A sinopse nos conta que o gato é um animal solitário, mas quando seu lar é destruído por uma grande inundação, ele encontra refúgio em um barco habitado por diversas espécies, tendo que se juntar a elas apesar das diferenças.
Diria que o diretor e roteirista Gints Zilbalodis soube passar tanto sentimento na tela que vemos quase que uma pintura em movimento sendo desenvolvida durante os 85 minutos de seu filme, pois a entrega dos personagens na tela não fica apenas como algo duro, mas também não fica como algo realista, e isso ao mesmo tempo que parece estranho, encanta, e a sensação de tudo o que o gatinho vai passando com seu olhar no meio dos demais animais é algo que sabemos bem que um gato faria, tirando claro o tempo exagerado embaixo da água, que temos de levar como liberdade poética e de todos os animais saberem controlar um barco com perfeição, mas o restante é basicamente o sentimento da natureza agindo, e da necessidade de conexão entre todos ali para um bem maior. E isso tudo você enxerga na tela vendo o resultado de um bom texto e também de uma direção primorosa, pois com exatamente as mesmas situações poderíamos observar inúmeros filmes diferentes, e a opção de ser singelo por parte dele certamente foi a melhor trabalhada.
Quanto aos personagens o que posso dizer é que vemos um gato exatamente como todos os gatos que conhecemos curiosos e desconfiados, um cachorro que ao mesmo tempo que está brincando também é espalhafatoso, uma capivara que parece estar sempre dormindo, mas está atenta a tudo, um lêmure guardando tudo o que vê pelo caminho, e uma garça que ao defender o gatinho acaba sendo banida do bando. Tudo muito simples de desenhos, mas perfeito de movimentos e também de sons, afinal a equipe gravou os sons dos animais reais, com exceção da capivara que acabou não combinando com o personagem e acabaram colocando o som de um camelo.
Visualmente a trama trabalhou muitos ambientes devastados pela inundação, a beleza dos cardumes de peixes passando por todos os lados, e tudo sendo bem simbólico na tela para mostrar desde barcos, árvores e elementos de cidades e montanhas, ao ponto que da mesma forma que os animais, também parecem pinturas na tela, mas com perspectivas e desenvolturas bem encaixadas.
Enfim, é um filme que certamente vai emocionar e envolver todos que forem conferir, e que com muita simplicidade está conquistando as diversas premiações merecidamente, então vá aos cinemas a partir do dia 20/02, e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Marés Filmes pela cabine de imprensa, então abraços e até logo mais.
PS: Só não dei a nota máxima pelas liberdades artísticas que falei no começo, mas ainda assim é um filmaço!!
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