Férias Frustradas (Vacation)

9/09/2015 02:34:00 AM |

Se a palavra diversão e o ato de fazer rir definem um bom longa de comédia, certamente podemos dizer que o novo "Férias Frustradas", mesmo que resulte de diversas situações grosseiras e que alguns podem julgar extremamente toscas, é uma grandiosa comédia, que certamente irá fazer muitos que gostam desse estilo mais forçado de comédia rirem até cansar com todas as confusões que a família Griswold passa no longa. E com uma pegada bem forte da direção, que não amoleceu a mão para que seu longa ficasse mais brando e somente as piadas de roteiro funcionassem, tudo é usado de modo forçado, mas que sem dúvida alguma vai fazer o público rir como nunca, ou seja, vale demais a diversão que todos forem esperando.

O filme nos mostra que Rusty Griswold trabalha como piloto de avião na EconoAir, uma companhia de baixo custo. Ele é casado com Debbie e tem dois filhos, James e Kevin, que vivem brigando. Disposto a se divertir com a família, Rusty decide seguir os passos de seu pai e comandar uma ida ao parque de diversões Walley World, localizado a dias de viagem.

É engraçado quando roteiristas resolvem sair de trás dos papéis e atacam as câmeras fazendo uma direção mais crua e que conseguimos ver detalhadamente tudo o que está escrito num roteiro, pois o filme em si fica mais fácil de acompanhar, não vemos na tela tantos absurdos de ideias que parecem não se conectar, e principalmente o filme funciona mais. Claro que muitos irão discordar disso, e preferem a velha fórmula do fez o roteiro, abandona, que outro irá desenvolver e criar uma nova história em cima daquilo, mas particularmente sinto mais felicidade nesse estilo, e aqui John Francis Daley juntamente do seu companheiro de diversos outros filmes nos roteiros Jonathan M. Goldstein escreveram e dirigiram essa nova versão que pode ser considerada tanto um reboot do original de 1983, como uma continuação do mesmo filme, e até mesmo um novo longa se pararmos para analisar a fundo tudo o que acontece sem se preocupar com os personagens em si, e dessa maneira eles até que fizeram um bom serviço no sentido de divertir e fazer o público rir. Claro que para isso, necessitaram forçar a barra em diversos momentos, mas como felizmente a grosseria ainda funciona, o resultado foi muito melhor do que poderíamos esperar, então quem gosta desse estilo, poderá facilmente dizer que é uma das melhores comédias do ano, mas se olharmos bem a fundo veremos muitos problemas que o estilo grosseiro nos remete, então dá pra termos uma boa discussão sobre o que vale ou não para agradar o público atualmente, mas atualmente Jackass usa desse recurso e todos se divertem, qual o problema de numa ficção também usarem e funcionar?

Se me perguntassem ontem na rua antes de assistir à esse filme, qual ator (não brasileiro, senão entregaria uma lista de 1km) de comédias atuais você não vê a menor graça? Certamente responderia sem pensar Ed Helms, pois ele não é engraçado, não possui trejeitos engraçados e sempre faz papel de bobo nos filmes que entra, mas aqui como seu Rusty pedia exatamente tudo isso, ele funcionou perfeitamente e forçando a barra conseguiu tirar muitas risadas desse Coelho que vos digita, e além disso coube a ele diversas situações tão bobas que acabamos rindo do absurdo, principalmente na cena da banheira externa. Christina Applegate já está se acostumando a fazer comédias bobas, e o mais engraçado é que na maioria das vezes ela faz caras de piedade, como se estivesse num sofrimento monstruoso de atuar, mas isso já virou uma característica sua, e com sua Debbie não foi diferente, mas podemos ver algumas expressões bem inusitadas em suas cenas, digamos mais picantes. Os jovens Skyler Gisondo e Steele Stebbins deram boas perspectivas para James e Kevin respectivamente, mas Steele se sobressaiu como uma praga tão grande de irmão caçula que a vontade que temos é de socar com todas as forças o tanto que o pestinha atormenta o mais velho, mas isso funcionou bem para dar uma comicidade mais pesada para o lado de bullying e como está na moda, diverte. Chris Hemsworth só serviu para mostrar seu corpo, e mostrar que sabe falar como um caipira divertindo com o pesar de que quem ganha mais pode mais, e isso não é algo legal de se falar, mas o povo riu, então funcionou. Tivemos diversos outros personagens menores, mas temos de dar destaque a três pessoas: duas por voltarem do original, repetindo seus papéis, agora mais velhos e são Chevy Chase como Clark Griswold e Beverly D'Angelo como Ellen Griswold, que souberam dosar bem a comicidade de terem ficado meio doidos após o surto no primeiro filme, e certamente Charlie Day com seu Chad que encaixou as melhores piadas no momento do Grand Canyon.

No conceito visual, por estarmos em algo que até podemos chamar de road-movie, tivemos diversas boas locações, com muitos elementos cênicos sendo usados para ajudar nas piadas, mas certamente os destaques ficam para o carro albanês com seu GPS falando em sabe lá qual língua, a cena da lama já presente no trailer, as cenas dos animais na fazenda de Hemsworth, e sem dúvida alguma o ótimo fechamento no parque. Além claro das diversas imagens encontradas para representar férias frustradas tanto na abertura quanto no fechamento do filme. Ou seja, a equipe artística trabalhou um bocado para encaixar o baixo orçamento em diversos cenários e locações, e isso felizmente não atrapalhou o andamento do longa. A fotografia não foi lá muito criativa, usando quase sempre os mesmos ângulos e iluminações em todas as cenas, mas tivemos até que alguns planos bem ousados, principalmente nas cenas que envolveram o caminhão, e isso é bacana de ver em comédias, pois preferem não ousar na ação nesse estilo.

No quesito musical, vou ficar cantando "Walley World Theme" durante um bom tempo e também a música "Kiss From a Rose" do Seal, mas tirando o detalhe de repetirem elas diversas vezes durante toda a duração do filme, o restante das canções foram bem encaixadas para dar dinâmica na trama, e funcionaram bem, pois o filme passa num piscar de olhos.

Enfim, é um longa que tem problemas, mas que se estivermos dispostos a se divertir, mesmo que necessitando de muita apelação, certamente iremos sair bem contentes com o resultado da trama. E como sempre digo, se o filme foi classificado como comédia, e fez o público rir, já foi mais de meio caminho andado, claro que se tivéssemos alguns momentos mais inteligentes por parte do roteiro e algumas cenas menos nojentas, o filme agradaria bem mais, mas no geral valeu muito a diversão e certamente agradou bastante a maioria que lotou a sessão de pré-estreia da rádio Difusora FM 91,3Mhz, que mais uma vez tenho de agradecer à toda equipe por nos dar a oportunidade de vermos o filme antes da estreia e sempre se divertir com os bons filmes que estão trazendo nos eventos, então valeu pessoal, e até a próxima. Fico por aqui hoje, mas ainda tenho um longa dessa semana e dois da próxima para conferir, então abraços e até breve.

PS: Sei que muitos não vão concordar com minha nota, mas mesmo já falando que não curto muito filmes que necessitam apelar para tirar o riso, esse me fez rir demais, então mesmo com os diversos problemas, acredito que merece essa nota.

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