O longa nos conta que uma jovem de 26 anos chamada Rosa foge de uma Berlim bombardeada e busca refúgio na casa dos sogros enquanto seu marido está na linha de frente do combate. Ela chega, então, num pequeno e isolado vilarejo perto da fronteira oriental alemã, um local tranquilo e pacífico, mas que, logo, Rosa vai descobrir, esconde um segredo. Na floresta que ronda a vila está localizada a Toca do Lobo, um dos principais quartéis-generais nazistas. Uma manhã, Rosa é escolhida e obrigada pela SS para servir como "provadora". Isto é, junto com outras mulheres, Rosa passa a provar as refeições feitas para o ditador nazista com o intuito de testar se a comida está envenenada. Entre o medo de morrer e a fome, o grupo de mulheres formará alianças, amizades e pactos segredos entre si na tentativa de sobreviver as circunstâncias adversas de sua nova ocupação e da realidade militarizada em que vivem. Em meio ao absurdo da guerra, um laço de solidariedade e resistência silenciosa cresce entre elas.
É interessante observar que o estilo do diretor Silvio Soldini foi de brincar com as facetas menos diretas da Segunda Guerra, pois o ambiente que ele procurou mostrar foi das pessoas que sabiam do que estava rolando, mas ainda assim torcia para a Alemanha ganhar a guerra, algumas até sendo fanáticas pelo ditador, querendo saber mais detalhes da sua vida, ou seja, o diretor fez com que seu filme tivesse um tom até cômico em alguns momentos, e dramatizando alguns outros bons elementos em cena, sendo em suma um filme simples e alegórico, que baseando em um livro ficou até bem criativo na tela, sendo dinâmico e com uma entrega de época satisfatória, que talvez até poderia ser mais intensa, mas sairia da proposta.
Quanto das atuações, o longa tem muitos personagens interessantes, porém o foco maior ficou para Elisa Schlott com sua Rosa bem trabalhada no estilo da capital, meio que destoando bastante das demais mulheres da vila, tendo olhares ressabiados, mas depois da carta que recebeu mudou completamente na tela e deu outra nuance para a personagem, o que foi bacana de ver acontecer. Alma Hasun trabalhou sua Elfriede com olhares bem densos e com uma proposta tão diferenciada para o papel, que não entrega de cara tudo o que tinha nas mangas, sendo uma boa surpresa na essência da trama, e que fazendo uma boa amizade com a protagonista acabou agradando bastante. Ainda tivemos Max Riemelt bem colocado com seu Tenente Albert Ziegler que em entregou algumas dinâmicas intensas com todas as mulheres, e tendo sua virada com a protagonista de uma forma até bem marcante, afinal não dá para entrar na cabeça de uma mulher, mas ela foi ingênua demais. Dentre as demais mulheres vale apenas um leve destaque para Emma Falck com sua Leni, por ser a mais jovem e despreparada ali no meio, mas conquistando um carisma de certo modo com sua entrega.
Visualmente a trama mostrou uma vila bem simples, com a casa dos sogros bem tradicional da época com as dinâmicas ocorrendo na mesa, no rádio com as notícias e claro no celeiro, também tivemos a sala de jantar do bunker aonde as mulheres provaram vários pratos chamativos (sem carne, afinal o longa nos conta que Hitler havia adotado uma dieta vegetariana, e é explicado o motivo), mas tudo bem simples, com soldados trajando suas fardas tradicionais, as jovens com roupas mais desgastadas, e a protagonista por ser de Berlim tendo até um vestuário um pouco mais rebuscado.
Enfim, é um filme simples, bem feito e com uma proposta diferente de todos os demais filmes que já tinha visto envolvendo a Segunda Guerra Mundial, então só por isso já faz valer o play nele dentro do Festival, então aproveitem enquanto está de graça. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais uma boa dica, então abraços e até logo mais.







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