X-Men: Apocalipse em Imax 3D (X-Men: Apocalypse)

5/19/2016 03:19:00 AM |

Se nos demais filmes desse reinício de franquia dos X-Men tivemos muita filosofia, introduções históricas e diversas coisas para se pensar, que muitos não-fãs até acabaram agradando bastante com a linhagem dos roteiros, os fãs por um lado queriam mais lutas, personagens com uniformes corretos, histórias se conectando e tudo mais, que quem acompanha os mutantes desde os quadrinhos ou somente pelo desenho animado na infância, até ficavam empolgados com os filmes, mas faltava ainda algo a mais para envolver realmente. E diferente do que ocorreu com outros blockbusters desse ano, "X-Men: Apocalipse" vem comendo pelas beiradas, pois não teve nenhuma campanha monstruosa de marketing, passou seu trailer poucas vezes nas salas, não lançou cinco mil versões colocando novos pedaços na internet, e com isso a expectativa acabou ficando bem baixa para sua estreia, e cá que ao ver cada momento na telona, era um arrepio novo, e mesmo sem ficar parando para contar a história de cada novo personagem inserido na trama, o longa conseguiu incluir todos com muita personalidade e agradar em cheio quem desejava ver algo que unisse as coisas boas de todos os longas dos mutantes e ainda deixasse a bala na agulha para brincar muito mais nos próximos anos. E o que posso falar imprimindo minha humilde opinião é que conseguiram com êxito criar o melhor filme da franquia, já quase ligando a ponte para o primeiro filme original, com muita ação, boa história e um 3D de tirar o chapéu (afinal foi filmado com a tecnologia).

O longa nos mostra que desde o início da civilização, ele era adorado como um deus. Apocalipse, o primeiro e mais poderoso mutante do universo, e durante anos acumulou os poderes de muitos outros mutantes, tornando-se imortal e invencível. Ao acordar depois de milhares de anos, ele está desiludido com o mundo em que se encontra e recruta uma equipe de mutantes poderosos, incluindo um Magneto desanimado, para purificar a humanidade e criar uma nova ordem mundial, sobre a qual ele reinará. Como o destino da Terra está na balança, Raven, com a ajuda do Professor Xavier deve levar uma equipe de jovens X-Men para parar o seu maior inimigo e salvar a humanidade da destruição completa.

Assim como fiquei completamente envolvido e querendo aplaudir cada parte que me remetia a algo que conhecia de longo tempo (afinal não sou desses fãs que comem quadrinhos e sabem tudo sobre cada personagem), certamente terão os críticos que preferem algo mais cheio de referências políticas e sociais como foram os outros dois longas da nova roupagem("Primeira Classe" e "Dias de Um Futuro Esquecido"), e vão odiar um filme que praticamente só foi feito pensando em agradar quem realmente gosta da franquia. Digo isso, pois Bryan Singer conseguiu montar a cada novo personagem inserido na trama, algo que o público via uma referência à algo em cada momento que se passava, se arrepiava e vibrava com o que via, e certamente todos irão rever para achar ainda mais referências. O diretor e roteirista soube trabalhar bem o "início" da mutação colocando a ideologia de deuses do Egito e com uma passagem de tempo acelerada pela ótima abertura 3D, chegou aos anos 80 colocando bem o outro início da escola de jovens especiais, que conseguiu praticamente dar todas as conexões para com o primeiro filme que Singer fez dos mutantes há 16 anos atrás, ou seja, conseguiu dar a amarração necessária para as duas frentes temporais se ligarem e termos uma nova montagem fluindo agora se desejarem até apagar o que ocorreu no passado (claro que não vou dar spoilers, mas os poderes de alguns personagens das antigas agora nesse ficaram muito melhores, e para os fãs, se preparem para o final da batalha: é épico!). Ao trabalhar bastante o visual da trama, Singer soube dosar a parte histórica que tanto agradou alguns nos outros filmes, para compensar com tecnologia, afinal logo de cara quis filmar usando câmeras 3D em diversas cenas, já pensando exatamente como o movimento impressionaria (e em diversos momentos somos bombardeados por pedaços de coisas, e em outras praticamente imersos ao filme junto dos personagens, claro que não é o longa inteiro, mas tem muita coisa!!). Ou seja, para quem gosta de um bom filme pipoca de ação, não haverá reclamações, e se era isso o que os fãs tanto esperavam, lhes foi entregue com perfeição e louvor, mas como sempre haverá reclamações, e no quesito técnico, o diretor procurou ser o mais coeso com os quadrinhos possível, para agradar quem devia realmente.

