Deus Não Está Morto

8/23/2014 07:52:00 PM |

Se no Brasil tem sido produzidos diversos filmes espíritas, nos EUA uma moda paralela à dos grandes estúdios está sendo de filmes cristãos, e de uma forma interessante é que podemos ver salas lotadas em todos que acabam sendo lançados por aqui pela Graça Filmes, claro que nem tudo são flores, pois a distribuidora não bota fé que as pessoas gostem de ler, então só traz filmes dublados para todo o país. Mas isso não vem ao caso no momento, pois a ideologia de "Deus Não Está Morto" é tão bem montada e pautada em situações reais de defesa que ocorreram em algumas universidades americanas, as quais todas são citadas no final do filme, que acabamos nos interessando pelo que é mostrado no longa e acaba sendo até engraçado ver a reação dos demais espectadores que devido o filme ser montado num estilo bem novelesco acabam que vemos muitos conversando e ficando bravos com certas situações que ocorrem.

O filme nos mostra que em seu primeiro dia na universidade, o estudante, Josh Wheaton, terá sua fé desafiada diante de todos os seus colegas na aula de Filosofia. O pretensioso professor Radisson diz não querer perder tempo com tolices e orienta seus alunos, categoricamente, a negarem a existência de Deus. Josh encontra-se dividido ao ter de escolher entre sua crença e seu futuro. Angustiado e nervoso, ele não cede às pressões, provocando a ira do professor. Agora, Josh, terá de defender a existência de Deus para toda a classe. Sem muito apoio, ele questiona se, de fato, pode lutar por aquilo em que acredita.

O roteiro possui uma vertente interessante que vai agradar bem o público para o qual o filme foi desenvolvido e também não decepcionará tanto quem acabar indo de intruso sem saber do que ser trata o filme. Claro que pelo desenvolvimento novelesco demais, onde diversas histórias tanto dos protagonistas quanto do elenco secundário acabam se envolvendo, alguns podem achar o filme um pouco cansativo, mas como a premissa é bem trabalhada desenvolvida, o resultado em si acaba satisfatório. Porém não posso dizer que o filme é perfeito, pois o diretor Harold Cronk com certeza não pôde contar com um orçamento decente para as cenas externas, principalmente as finais, e o filme acaba soando falso nesses momentos, e ao querer dar fechamentos para todas as histórias acabou sendo atrapalhado, de forma que poderiam ter fechado na história do protagonista que já estaria bem feita e agradável, mas como foi abordado 6 histórias, precisariam fechar todas. Claro que esses defeitos técnicos estão perceptíveis mais para quem não for aficionado tanto pela ideologia do filme, que é a proposta religiosa, pois quem for mais envolvido na causa irá apenas curtir o filme sem reclamar de nada com toda certeza.

Mais uma vez não poderei analisar a atuação dos protagonistas pela entonação de voz, pois infelizmente a dublagem está muito ruim, de forma que uma crise de choro pareceu que a pessoa estava engasgada e não chorando, mas vou falar um pouco do envolvimento dos personagens com a história. O jovem Shane Harper se mostrou bem colocado dentro de um papel difícil, que é defender Deus num ambiente onde a maioria parte para o lado científico da coisa que são as universidades, e seus atos durante o longa se mostraram na maior parte bem feitos, claro que a briga do casal nem em novela é tão de boa como ocorreu ali. Kevin Sorbo se fez bem prepotente em diversos momentos como professor, mas quem já fez qualquer faculdade sabe que alguns lá dentro se acham deuses e seus atos ali são justificáveis, porém ao sair de lá, as situações tanto no refeitório quanto em sua casa são tão mal desenvolvidas que como disse deixaram novelesco até demais, e quem sabe numa série caberia desenvolvimentos. David A. R. White faz um reverendo meio em dúvida da sua fé e isso é algo que pode causar discussões grandes dentro de grupos de amigos, então é melhor nem discutir tanto aqui, mas seus atos no longa são bem colocados junto de Benjamin Alfred Onyango Ochieng, que faz um missionário africano. As moças todas tiveram participações bem fracas que tentaram ser encaixadas, mas não convenceram em momento algum com suas histórias, de forma que foram bem jogadas para que tentassem servir de elos para novas tramas, mas acabaram só ficando na tentativa sem muito desenvolvimento. Claro que o ponto da história é desenvolver a fé e os atos de cada um, mas poderiam não ter forçado tanto a caricatura de cada personagem, precisaria ver legendado para saber até onde ficou extremista demais, mas do jeito que nos apresentaram senti pontas fortes que poderiam ter sido amenizados.

Visualmente o filme tem dois momentos interessantes de serem observados, dentro da universidade, pois sendo um campus tem boas locações externas onde os jovens aparecem no melhor estilo de estudos e andanças como em qualquer outro filme, bibliotecas bem encaixadas onde o protagonista a cada momento busca mais informação e uma sala de aula bem bacana onde a história principal desenvolve, todos com elementos cênicos característicos bem colocados para representar tudo sem precisar de legendas, porém quando sai dali, as casas de repouso, casa dos protagonistas e até mesmo a igreja são mostrados tão de relance que parecem ter sido feitos às pressas, e acabam não chamando tanta atenção, ou seja, aonde as histórias paralelas poderiam se desenvolver mais, acabaram correndo e ainda assim optaram por deixá-las na história. O show final ficou bem colocado dentro da trama, claro que deve ter entrado algum dinheiro na produção ou no mínimo algumas trocas musicais para acontecer da forma que ocorreu, mas ficou bem feito pelo local escolhido e por tudo ser encaixado naturalmente. Na questão fotográfica poderiam ter optado por menos câmeras na mão e movimentos mais leves, pois em certos momentos temos quase vertigem com o trepidar desnecessário, além de usarem alguns filtros que não tinham motivo algum de usarem. Enfim, no quesito técnico o filme desapontou bastante, mas como a história se comprometeu de forma coesa, acabou sendo minimizado.

No quesito musical, o filme agrada, principalmente por terem mantido as versões originais com legenda, mostrando que as canções foram bem escolhidas para desenvolver o tema do filme e junto com a banda Newsboys mostraram bem o âmbito que vem crescendo que são diversos ritmos entrando para a música religiosa para atrair mais jovens.

Enfim, é um filme que poderia ser bem melhor, e quem sabe se ver legendado passe até a gostar mais dele, mas da forma que foi apresentado, no interior e pelo que andei consultando na maior parte do Brasil, dublado, e com diversas situações novelescas mal desenvolvidas, o filme fica bem mediano para a maioria que não for assistir ele com o propósito religioso, ou seja, se você gosta de ideias religiosas pode ir que acabará gostando do que verá, mas se você apenas quer um bom filme para curtir tranquilo numa sala de cinema, talvez seja melhor procurar outras opções. Bem é isso pessoal, ia ver ele mais no meio da semana, mas acabou dando certo um horário hoje, e acabei já fechando todas as estreias que vieram pra cá. Volto na quinta-feira com mais estreias, rezando para que finalmente venha uma boa quantidade para nos divertir. Então abraços e até mais pessoal.

PS: Estou dando minha nota com um olhar bem crítico, mas como disse, quem for com um olhar religioso talvez consiga enxergar um 7 ou 8 coelhinhos.


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