Antes de mais nada, já vou avisando que não vou entrar no mérito de ser a favor ou contra a causa que as moças tanto defendem no longa, pois não quero criar um ambiente politizado nos comentários do post, portanto aqui vou defender e argumentar somente sobre a questão cinematográfica que o documentário "Eu Sou Femen" trabalhou em seus 95 minutos de duração. E sabiamente, logo de cara o diretor já nos assusta com uma introdução quase que jornalística, o que fez com que esse Coelho que vos digita já ficasse com os dois pés atrás, afinal já disse uma vez que sou contra documentários jornalísticos no estilo Globo Repórter e afins, aonde só noticiam os acontecimentos sem entrar em detalhamento de personagem e causa, porém é apenas uma abertura e com o andamento da trama, mesmo que discordando do estilo de alguns protesto que elas fazem, o resultado da trama consegue mostrar bem suas causas e seu modo de viver, que como uma delas acaba falando em um depoimento, é literalmente uma tentativa de suicídio, que certamente elas vão morrer, sumir da face da Terra e tudo mais, mas que não espera ver o resultado agora logo de cara, e sim que um dia possa ter servido para conscientizar outros a não aceitarem tudo como é dito e levantarem contra algo.
O documentário nos mostra que Oksana Shachko é uma mulher, uma ativista e uma artista. Quando adolescente, seu fascínio pela pintura religiosa levou-a a considerar seriamente a possibilidade de entrar para um convento, mas finalmente ela usou seu talento para criar e promover o movimento Femen. Entre a necessidade de criar e o desejo de mudar o mundo, Oksana confundiu o famoso grupo de mulheres ativistas, que a levou da sua Ucrânia natal para todos os cantos da Europa.
É interessante observar o trabalho que o diretor Alain Margot fez ao colocar a protagonista como vértice do enredo completo que a trama poderia desenvolver, e ir temperando todos os demais acontecimentos com as nuances da história dela, e isso funcionou muito bem para que o filme não ficasse nem cansativo, nem forçado demais em favor da causa. Outro grande ponto foi a equipe ter trabalhado bem nas captações, evitando ter muita imagem de arquivo, o que daria um ar estranho para o filme e incitaria mais ainda o temor de ver alguma cena mais impactante, claro que a todo momento pela ousadia das mulheres, ficamos apreensivos de saber que podem ser presas ou sofrer algo mais forte, mas até que pegaram leve nas prisões dela, pois num país aonde a polícia fosse mais imprudente, elas certamente não brincariam tanto com fogo como fazem nos diversos momentos que foram mostrados.
Ou seja, a história contada foi bem desenvolvida e de certa forma acabamos até que torcendo para que elas consigam o que querem, mas de certa maneira sua causa só fica evidente pelo excesso de mídia em cima, e claro por elas fazerem o topless, pois apenas fazer o barulho, diversos outras causas fazem, mas acabam sumindo e nem sendo tão divulgadas como as delas, além do que é dito no filme, que quem mais financia elas, além dos produtos que vendem, é a própria mídia jornalística, então pros jornais, pagar elas para aparecerem e marcarem é algo que o diretor poderia ter ocultado, principalmente que em determinado momento elas foram protestar contra as pessoas que o governo compra para protestar, e nessa fala, elas mostraram que também são financiadas por alguém.
Enfim, cada um certamente vai ter sua própria opinião sobre o que é ou o que não é válido nas formas de protesto do grupo, e assim como a maioria dos diretores de filmes artísticos, vou deixar a minha em aberto para não criar conflito (e olha que eu sou um dos que mais odeiam esses diretores que largam o filme em aberto), mas como falei no começo, analisando a técnica do longa tenho certamente que recomendar ele para todos que gostam de ver um bom documentário, bem filmado, editado e pontuado na forma crítica aberta em prol de discussões. Portanto, quem tiver oportunidade, fica a dica. Bem é isso pessoal, encerro por aqui essa semana cinematográfica, mas volto na Quinta com as estreias da próxima semana, então abraços e até breve.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...