É engraçado como o estilo de longas espaciais podem nos verter para diversos outros filmes, pois é raro algum que apareça e nos surpreenda com alguma novidade que jamais havíamos visto nas telonas, e com isso é inegável as diversas comparações que podemos fazer com "Valerian e a Cidade dos Mil Planetas" com outros grandes clássicos como "Star Trek", "Blade Runner" e aliar as diversas texturas, cenários e personagens até mesmo com "Avatar". Porém longe do contexto mais bem elaborado que esses clássicos nos permearam, aqui a bagunça ficou um pouco fora de controle, e os dois protagonistas soaram teen demais para algo que poderia ser mais sério e interessante, ou seja, a produção até é grandiosa, os efeitos foram bem colocados, mas a história e a execução acabaram ficando forçadas demais para agradar quem não for exageradamente fã do estilo.
O filme narra a história de Valerian e Laureline, uma dupla de agentes espaciais encarregados de manter a ordem em todos os territórios humanos no século 28. Por ordem do Ministro da Defesa, os dois embarcam em uma missão para a surpreendente cidade Alpha – uma metrópole em constante expansão, onde milhares de espécies de todo o universo se reúnem há séculos para compartilhar conhecimento, inteligência e cultura uns com os outros. Há um mistério no centro de Alpha, forças obscuras ameaçam a pacífica existência da Cidade dos Mil Planetas e Valerian e Laureline devem correr para identificar a ameaça e proteger não só Alpha, como o futuro de todo o universo.
Um dos cinemas da cidade estava dando de brinde o primeiro capítulo da HQ que foi usada de base para o longa, e se lá já havia ficado bem confuso com a ideia do longa, fui para o cinema com um pé atrás do que poderia ver na telona. Porém felizmente o diretor Luc Besson é daqueles que prefere explicar praticamente tudo ao seu redor, e não deixar dúvidas no espectador do que trabalhar uma obra mais introspectiva, e aqui, certamente como já foi feito em 2007, a trama é muito grande para ser vista apenas em um único filme, pois necessitamos conhecer cada um dos personagens principais, os diversos paralelos, e principalmente conectar tudo para que o resultado flua realmente, e embora aqui tenhamos 137 minutos, muita coisa acabou sendo jogada no meio do longa sem poder ser trabalhada realmente. Ou seja, Luc foi bem dinâmico com seu longa, trabalhou muito bem a mistura de efeitos, cenografia e personagens, mas não desenvolveu a história como poderia numa série de 3 a 4 capítulos, que aí sim seria perfeita, além de outro detalhe importantíssimo, os personagens na HQ não são tão adolescentes (aparentemente no longa na faixa de 20 anos contra aparentemente 30 a 40 na HQ) que acabaram dando um tom muito fraco para a personalidade de dois soldados (de patentes grandes como major e sargento) em uma grandiosa missão. Portanto, o diretor e roteirista até bebeu bem das fontes dos clássicos que citei, mas falhou em conseguir o ponto certo para que seu filme também virasse um grande nome (ainda mais com toda a propaganda em cima do 3D dele, o qual vou falar mais para baixo).
Já pontuei um pouco sobre os protagonistas, mas vamos dar nome aos problemas, e para começar temos de falar de Dane DeHaan que tem sim 31 anos, mas aparenta no máximo 20, e com diálogos bobos e uma personalidade teen acabou ficando fraco demais para o que seu Valerian necessitava, de modo que o ator até tentou em alguns raros momentos parecer mais sério, mas a proposta sempre desandava e o resultado acabou falhando demais. Cara Delevingne até aparentou sua idade real de 25 anos, mas fiquei esperando até o final que falasse que sua Laureline era um robô para escolherem ela para o personagem, pois com movimentos duros demais, uma personalidade seca e uma desenvoltura que certamente a personagem não possuía, mas até que não ficou tão ruim quanto poderia. Clive Owen até tentou impor um respeito maior com seu Comandante Filitt, mas teve poucas cenas no miolo para chamar atenção, e com isso seu personagem quase desaparece (mesmo sendo bem importante) e com isso acaba não indo muito além do que poderia fazer. Outros acabaram aparecendo até razoável como Sam Spruell com seu General Okto-Bar, Alain Chabat como Bob, o pirata, e Herbie Hancock como Ministro da Defesa, mas não obtiveram muito sucesso. Inicialmente, ao aparecer, fiquei realmente preocupado que Rihanna fosse apenas dançar por cerca de 3 minutos e nada mais, mas nas sequências seguintes, a atriz/cantora até conseguiu agradar bastante com sua Bubble, sendo até um grande agrado dentro da proposta do longa.
