Mortadelo e Salaminho em Missão Inacreditável (Mortadelo y Filemón contra Jimmy el cachondo)

9/24/2016 06:05:00 PM |

Que a Espanha costuma produzir filmes malucos e diversas vezes bizarros todos já sabemos, o que não imaginava era a capacidade deles de fazer animações sem eira nem beira que forcem a apelação máxima para tentar divertir. Para dar um exemplo mais crível, vou citar um desenho que todos certamente já viram para se ter uma boa referência, o coiote e o papaléguas, aonde as tentativas de captura eram forçadas e apelativas, quase sempre o coiote se machucando muito, mas em seguida já estava fazendo algo mais bizarro ainda. Pois bem "Mortadelo e Salaminho em Missão Inacreditável" usa dessa ideologia, porém trabalhando ainda um cunho sexual (ia citar o que acontece, mas nem precisa, pois os personagens descrevem em minúcias logo nas primeiras cenas do longa o que é o tal "aquilo", que você pensa que irá ficar apenas nas falas, mas não, realmente acontece) conseguiu fazer com que as mães e pais que estavam na sala tirassem seus filhos da sessão, afinal a sessão é bem violenta e cheia de citações fortes, ou seja, um filme completamente fora de eixo, que até consegue ser engraçado em algumas partes, da mesma forma que era divertido ver o coiote se arrebentando, porém está bem longe de ser uma animação que seja recomendada para a diversão da criançada e poderiam ter colocado uma história melhor para ser trabalhada, pois a bagunça é tanta que o final acaba sendo mais ridículo ainda.

A história nos mostra que Mortadelo e Salaminho, os agentes secretos mais divertidos e atrapalhados do mundo, são convocados para uma missão especial: Prender Jimmy - O Doidão, um atrevido vilão que acaba de invadir a sede da agência T.I.A e roubar um documento ultrassecreto. A missão se torna ainda mais complicada quando a dupla descobre que outro vilão, Trinca-Ossos, fugiu da prisão e está atrás de Salaminho para se vingar.

O diretor Javier Fesser volta a encontrar os personagens que dirigiu há 13 anos atrás e embora os quadrinhos dos personagens sejam bem antigos, datando de 1958, o diretor soube trabalhar de forma bem contextualizada para os anos atuais, colocando os personagens em uma aventura cheia de tecnologia, elementos bem modelados e características bem icônicas dentro de um cinema de animação, porém, ele esqueceu que o público alvo de animações são as crianças (salvo algumas já feitas próprias para adultos) e sendo assim ao exagerar em coisas fortes ele acabou pecando no resultado geral da história. Não digo que seja algo ruim, tanto que o longa ganhou o Goya (Oscar espanhol) de Melhor Animação, e acredito que seja mais pelo estilo de filmes que os espanhóis gostam de ver, com humor forçado e cenas mais apelativas, porém aqui a criançada sentiu o efeito e foi saindo com a trama cansando demais para chegar à algum lugar.

Se temos de dizer algo bom do filme, certamente é a modelagem que foi feita, pois com formas arredondadas bem trabalhadas e com uma tridimensionalidade ímpar, nem foi preciso assistir o longa com óculos para saber que o resultado do longa nas salas 3D certamente foi bem satisfatório (uma pena que só tenha ficado uma semana em cartaz não dando para conferir com a tecnologia), e dessa maneira tudo parece ser jogado, e bem utilizado pelos protagonistas em suas aventuras. Agora o que acabou sobrando por um lado, acabou faltando pelo outro, pois nenhum personagem conseguiu ter carisma com essas formas mais rudes, todos aparentando feições fortes acabam mais assustando e causando do que divertindo a platéia (e olha que estamos falando de um longa de humor), ou seja, um filme duro e cru que vencerá quem sobreviver, não quem for capturado, pois a todo momento tudo está sendo explodido e destruído sem economizar em nada. Mesmo com o carisma ímpar que Marco Luque tem, seu Salaminho acabou ficando meio frouxo, não tendo boas piadas para chamar e declamar sua boa dublagem, mas ainda assim o humorista deu um bom tom para a voz do personagem não parecer a sua, e isso mostra que tem ainda muitas cartas na manga para continuar fazendo dublagens.

Enfim, usando de boas cores a trama até flui rápido, mas para uma animação acabou cansando mais do que envolvendo e seus 91 minutos pareceram maiores ainda durante uma cansativa sessão da tarde. Portanto só recomendo o longa para quem gosta do estilo, e claro pais que forem levar os filhos para assistir se preparem para as perguntas insólitas, pois vão surgir. Fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a crítica de outro longa que irei conferir agora pela noite, então abraços e até amanhã galera.

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