O Natal dos Cooper (Love the Coopers)

12/08/2015 12:59:00 AM |

Não lembro o último Natal que tivemos filmes natalinos (ao menos sendo lançado nas proximidades da data) por aqui, e um fato interessante e marcante sobre esse estilo de filme é o de sempre tentar colocar o espírito familiar em alta, boas lições de vida e tudo mais de uma forma bem feliz de assistir. Porém mesmo com alguns pontos desse em relevância (ao menos na parte final), o roteirista de "P.S. Eu Te Amo", resolveu fazer de uma forma bem dramática toda essa sinergia em "O Natal dos Cooper", trabalhando tantas histórias de uma mesma família que quase nem lembramos mais qual é a principal, e chegando ao ponto de desespero de necessitar narração em 90% da trama, algo que não agrada, pois é um recurso de quem não consegue conectar história com dinâmica, e dessa maneira mesmo tento alguns pontos sensacionais, que emocionam e agradam demais (principalmente nas cenas com Olivia Wilde que dariam um excelente filme à parte), o resultado é tão depressivo e confuso que não empolga quem for assistir esperando ao menos se divertir com a proposta natalina.

A história nos mostra que o Natal se aproxima e, como acontece em todos os anos, a família Cooper se prepara para a grande ceia na casa dos patriarcas Sam e Charlotte. Só que, em meio ao suposto clima festivo, o casal está prestes a se separar. Seus filhos Hank e Eleanor também enfrentam problemas, já que ele está desempregado e ela mantém um caso com um médico casado. Paralelamente, Emma tem dificuldade em lidar com a solidão e com a inveja que sente da irmã mais velha, Charlotte, enquanto que o pai delas, Bucky sente-se cada vez mais próximo de Ruby, a garçonete do restaurante que ele sempre frequenta.

Se só de ler a sinopse você já se confundiu com quem é quem, não pense que para por aí, pois além dessas histórias colocadas aí, tem ao menos mais umas cinco intermediárias que acabam tendo seu momento de destaque, ou seja, se tivessem feito uma mini-coletânea de curtas-metragem sobre o tema família no Natal, talvez o resultado seria mais impactante e o resultado melhor, mas tudo junto, literalmente parece como uma ceia natalina, aonde misturamos doces com salgados, bebidas de todos os tipos, conversas que nada se conectam, e certamente esse foi o pensamento do diretor Jessie Nelson para trabalhar o texto de Steven Roger na telona. Em momento algum posso falar que é um filme ruim, afinal consegue tirar algumas risadas dentro da proposta cômica e também consegue emocionar dentro da pitada melodramática que o filme se encaixa, mas falta um pouco de tudo e o excesso de personagens acaba cansando a dinâmica do longa sem enaltecer nenhum personagem, e isso não é gostoso de acompanhar, então o resultado acaba sendo bem mais fraco do que poderia ser.

Esse pôster que coloquei é bem melhor do que outro que vi, pois mesmo colocando todos os personagens em um único quadro, aqui aparentemente todos possuem algum valor, ao contrário do outro que até é mais fiel, pois dá valor ao grande nome que cada um do elenco tem, mas mostra que o que vai predominar na trama é a narração de Steve Martin (a qual você não verá no pôster, e quem for assistir ao longa entenderá o pôster para que eu não dê um spoiler gratuito). Não vou julgar a ótima narração de Martin, afinal sua entonação é ótima e conseguiu trabalhar todas as histórias de uma forma interessante, e também não vou me prender a cada personagem, senão teremos um texto quilométrico aqui, então vou preferir falar dos melhores da trama. Para iniciar, volto a repetir o filme poderia todo ser feito através do flerte entre Olivia Wilde e Jake Lacy através de seus papéis Eleanor e Joe, pois ambos criaram uma dinâmica tão gostosa de ver, com várias inflexões e sentimentos que a maioria que gosta de um bom romance vai ficar apaixonado pela ótima química que eles criaram, além claro da beleza de Olivia, então o destaque do filme claro que fica para eles. Logo na sequência, vem todo o charme e graça de June Squibb, que passei a admirar mais do que o normal após Nebraska, e aqui volta a encaixar um personagem marcante e bem interessante com sua Fishy, ou seja, a velhinha ainda dá muito pro gasto, aliás vi ela num seriado esses dias e agradou demais novamente com uma pequena ponta! Outra boa química se desenvolve entre Marisa Tomei e Anthony Mackie fazendo Emma e Williams, pois é o estilo de conversa que poucos acabam tendo de uma forma diferente para se conhecer, e ali dentro do carro, eles conseguiram agradar bastante com tudo que acabam fazendo. Embora possam parecer os protagonistas da trama, Diane Keaton e John Goodman apenas possuem momentos bem oscilantes com seus personagens Charlote e Sam, e isso não é algo que esperamos de dois grandes atores, então certamente a maior decepção foi não ver eles mais impactantes na trama. Alan Arkin e Amanda Seyfried até tentam formar um estilo curioso de casal, e até possuem um bom momento, mas são bem figurantes de luxo dentro da trama toda, e também não é algo que se espera dos dois.

No conceito artístico, a trama se conteve com o básico de longas natalinos, ou seja, um aeroporto lotado sem voos devido à neve, uma ceia familiar com muita comida bonita dentro de uma casa de apenas três cômodos para serem mostrados, com uma árvore enfeitada e tudo mais, um hospital (que foi algo inusitado, mas que caiu bem para fechar a ideia principal) também bem decorado no estilo natalino e claro um shopping, e muita neve por onde quer que a câmera passasse, ou seja, simples, correto e sem nenhuma novidade. E junto disso também uma fotografia sem oscilar nuances, trabalhando muito o vermelho afinal o clima natalino depende desse tom, e nada de umas sombras para criar tensão, nenhum ambiente mais animado para dar vida, fizeram o básico mesmo.

Enfim, é um filme que até poderia falar que vai passar milhares de vezes nessa época do ano na TV, mas o desânimo que o longa causa no contexto geral é tão grande que é capaz mesmo dele sumir da face da Terra, e somente quem realmente tiver muita vontade de ver ele, acabará vendo, ou seja, não dá para recomendar um filme assim, mas volto a afirmar que possui bons momentos, e quem sabe com um controle remoto ele melhore. Bem é isso pessoal, encerro aqui minha semana cinematográfica das estreias, hoje irei conferir um longa fora do circuito comercial de um amigo meu, e claro que virei comentar o que achei depois, mas na Quinta já reapareço com os longas que irão aparecer por aqui, então abraços e até breve.


2 comentários:

Anônimo disse...

Voce sabe me dizer os patrocinadores do filme ou merchandising que apareceram durante?

Fernando Coelho disse...

Vixi meu amigo... difícil saber em filmes americanos... nos brasileiros eles colocam até em caixa alta, dão close e tudo mais! Vou ficar te devendo essa.. abraços!!

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...