Animais Noturnos (Nocturnal Animals)


Não vou me alongar muito, pois como disse outras vezes nessa área aqui do site serão críticas mais curtas por ser filmes que vi em casa (já que não vieram para os cinemas do interior, então vieram de alguma outra forma - no caso aqui através do Popcorn Time), então vamos falar um pouco desse filme digamos um pouco confuso tanto pela edição maluca quanto pelo roteiro que sugere diversas interpretações, chamado "Animais Noturnos". Não digo que é algo comum nem no gênero de terror nem no gênero de drama, ficando bem classificado em diversas categorias, mas não atingindo nenhuma perfeitamente, mas o que posso dizer logo de cara que é um filme complexo e que mostra vertentes comuns de criminosos e que passam muito pelas cabeças das pessoas quando estão dirigindo a noite pelas estradas desertas. Junte a isso a mente maluca de pessoas que por si só já não possuem boa índole e que conseguem se conectar na história escrita por seu ex-marido, e que claramente vai se enxergar ali em diversos momentos, o resultado acaba sendo interessante, mas que vai desapontar muitos que forem ver esperando algo mais bem mostrado por parte da trama.

A sinopse nos conta que Susan é uma negociante de arte que se sente cada vez mais isolada do parceiro. Um dia, ela recebe um manuscrito de autoria de Edward, seu primeiro marido. Por sua vez, o trágico livro acompanha o personagem Tony Hastings, um homem que leva sua esposa e filha para tirar férias, mas o passeio toma um rumo violento ao cruzar o caminho de uma gangue. Durante a tensa leitura, Susan pensa sobre as razões de ter recebido o texto, descobre verdades dolorosas sobre si mesma e relembra traumas de seu relacionamento fracassado.

Sobre a direção de Tom Ford posso dizer que ele pegou um texto bem intrigante e acabou adaptando de uma forma que ficasse visceral, mas que ao cair nas mãos da edição, talvez pudesse ficar menos confuso, já que vamos para a história atual de Susan, vamos para intrigante história do livro, voltamos para Susan pensando, vai para outra parte da história de Susan, voltamos para a do livro, caímos novamente na Susan atual, e por aí vai. Não digo que filmes fragmentados sejam ruins, mas aqui todas as histórias são bem duras e complexas, e claro que se conectam bem para intrigar o espectador e fazer com que tudo seja entendido na forma do rapaz escrever e tentar mostrar um pouco da vida que a mulher assumiu. Digo isso como uma das teorias que consegui achar, mas certamente muitos irão ver de forma diferente. Ou seja, um filme que mostra o estilo que o diretor gosta de seguir, mas que terá de se aprimorar se quiser ficar mais tempo num mundo comercial.

Quanto das atuações, Amy Adams está lindíssima e intrigante com sua Susan, fazendo olhares vagos e mostrando uma personalidade complexa assim como o filme deseja. Jake Gyllenhaal mostrou-se desesperado e bem colocado com seu Tony, trabalhando de forma crível e bem determinada para que o personagem chegasse ao fundo do poço como conseguiu fazer. Aaron Taylor-Johnson mostrou o motivo de ter ganho melhor ator coadjuvante no Globo de Ouro fazendo um marginal da pior estirpe possível com seu Ray, desenvolvendo dancinhas provocativas, olhares pontuais, e emoções a flor da pele que chega a ser até estranho não ter sido indicado em outros prêmios, pois está muito bem colocado. E finalizando Michael Shannon foi duro e bem colocado com seu Andes, fazendo o tradicional xerife que não leva pra delegacia os problemas que não vai conseguir resolver, afinal a justiça é cega e se a lei é torta, damos um jeito sem ela ver.

Dentro do contexto visual a trama foi muito bem trabalhada, cheia de elementos cênicos para se desenvolver, afinal como bem sabemos o começo de trabalho do diretor foi mais voltada sempre para o mundo artístico, e ele não desapontaria entregando um longa simplório, ou seja, reparem em tudo ao redor dos personagens, pois tudo será bem importante de ver. Outro bom detalhe ficou a cargo da direção de fotografia que trabalhou muito bem as cenas escuras, usando de artifícios naturais não soando tão falso, e isso é algo que merece ser bem pontuado quando fazem bem.

Enfim, é um filme interessante, com uma ideia muito boa, mas que devido aos cortes confusos com uma história complexa, vai fazer muita gente acreditar não ter entendido nada ao acabar o longa, mas que se parar para discutir com outras ideias chegará a diversas conclusões. Ou seja, só veja se realmente gostar desse estilo, senão a chance de mudar de canal ou desistir de ver é alta, mesmo garantindo que é um filme bem feito e que vai valer a discussão, não é a melhor maneira de aceitar. Bem é isso pessoal, fico por aqui com mais um texto de filmes vistos fora do cinema, e agora com esse aplicativo, pretendo voltar mais vezes por aqui, então abraços e até breve.

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