O Chamado da Floresta (The Call of the Wild)

2/25/2020 01:17:00 AM |

Diria que há filmes que conseguem envolver pela história, outros pelo visual, e tem aqueles que conseguem cativar pelos personagens, e "O Chamado da Floresta" se encaixa nesse último exemplar, pois mesmo feito por computação digital, o cachorro Buck é carismático, e mesmo sofrendo muito em sua vida acaba tendo cenas daquelas capazes de você ouvir alguém na sala do cinema soltando um uhuu na hora que o cachorro dá show em cena. Ou seja, é um filme que envolve e até entrega momentos bem interessantes e tensos, porém faltou um algo a mais, que você fica esperando alcançar e o final não entrega, e sendo assim posso afirmar que é um filme bem família, que vai envolver a todos, mas que muitos acabarão esperando por alguma reviravolta, e mesmo o filme não entregando isso, o resultado agrada bastante, e é bem bonito tanto de visual quanto de interpretações (aliás, o cachorro dá show em alguns momentos!).

O longa conta a história de Buck, um cão de grande coração cuja feliz vida doméstica é virada de cabeça para baixo quando, subitamente, é tirado de sua casa na Califórnia e levado para o exótico e selvagem rio Yukon, no Alasca, durante a corrida do ouro em 1890. Como novato na equipe de cães puxadores de trenós - se tornando mais tarde o líder da matilha - Buck vive a aventura de sua vida, encontrando seu verdadeiro lugar no mundo e se tornando seu próprio mestre.

Por ser uma história baseada em um livro de 1903 que Jack London contou o início da exploração da era do Ouro no Alaska, a trama poderia ter fluído melhor, pois o diretor Chris Sanders é daqueles que tem uma boa presença em animações, algumas literárias, e certamente saberia dosar o estilo para que o público tivesse uma felicidade maior ao final, mas ele optou por ir apresentando tudo e não criar um filme com um clímax mais propício de fechamentos, e assim, vemos algo quase que capitular que acontece, mostra, e termina, e que diferentemente de um filme mais fechado não causa a emoção final costumeira. Ou seja, quem for esperando ver uma história casual até vai gostar mais do resultado, mas quem estiver esperando aquele algo a mais que o cinema sempre nos propõe, talvez saia da sala levemente desapontado, embora o filme seja bem gostoso e divertido de acompanhar (claro, tirando os perrengues que o pobre cachorro sofre em sua jornada!). Ou seja, simples e eficaz, mas sem muita desenvoltura.

Quanto das atuações, diria que faltou um pouco de pegada para Harrison Ford que já está tão acostumado a contracenar com computações, e aqui foi singelo demais com seu John Thornton, pois até vemos ele colocando um ar de idoso desapontado com a vida após a perca do filho, mas faltou um pouco mais de carisma para conseguirmos nos afeiçoar com ele, e assim desanima um pouco, mas nada de surpreendente, e assim o seu resultado final é bacana ao menos. Já por outro lado vemos um Omar Sy carismático ao extremo com seu Perrault, de modo que se o filme ficasse mais com ele do que com Ford, o resultado do filme seria bem melhor. Dan Stevens fez daqueles vilões que acabamos odiando muito com seu Hal, e com olhares até fortes ele chama atenção, mas ainda poderia ter ido além não fazendo cenas tão jogadas, e principalmente faltou para ele uma forma melhor de olhar para a computação. Dentre os demais, a maioria foi apenas participativo na trama, de modo que aparecem pouco demais, mas Cara Gee foi ao menos bem colocada com sua Françoise, e teve algumas cenas mais chamativas para conseguir agradar.

No conceito visual a trama foi bem bonita, cheia de cenas com muita neve, muita vegetação, cheia de simbolismos com os animais, e mesmo nos momentos mais estranhos da computação (sim, são muitos!), o resultado acaba aparecendo bem e funciona tanto em quesito de ambiente como de representação, e assim sendo, vemos locações bem interessantes que agradam e chamam atenção.

Enfim, é um filme simples de essência que envolve bem o público, que diverte e empolga, mas que poderia ter ido muito além com um final melhor desenvolvido, e principalmente melhorar ainda mais a computação, pois o trailer estava assustador, e o resultado final ficou bem melhor. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, recomendando bem de leve o filme, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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