O Preço do Amanhã

11/06/2011 10:01:00 PM |

Se me permitem que seja cedido um pouco do seu tempo em ler o meu texto, hoje falarei sobre um filme que tudo gira em torno do tempo: "O Preço do Amanhã". Com a premissa voltada para o famoso Carpe Diem o longa mistura elementos que vão desde "Robin Hood" até um pouco de "Blade Runner", mas fica mais próximo do primeiro filme citado por conter a temática mais envolvente num drama do que num policial, que é como foi classificado nos cinemas.

O filme nos mostra como o tempo se tornou a maior moeda de todas. Os cientistas conseguiram descobrir uma forma de destruir o gene do envelhecimento. Então, quando uma pessoa chega aos 25 anos, para de envelhecer, mas possui apenas mais um ano de vida, a não ser que tenha dinheiro para pagar pelo tempo extra. Na busca por poder e tempo de vida, um homem é acusado injustamente de homicídio e se vê obrigado a sequestrar uma bela jovem para conseguir ganhar mais tempo e provar sua inocência.

A ideologia do filme é bem interessante, pois quase sempre nos vemos falando "Não tenho tempo pra isso", "Quanto tempo ainda você tem?", "Isso é muita perda de tempo!", e o principal "Tempo é dinheiro" que acaba sendo transformado em toda a lírica do longa ao fazer com que as pessoas paguem e recebam em tempo de vida, e fazendo com que o protagonista viva e passe para sua partner a imagem que disse do Carpe Diem, para que tenha apenas 1 dia para viver que pra quem sempre viveu com pouco tempo, 1 dia é muito tempo.

Muitos estão reclamando do início do filme onde é explicado exatamente o funcionamento e não deixando que o público em si descubra como funciona tudo, mas por uma cagada normal do Cinemark que não trocou a lente de projeção, tive o prazer de perder os primeiros 10 minutos sem ver a história contada, claro depois arrumaram, voltaram o filme e vi tudo sendo explicado nos mínimos detalhes, e posso falar não faz diferença explicar no começo ou não, pois tudo flui completamente na sequência. Então parem para analisar a história e parem de reclamar disso.

Um dos pontos que mais me preocupava no longa foi a escolha dos protagonistas, pois tanto Justin Timberlake quanto Amanda Seyfried apenas estão no seu momento, saindo em todos os filmes pois são carismáticos com o público e com isso chamam espectadores para o filme, porém eles conseguiriam manter uma trama policial com ação e um roteiro denso? Essa era a pergunta que rolava em minha mente, e infelizmente comprovei que a resposta é não. Eles até estão bem no filme, conseguem manter a linha, sabem fazer boas interpretações para as câmeras, mas senti falta de um feeling policial, algo que não me deixasse com sono em certas cenas, mas não é um caso perdido e graças aos mestres do cinema e do diretor, ele não deixou que isso estragasse o longa. Os outros atores, principalmente Cillian Murphy e Vincent Kartheiser, até fazem bem seus papéis, mas como são coadjuvantes nem podem se mostrar demais, mas mesmo assim conseguem aparecer melhor em cena que os protagonistas.

Um dos fatores mais interessantes claro além do fator do tempo no longa está em sua fotografia futurista com tons azulados que já vimos bem colocada em "O Livro de Eli" que unida a uma arte com um design conceitual mas interessante, faz com que o longa se mantenha no clima policial do início até o final. Poderia ser mais bem situado em termos de data, mas isso serviu para que não fosse necessário idealizar demais as construções.

Outro lado muito gostoso de pontuar é toda a característica sonora que está presente no filme, desde o barulho das transferências de tempo de uma pessoa para a outra ou de máquinas para pessoas, até o barulho dos motores dos carros todos referenciam para o que já era imaginado de um futuro desde a época do "De Volta Para o Futuro" e isso agrada não apenas por ser uma referência que estamos aptos a ouvir bem como por ser uma tendência ao que vem aparecendo nos motores dos carros top de linha. Quanto das trilhas sonoras, embora não seja algo que fique constantemente notável foi bem escolhida e mantém o clima.

Enfim, a temática do "Viver o momento" me agradou bastante, o lance Robin Hood de roubar os ricos para dar aos pobres é interessante também, mas já foi tão usada que embora feita de uma forma um pouco diferente, incomoda ao invés de agradar. Não será um filme que eu vá recomendar, mas também não posso falar que ele é ruim, é apenas interessante pela premissa e envolvente pela produção e direção em si, mas faltou colocar algo mais inovador no conceito de "salvar o mundo" pelas mãos de uma única pessoa e atores mais de ação que de carisma na tela. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


3 comentários:

Anônimo disse...

Nesse filme a ideia do tempo como dinheiro é muito boa,mas o desenrolar da trama é bem convencional.O filme começa bem,com uma premissa interessante,mas logo vira uma colcha de retalhos de varios outros filmes,mais precisamente ROBIN HOOD,BONNIE and CLYDE, e ROTAÇÃO MAXIMA.

A fotografia é bonita mas a direção de arte é muito retrô pra um futuro onde a ciência genetica esta tão avançada.
Eu particularmente gostei do trabalho dos atores,mas como ja citei,esperava mais do roteiro.

O PREÇO DO AMANHÃ poderia ser uma ficção complexa,explorando mais essa ideia do tempo como dinheiro,mas segue um caminho facil,e acaba sendo apenas mais um passatempo regular.

DAREDEVIL

Fernando Coelho disse...

Olá Daredevil, que bom que você lembrou os nomes dos filmes, no dia que escrevi não vinha os nomes por nada na minha cabeça, só o do Robin por já ter visto várias versões. Eu gostei mais do filme pelo lance do Carpe Diem que do roteiro em si, esperava mais também. Abraços.

Tato Mansano disse...

Só pra constar, achei o pior filme que eu vi em 2011...

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