Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma em 3D (Paranormal Activity: The Ghost Dimension)

10/24/2015 01:57:00 AM |

Podemos dizer que foram ao menos sinceros com os dizeres do pôster: "pela primeira vez você verá a atividade", pois usando o recurso tecnológico de filmarem realmente com câmeras 3D, e usarem bem o recurso de jogar coisas nos espectadores, o resultado de assustar o público no longa "Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma" pode se dizer que foi cumprido com muito êxito, porém após cinco filmes da franquia e mais dois longas correndo por fora, podemos dizer com toda certeza que o desgaste foi tanto que a história sumiu, não tendo mais importância alguma para a continuidade, e embora os produtores tenham ficado muito revoltados com o longa lançado no ano passado que não fazia parte da franquia, lá toda a história acabou sendo tão bem contada e conectada, que agora esse que ficou parecendo estar deslocado de toda a trama principal e falhando consideravelmente em tudo que não seja apenas os sustos baratos com os objetos voando e fantasmas aparecendo fora da tela. E desse modo não podemos, infelizmente, dizer que tivemos um filme no cinema para ver, mas um produto que poderia facilmente ser usado apenas numa casa de terror dessas de parque de diversões, numa versão mais alongada e se cortarem para apenas as cenas de susto, acabaria tendo 15 minutos bem colocados para divertir o público que quer somente ver isso.

O longa nos mostra que ao se mudar para uma nova casa com a família, Ryan Fleege descobre uma caixa com dezenas de fitas cassetes de décadas atrás. Estranhamente, as imagens parecem se comunicar com os vivos. Procurando mais, Ryan encontra uma câmera diferente, capaz de registrar atividades paranormais. Com a ajuda da esposa, do irmão e da filha, ele passa a gravar fenômenos malignos que ameaçam seus entes queridos.

Como muitos sabem meu estilo de escrever, nessa parte seria aonde falaria um pouco do roteiro e de como foi a direção, mas por mais incrível que possa parecer, não tenho quase nada a falar, pois volto a frisar, embora toda a franquia seja bem simples de histórias, esse novo longa tem uma das histórias mais fracas já vistas no cinema, pois não cria tensão, o irmão é dispensado pela namorada sem mais nem menos já vai para a casa do outro irmão, tentam colocar datas sinistras no miolo para jogar com o público, mas sem nada que leve a algum lugar, o estilo familiar é bem fajuto entre os personagens, a babá ou sei lá o que aparece e some como se fosse completamente dispensável, e o padre só rindo mesmo de suas cenas, pois acaba sendo usado apenas para tentar "explicar" alguma coisa para o público, ou seja, nada levando a lugar algum. O pior de tudo é saber que foram necessário sete roteiristas para criar isso, ou seja, como Oren Peli foi o criador da franquia e afirmou que esse é o último, espero que ele não libere os direitos para ninguém, pois precisa acabar mesmo. Claro que o trabalho de Gregory Plotkin na direção não foi tão jogado às traças assim, afinal como disse no começo, ele soube usar e bem o recurso que lhe deram para trabalhar com câmeras 3D e na edição aproveitar desse recurso e criar muita coisa bacana voando no espectador, mas infelizmente isso não faz dele um gênio, e agora todos os diretores de longas de terror apenas usarão dessa ideologia para trabalhar quem sabe uma boa história além da tecnologia, e fazer com que ele seja completamente esquecido de ter sido "primoroso" em sua estreia como diretor de longas, depois de passar por tantos outros departamentos e ter editado os quatro longas anteriores.

No conceito atuação, a franquia se orgulha de trabalhar sempre com desconhecidos, afinal sai mais barato e dá para desenvolver sempre novos atores e personagens dentro da ideologia da história, mas dessa vez parece que esqueceram de dizer para os atores que eles deveriam aparentar medo frente ao desconhecido, e a cada nova cena, os personagens estão mais curiosos do que com medo de algo, claro que fogem e se assustam junto com o público, mas a câmera na mão do rapaz quase é capaz de cumprimentar o fantasma e fazer um talk-show com ele antes de correr. Então Chris J. Murray pode voltar a trabalhar como dublador de jogos de videogame que vai se sair bem melhor do que as poucas expressões que fez em todo o longa. A única pessoa que deu algumas boas entonações para seu texto foi a garotinha Ivy George que trabalhou bem sua Leila, e certamente mais para frente quando souber mesmo o estilo de filme que trabalhou terá sérios problemas psicológicos. E claro que as jovens Chloe Csengery e Jessica Tyler Brown irão indicar sua psiquiatra para ela, afinal já sendo o terceiro filme que fazem as jovens Kristi e Katie, já se tornaram garotas fantasmas na vida real também. Dos demais é melhor nem comentar.

A casa dessa vez foi até bem escolhida, mas teve pouquíssima participação no contexto geral da trama, se é que temos algum contexto! O estilo de usar o tão famoso VHS como captura de imagens fantasmagóricas foi bem pensado, afinal quem já viu um filme nas fitas sabe bem que davam alguns fantasmas na imagem, e com regulagens estranhas o resultado era bem estranho mesmo. E junto disso souberam trabalhar bem os elementos que acabaram voando, ou seja, a arte até que trabalhou em prol do longa. A fotografia claro, como todo bom terror, desligou as luzes em quase toda a trama, para que o susto ocorresse, e junto de diversas câmeras com regulagens bem diferentes, o resultado ficou bacana de ver, claro que isso é erradíssimo, mas valeu a intenção. Agora se você vai pagar para ver o filme com menor história dos últimos anos, pague direito e vá conferir em 3D, afinal mesmo tendo bem poucas cenas que o óculos se faz necessário (mesmo tenso sido filmado quase que na integralidade com câmeras 3D), nessas cenas o resultado é bem bacana de ver, e finalmente a tecnologia serviu para o que tanto o público desejava: ver coisas voando em sua direção, assustando por pegar de forma desprevenida, ou seja, volto a repetir a ideia do parque de diversões, e nesse sentido o longa vale a pena.

Enfim, é o pior filme da franquia como história desenvolvida e principalmente na tentativa de causar medo, pois nem uma arrepiadinha ele conseguiu atingir, mas certamente assustar em momentos inesperados o longa consegue trabalhar e bem, ou seja, dá para ficar como um serviço cumprido. Só recomendo ele para aqueles que estiverem muito curiosos para ver o resultado do 3D e tirar sarro dos amigos que irão pular da poltrona com coisas sendo arremessadas, pois do contrário, tem muitos outros filmes melhores passando. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda tenho muitas outras estreias para conferir, então abraços e até breve.


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