi aquilo? Quase um "Sin City" que ficou excelente.

A trilha sonora é o de praxe de todo filme de terror, feita aqui por Fernando Velasquez que manda super bem sempre em todos os filmes de terror que põe a mão, mas sempre apelando para quase silêncio e elevação repentina para ajudar a dar sustos, isso já está cansando um pouco em todo filme de terror.

Enfim, gostei bastante do que vi, cumpriu com o que eu esperava, podendo ter uma ou outra mudança no quesito atuação adulto e colocando um fantasma mais horripilante visualmente, mas tirando esses pequenos detalhes, o longa é perfeito e quem for amante do gênero terror vai sair agradado com o que assistirá no cinema. Fico por aqui, mas ainda nesse fim de semana colocarei a outra estreia da semana aqui, então abraços e até breve pessoal.


2 comentários:

Anônimo disse...

Bom filme. Terror com estória é outro nível.
Filmes que usam a desculpa do gênero pra jorrar sangue pela tela de forma gratuita são meros caça niqueis.

Fernando Coelho disse...

Olá Amigo, pois é... só de reler meu texto já lembro e arrepia... filmão que usa a história para assustar sem precisar de muito sangue!! Também prefiro assim!

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