Dentro da proposta ousada do diretor, o grande feito ficou a cargo do visual do longa, que com cenários grandiosos e diferenciados (a maioria computadorizado), o resultado acabou ficando bem colocado parecendo até mesmo um grande jogo de videogame, e não digo que essa denominação seja algo ruim, mas acabou fugindo um pouco da linguagem cinematográfica e indo para outros vértices, que até foram bem usados, com coloridos ousados, diversos elementos cênicos e até momentos de certa profundidade envolvente de se acompanhar, mas poderiam ter trabalhado bem mais. Quanto à iluminação do filme, a fotografia funcionou mais nas cenas do planeta Mül, com algo bem bonito e interessante de ver do que nos diversos momentos escuros de Alpha, porém serviu para mostrar que o diretor de fotografia estava antenado com sombras e boas nuances. Agora o ponto mais negativo do filme ficou a cargo da propaganda enganosa de o melhor 3D do ano, falando para que todos fossem ver o filme, que iria compensar e tudo mais com uma grande tecnologia, e quiçá algumas cenas tiveram uma profundidade bem elaborada para que as cenas mais dinâmicas funcionassem realmente como um jogo de videogame em primeira pessoa, com longas paisagens para serem vistas, e tudo mais, mas nada que fizesse você se impressionar e/ou querer rever detalhes técnicos, ou seja, marketing apenas.
Enfim, é um filme bacana, que dá para perder um tempo se divertindo com o que é mostrado, mas ficou bem abaixo do esperado/vendido e só vai chamar atenção mesmo de quem for realmente bem fã de sagas estelares, e que estiverem com expectativa bem baixa, pois senão a chance de reclamar é bem maior do que a de elogiar algo da produção, e se tenho de dar destaque para algo da trama, que seja para os bichinhos secundários que vendem informações, para o outro que duplica coisas e para o planeta Mül, pois o restante acabou sendo desanimador. Bem é isso pessoal, tenho mais duas estreias para conferir ainda nessa semana, então abraços e até breve.
PS: Pensei até em dar nota 5 para a trama, mas me diverti em diversos momentos, e o visual agradou bastante, então vamos com 6 coelhinhos!
4 comentários:
Olá Fernando! Parcero ... Vou ver esse filme hoje em 3D. Apesar das suas críticas sobre tecnologia , e por sempre estar nos mantendo informado com uma ótima narração... Vou conferir lá e te falo o que achei. Ah! Sobre o filme além da escuridão que você descreveu o 3D como ponto negativo, amigo... O BD 3D desse filme é magnífico! Muito bom mesmo. Muitos efeitos e imersão de primeira! Valeu! Grande abraço.
Olá Mauro! Cara... se o Além da Escuridão ficou bom na TV em 3D... tenho certeza que esse vai ficar maluco pra caramba!!! Depois comente como ficou!! Abraços!
Olá Fernando! Assisti o filme e amigo, achei péssimo! e concordo com você, um 3D meia boca, nada haver com tanta propaganda que fizeram a respeito. Pra ser sincero... com meia hora de filme, já me deu vontade de sair e ir embora. Sem roteiro, O elenco principal também poderiam ter escolhido melhor Mas, valeu a experiência. "abraços".
kkkkkk boa Mauro... ainda quero achar quem falou que era o 3D do ano... to caçando ainda algo que seja expressivo de ver!!! Abraços!
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Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...