O Artista

3/02/2012 07:47:00 PM |

Enfim apareceu por aqui o grande ganhador do Oscar e de tantos outros festivais, e claro, já se vai assistir com toda a expectativa criada em cima de tantos prêmios. Pois bem, o filme é bem bonito, afinal a fotografia em preto e branco é realmente maravilhosa, a sacada do diretor em utilizar-se da ausência de falas é bem vista em 2 momentos, e é uma homenagem bonita aos filmes de antigamente só, mais nada, tanto que se o filme não fosse mudo seria uma daquelas comédias românticas que todos iriam meter o pau de ruim, portanto na minha visão é um bom filme? Sim, mas está anos-luz de ser o melhor filme do ano passado.

O filme nos mostra que na Hollywood dos anos 20, George Valentin é uma das maiores estrelas do cinema mudo, participando de dezenas de aventuras ao lado de seu cão da raça Jack Russel Terrier. Inveja de muitos homens, ele lentamente começa a se defrontar com o ostracismo após a invenção e chegada do cinema falado, que tem um desastroso efeito na vida do astro. Enquanto sua amiga Peppy Miller ganha notoriedade com essas mudanças, Valentin é cada vez mais relegado ao esquecimento.

O roteiro em si é super simples e lendo a sinopse e conhecendo um pouquinho do que acontece em qualquer filme de comédia romântica você pode esperar tudo que vai acontecer, mas como disse a sacada do diretor foi fazer o filme mudo, pois daí com a ausência de falas ele pode explorar como a personagem Peppy Miller diz em uma fala que no cinema mudo são velhos fazendo caretas apenas, e com isso pode explorar das interpretações dos atores e em duas geniais cenas se utilizar do "efeito sonoro" e de onomatopeias para mostrar a mudança das mídias.

Como disse acima, as atuações são brilhantes, pois por ser mudo exigiu em demasia dos atores para conseguir transmitir tudo apenas com gestos e o mínimo de textos escritos na tela, e eles conseguem. Jean Dujardin mostra porque mereceu o Oscar e mais todos os prêmios que competiu(tirando apenas o César francês, precisaremos ver o filme que ganhou para analisar), pois ele se mostra de uma expressão ímpar de se ver na tela. Bérénice Bejo também faz bem seu papel e consegue fazer com que sem ouvirmos um timbre da sua voz nos seja remetido a uma voz doce e aveludada. E não podemos nos esquecer de falar do cão Uggie que incrivelmente em todas as cenas está atrás de seu dono, é quase a sombra que o ator perde numa das cenas mais fortes do filme, ou o cachorro é realmente pertencente ao Dujardin ou foi muito bem adestrado pois passa o velho ditado de ser o melhor amigo do homem.

 A fotografia preto e branco é de um charme total e por saber que é uma das mais difíceis de fazer pois envolve todo o trabalho de luz e sombra pode com certeza classificá-la como impecável é notória toda a dimensão do ambiente e detalhes mínimos como a cena em que Valentin volta para sua casa incendiada o detalhe de queimado nos móveis. Um belo trabalho da equipe de arte juntamente com a equipe de fotografia.

Da trilha sonora é inquestionável o Oscar ganho, pois o que move um filme mudo é a trilha que consegue passar nos momentos de tensão, a tensão necessária, nos momentos românticos passar a doçura e nos momentos cômicos passar a alegria dos personagens para o público e isso Ludovic Bource fez com maestria.

Enfim, sem muita enrolação é um filme sim que vale a pena ser visto por ser bem bonitinho e pela genialidade de ser feito mudo, pois como falei se fosse falado seria um lixo daqueles que qualquer crítico falaria mal. É isso, fico por aqui hoje nesse início da semana cinematográfica onde teremos vários filmes. Abraços e até mais pessoal.


1 comentários:

Ivan Gagliardi disse...

Vi hoje também, finalmente chegou aqui em RP (demorou 3 semanas para vir). É bom, a história é bem simples, mas na linguagem adotada para o filme funciona bem. Só que ainda continuo gostando mais de A Invenção de Hugo Cabret. Mas vale o preço do ingresso pago para assistir, e é uma boa aula de cinema.

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...