Uma Quase Dupla

7/22/2018 01:54:00 AM |

Diria que a única coisa boa de "Uma Quase Dupla" é a química entre os protagonistas, pois certamente com uma história melhor, com piadas melhores e com algo bem mais coeso, certamente teríamos uma ótima comédia para ver, mas como nada disso existe na trama, o resultado é algo tão fraco que passamos 90 minutos dentro da sala de cinema sem nem sequer esboçar um sorriso, e olha que forçam a beça para que o riso saia, mas como todas as partes "engraçadas" já estavam no trailer, nem nos surpreendemos quando ocorre realmente. Ou seja, um filme de proposta que felizmente teve um ar fora do gênero novelesco, com uma dupla realmente boa de atores, mas que se perdeu em exagerar com tudo, fazendo humor cansado e gerando um filme que infelizmente não vai pegar.

A sinopse nos conta que quando uma série de assassinatos abala a bucólica rotina da cidade de Joinlândia, o calmo e pacato subdelegado Claudio recebe a ajuda da destemida e experiente investigadora Keyla nas investigações. No entanto, a diferença de ritmo e a falta de química dos dois só atrapalha a solução do misterioso caso.

Que o diretor Marcus Baldini sabe fazer bem comédias isso já sabemos, pois já vimos isso em seu longa anterior, porém aqui pareceu que ele quis fazer algo acelerado sem muito controle, e acabou se perdendo, de modo que a trama misturando um suspense policial (quase no melhor estilo Scooby-Doo") com uma comédia escancarada no melhor estilo dos policiais dos anos 90, acabou resultando em um filme sem muita coesão, e principalmente que falha em fazer rir, e olha que a cada 5 minutos vinha alguma piada forçada para tentar esse feitio, mas nada, acabamos saindo da sessão como entramos, e o pior com um público até razoável na sala sequer ouvi uma risada!! Ou seja, o diretor até pode pensar em fazer uma continuação, afinal é de praxe o gênero pedir isso, mas se fizer procure alguns roteiristas com piadas e situações melhores, pois a falha com certeza ficou nesse quesito.

Sobre as interpretações, podemos dizer que os atores se esforçaram para chamar atenção, e até agradaram pelo estilo empregado, criando boas conexões e mostrando personalidade, mas tudo com um excesso tão forte que chega a assustar, e isso não é legal de ver, ou seja, poderiam ter feito tudo com mais classe que conseguiriam um resultado bem melhor. Tatá Werneck é uma humorista de mão cheia, e sabe fazer trejeitos fortes para que suas personagens chamem atenção, mas aqui sua Keyla é muito forçada para funcionar sozinha na trama, de modo que não engrena, ou seja ela faz diversos trejeitos, mas não encontra o rumo certo para fazer o público rir. Cauã Reymond fez o que sabe: ser galã com seu Claudio, mas fazer papel de bobão ficou tão tosco que talvez um ar mais caipira funcionasse melhor, pois agraria e divertiria sem ser apelativo. Quanto aos demais, a maioria é enfeite no meio das confusões dos dois, tendo aparecendo mais Ary França como o delegado Moacir que é histérico demais, Alejandro Claveaux como o legista Augusto também tentando ter pinta de galã, e Daniel Furlan como o caipira cheio de marra Dado, ou seja, figurantes com um pouco mais de falas.

No conceito cênico a trama foi digamos "bem" engraçada, contando com cenas de morte bizarras, pistas jogadas estranhamente e uma cidadezinha interiorana até que bem colocada, mas nada que nos impressionasse realmente, tendo apenas bons elementos cênicos para serem usados pelos protagonistas, mas poderiam ter caprichado mais nas armas e nos tiros para realmente parecer um policial. A fotografia ao menos foi bem dinâmica com cores vivas (aliás tem tons de tudo quanto é tipo na paleta!) trabalhadas para criar ritmo e ainda tentar dar uma certa comicidade para a trama, o que não foi bem aproveitado.

Enfim, é um filme que tinha uma proposta até que bem moldada, mas que não conseguiu atingir da forma prevista, soando mais bobo do que divertido, e muito mais exagerado do que envolvente, e sendo assim, não tenho nem como recomendar, pois, a bomba ficou bem grande, não tendo nota pior pelos momentos bacanas que já aparecem no trailer e que no contexto do longa funcionam. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã ainda confiro a última estreia da semana (ou melhor de outra semana que só apareceu por aqui agora), e volto para falar sobre ele, então abraços e até logo mais.

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