Sobre as atuações, mesmo que a trama de cara parecesse mais focada no personagem de Oscar Isaac com seu En Sabah Nur/Apocalipse, acabaram trabalhando bem outros personagens e deixaram para o ator apenas algo mais tranquilo, não que ele não tenha feito ótimas expressões, imposto bem sua voz para depois darem alguns efeitos, mas em diversos momentos acabaram deixando ele como um personagem secundário frente aos diversos outros do longa. Jennifer Lawrence após liberar sua outra heroína, agora com foco completo para sua Mística/Raven conseguiu chamar a responsabilidade em diversas cenas e com boas expressões mostrar que sabe bem como segurar o público apaixonado por boas lutas, agora é ver o que vai aprontar nas continuações. James McAvoy continua colocando uma ótima personalidade para seu Charles Xavier e sempre com muita serenidade e boas facetas consegue agradar bastante em cada cena sua. Que Michael Fassbender é um ator sensacional, todos já sabem bem, mas aqui ele conseguiu agradar tanto trabalhando um lado mais comovente e emocional, quanto nas suas cenas de ódio/raiva, e fazer isso em um único filme é algo que poucos atores conseguem incorporar bem, e agora fica a dúvida como seguirá seu Erik/Magneto nos próximos longas. Sem dar spoilers, só posso falar uma coisa, Evan Peters arrasou novamente com seu Peter Maximoff/Mercúrio de modo que por bem pouco logo devem estar pedindo um filme solo dele, ator nota 10 para personagem nota 10, um show a cada expressão sua. Nicholas Hoult não teve tantos momentos para trabalhar a personalidade de sua Fera/Hank, mas agradou bem nos momentos de luta, e foi interessante para trabalhar em momentos picados, talvez o personagem tenha ficado gasto demais nos demais filmes para agora ficar em segundo plano. As introduções de Sophie Turner como Jean Grey e Tye Sheridan como Scott/Ciclope foram bem trabalhadas e ambos os atores mostraram um desempenho satisfatório para o início tanto do romance quanto da ótima parceria, e nos momentos que precisaram mostrar boa ação também agradaram. Kodi Smith-McPhee parece que foi feito para Noturno, e trabalhando bem um misto de comicidade com nuances meio emo, o jovem ator chamou atenção em cenas picadas. Olivia Munn como Psyloque encarou todos os preconceitos que muitas atrizes acabam tendo, e botou o corpão para jogo, usando o tradicional uniforme da personagem, e com boas cenas de ação chamou a responsabilidade para si no outro lado oposto da guerra e agradou bastante com suas interpretações, claro que faltou um pouco mais de sua origem, mas pelo seu fechamento, ainda vamos ver mais coisas dela. Já com Alexandra Shipp como Tempestade foi exatamente o contrário, pois trabalharam mais sua origem humilde de ladra do deserto, e não deixaram ela mostrar muito seus poderes climáticos, mas de certo modo a atriz agradou bem na expressividade. Os demais mutantes tiveram cenas mais picadas, aparecendo pouco de Lana Condor como Jubileu novinha, algumas poucas cenas fortes e bem chamativas de Lucas Till como Alex Summers, e desses de pequeno papel o destaque fica por conta de Ben Hardy como Anjo ou Arcanjo como alguns costumam chamar, que visualmente impressionou bastante e teve sua origem bem mostrada, mas falou pouco demais para ser alguém que vamos lembrar mais. E claro, tivemos Hugh Jackman com seu papel quase único de Wolverine, e mesmo que com uma cena quase muda, apenas com alguns grunhidos, o que mais valeu foi a ligação dele com Jean ser melhor explicada, e claro semi-re-apresentar o Coronel Strike aonde se fez uma nova ligação dele com os mutantes.

