Para Sempre

6/18/2012 12:15:00 AM |

Alguns romances literários são transportados para a tela do cinema de forma tão superficial que acabam nem agradando os leitores do livro que são baseados e nem os espectadores normais de filmes, mas “Para Sempre” consegue fazer uma linha de filme diferenciada que poderia ser enxergado apenas como um filme, pois a preocupação com elementos literários não foi empregada e com isso acabou agradando pelo menos as pessoas que estavam assistindo ele como filme na sala em que estive, porém deixo os comentários abertos para quem tenha lido o livro para incrementar se foi bem transpassado para a tela.

A história do filme em si é simples: Em um grave acidente de carro, Paige entra em coma. Após acordar, ela sofre graves problemas de memória e seu marido Leo terá de lutar para reconquistá-la.

Com uma história praticamente linear, tendo apenas alguns momentos de volta para mostrar como o casal se conheceu, mas teoricamente nem seria necessário e poderia ter caminhado de forma normal sem esse pedaço, o filme nos conduz de forma a ver que o cérebro é um órgão extremamente complexo, tanto que ainda não se consegue fazer com que pessoas que tenham perca de memória recuperem algo ou então estudar o complexo todo que ele possui, com esse enfoque o roteiro fica fiel em não fantasiar o espectador, o que bem poderia acontecer como já vimos em diversos filmes, mas caso fale muito mais entregaria o filme todo aqui no texto, então apenas analisando essa complexidade do cérebro, o filme se transparece como visto na sinopse e no trailer a partir da perca completa de um determinado período da vida de Paige com um acidente e a partir daí a história rola. O que é interessante destacar no roteiro e na direção é a forma de condução alinhada muitas vezes na opinião de Leo em vez de o foco ficar em Paige, como seria costumeiramente, e essa opção do diretor, ou do escritor(afinal não li o livro pra dizer de quem é), é bem inversa a maioria dos filmes que tentaria mostrar ela tentando lembrar de tudo para o bem maior.

No quesito atuação, Channing Tatum está com tudo em Hollywood, e deve impregnar as telas por um bom tempo, ando gostando do que vem demonstrando em tela, sendo um bom nome pra começar a se pensar em bons papéis para ser colocado, pois leva um bom público feminino para as salas e também tem uma boa expressão, aqui fez bem o papel de uma forma tranquila, sem precisar apelar da força de expressão, apenas parecendo uma pessoa comum. Rachel McAdams sempre foi uma atriz bem versátil, tanto no quesito interpretação quanto no quesito visual(somente nesse filme faz 3 cortes de cabelo diferentes) e nesse filme conseguiu transparecer bem o papel de não se lembrar de nada, fazendo uma bela interpretação, um destaque na cena que estão comendo chocolates, que provavelmente foi uma cena errada e ficou tão natural que foi colocada no filme. Os demais atores nem praticamente merecem destaque, pois todos são coadjuvantes com poucas falas, apenas para ligar alguma cena e sendo assim, qualquer ator poderia fazer sem aparecer nem chamar mais atenção que os próprios protagonistas.

A cenografia embora seja bem simples usando poucas locações, tem todo um charme com o uso da neve, como sempre falo cai bem para qualquer filme romântico, e a iluminação empregada faz sempre sombras agradáveis de se ver enaltecendo os elementos de cena necessários para cada momento. A fotografia fez bem em escolher um tom de cor mais claro, evitando que o filme se caísse para o lado mais dramático, deixando o filme leve e agradável, sempre optando por câmeras com movimentos sutis de travelings ou mesmo cenas calmas com a câmera parada.

Diferente do que vem acontecendo nos filmes românticos, esse longa não ficou tão preso à trilha sonora, preferindo utilizar-se do clima sonoro mesmo com alguns toques apenas para confrontar, mas nunca pesando para o lado dramático e sim sempre suavizando para tons baixos.

Enfim, é um filme gostoso de se assistir, nada muito para se falar que foi o melhor romance que já vi, mas muito longe de ser os milhões de filmes encomendados de livros que ultimamente vem aparecendo nas telas. Tem um final coerente, que mesmo com leves pitadas de açúcar não fica meloso suficiente para estragar. Eu diria que no geral agrada, e deve ser daqueles filmes que vão passar muitas vezes na TV, onde os namorados não precisam ficar preocupados de ir com suas namoradas, pois elas não irão lavar o cinema nem ficar se lamuriando então recomendo ver. É uma pena apenas que a Sony optou por poucas cópias no Brasil, era pra ser o grande nome na semana dos namorados, ou seja assim como eu consegui ver apenas em outra cidade, quem sabe apareça na sua também em breve, para que todos consigam assistir. Fico por aqui, mas essa semana ainda tem mais um para fechar. Abraços e até mais.


2 comentários:

Galodoido disse...

Depois de Blue Valentine não assisto filme de romance meloso. Aquele filme me "tocou" muito mais do que qualquer filme de romance. Realmente muito bom.

Fernando Coelho disse...

Olá Evil, como vai? Blue Valentine como o Wesley, que sempre comenta aqui, falou foi um tapa... apesar do lançamento errado no Brasil, mas toca bonito fundo na alma... Eu também prefiro filmes menos melosos, afinal sempre vou assistir filmes solitário né?? Mas que sejam românticos pelo menos, nesse quesito os dois filmes são bons!! Valeu o comentário amigo, abraços!!

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