Os anos 80 não foram tão emblemáticos visualmente para que a equipe de arte tivesse um trabalho de composição mais elaborado, mas como o filme contou com muitas construções para serem destruídas, diversas locações em muitos países e figurinos mil para uma tonelada de personagens, com toda certeza o trabalho deles foi algo que exigiu muita pesquisa (principalmente para não decepcionar os fãs) e felizmente posso dizer que foi um dos grandes acertos do longa, pois tudo é muito fiel e agrada em cada elemento cênico mínimo pensado para estar no local certo e na hora certa, ou seja, é daqueles filmes que você vendo diversas vezes vai achar cada vez mais coisas para falar sobre o contexto visual da trama. A fotografia trabalhou muito com um tom puxado mais para o marrom quase chegando no sépia para sujar um pouco o filme e deixar ele mais desértico, mas claro que por contar com personagens de diversas cores, e que possuem efeitos em seus poderes, os tons vermelho e azul acabaram sendo bastante usados, mas se tenho de reclamar de algo, poderiam ter usado tons mais frios e sombrios nas cenas mais tensas para causar um pouco mais, pois no teor médio/quente que usaram no filme quase que inteiro, não chegamos a ficar presos na poltrona em quase nenhuma cena. Já falei muito sobre o 3D do longa lá pra cima, mas volto a afirmar que se vão vender um filme com a tecnologia que ele seja pensado para que os efeitos funcionem na tecnologia, como foi o caso aqui, pois é um filme aonde tudo quebra, tudo se move rapidamente, possui diversas cenas em slow, e tudo foi minuciosamente usado para que os óculos 3D não fossem meros enfeites na cara, e junto disso tudo que sai para fora da tela, ainda tivemos boas cenas de profundidade com diversas camadas, ou seja, pague um pouco mais caro e veja o filme em 3D, pois vai valer a pena.

Enfim, me alonguei demais, e possivelmente até devo ter soltado alguns spoilers no texto com toda a agitação que acabei saindo da sessão. O filme possui defeitos? Sim! Mas acabam sendo bem menores do que a grandiosidade de toda a ação que a trama nos entrega, agradando demais quem gostar do estilo. Como todos bem sabem, não sou o maior fã de filmes de super-heróis, e para me empolgar com algo do estilo, o filme precisa ser bem agitado e envolver, e aqui o resultado chegou a arrepiar em diversos momentos, e chegou até dar vontade de aplaudir com algumas cenas. Ou seja, recomendo com toda certeza para todos que gostem de longas de super-heróis, que curtem quadrinhos, ou até mesmo você que gosta de um bom filme de ação, pois o filme não para um segundo para respirar e vai agradar bastante quem estiver disposto a curtir 143 minutos de muita adrenalina. Como todos sabem, todo filme da Marvel, embora este seja feito pela Fox, possui uma cena pós 5 minutos de créditos, que já dá a brecha para o próximo vilão do próximo filme, novamente dando boas referências para quem assistia aos desenhos. Enfim, gostei muito do que vi, e como fui praticamente sem expectativa nenhuma, o longa me agitou bem mais do que imaginaria que acontecesse. Até daria nota máxima para o filme pelo tanto que acabou me empolgando, mas por faltar uma ou outra melhor apresentação de alguns personagens, um detalhe ali, outro acolá, vou acabar tirando um ponto dele, mas que fique claro que daria 9,5 fácil, isso se não arredondasse para cima. E claro volto para falar mais dele nos comentários, assim que rever ele, pois isso certamente acontecerá. Bem fico por aqui hoje, mas volto em breve com as outras duas estreias dessa semana, então abraços e até mais pessoal.

PS: Criando uma discórdia com o pessoal que gosta de outros super-heróis, esse filme bota os outros dois que já estrearam nesse ano no bolso em quase tudo fácil, fácil!! Pena que na bilheteria não deve corresponder tanto!

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