Kong: A Ilha da Caveira em Imax 3D (Kong: Skull Island)

3/11/2017 02:59:00 AM |

Quando vejo roteiros do estilo de "Kong: A Ilha da Caveira" só consigo pensar como alguém teve a ideia de fazer um filme desse estilo, pois mesmo sendo pura ficção (sim, não dá para imaginar um macaco real do tamanho de uma montanha arremessando helicópteros como se fosse pipoca pro ar!), a ideia completa acaba soando convincente e tão interessante de ver que nos remetemos à diversos outros bons filmes e acabamos empolgando sem parar com cada nuance de ação. Não digo que seja algo perfeito, mas tudo é tão grandioso e cheio de bons efeitos dentro de uma cenografia ímpar que saímos vibrando com tudo querendo mais e mais da Equipe Monarch (a qual é apenas falada no começo um pouco, e depois numa cena pós-crédito é melhor mostrado diversas conexões com outros filmes que já passaram e irão passar mais para frente). Ou seja, um filme muito bem feito que merece ser visto na melhor sala possível pela qualidade do som e dos efeitos (vi na Imax do UCI Ribeirão Shopping e só com a nova abertura temática do filme já começa arrepiando), pois mais que um filme que conta uma história bem anterior às que já vimos do grande macacão, e que vai se conectar à outras histórias, o longa se vale mais pela boa dinâmica, ação incrível e sons que arrasam quarteirões, e assim sendo, com boas cenas 3D de imersão e expulsão, o resultado é impactante em grandes salas.

O longa conta a história de uma diversa equipe de cientistas, soldados e aventureiros que se unem para explorar uma ilha mítica e intocada no oceano Pacífico, tão bela quanto perigosa. Longe de tudo e todos que podem os ajudar, a equipe se aventura no território do poderoso Kong, dando início à maior das lutas entre o homem e a natureza. Quando sua missão de descoberta se transforma em uma missão de sobrevivência, a equipe deve lutar para escapar de um paraíso primitivo ao qual a humanidade não pertence.

Não conhecia o trabalho do diretor Jordan Vogt-Roberts, mas com base em diversas cenas com referências à "Apocalipse Now" entre outras grandes obras visuais, podemos dizer que o diretor sabe bem aonde encontrar material para que seus longas fiquem incríveis, e sem dúvida alguma o trabalho que ele fez ao misturar muitas cenas filmadas (por mais incrível que possa ter sido feito) com uma computação primorosa, o resultado completo que conseguiu foi algo para literalmente babar na tela. Não digo que todos os efeitos sejam algo minucioso de ver, mas funcionaram tão bem, foram nojentos na medida certa e trabalharam tanto em primeiro plano, que em diversas cenas (muito bem pensadas) quase estamos junto com a equipe de exploradores no meio da ilha, e ao desenrolar a história passamos a conhecer cada um melhor e ir torcendo para que alguns morressem e outros não, o que é interessante de acontecer em obras de ação. A história toda da ilha poderia ser melhor contada, e acho difícil fazerem um prequel do prequel que já é esse longa, mas valeria sabermos mais da Monarch, valeria conhecer um pouco mais da civilização que mora na ilha e claro sua devoção por Kong, seria apto trabalhar tudo para que aí sim chegasse a expedição e começasse a pancadaria, mas aí teríamos um filme longo e que muitos não gostariam de ver pela falta de ação, então pensando dessa forma, o resultado rápido do roteiro é interessante, mesmo que resolvido de maneira torta, pois alguns momentos são completamente desnecessários para o longa, mas acabam funcionando, então porque cortá-los? Deixa assim, compre pipoca e seja feliz vendo tudo voar pelos ares.

O longa em si não pode ser considerado um filme de boas interpretações, pois basicamente em longas de ação o que acabam fazendo são diversos coadjuvantes que correm, atiram e até se conectam em algumas situações, mas nada que faça você ficar impressionado com algo, mas claro que temos que começar enaltecendo o ótimo trabalho de captura de movimentos de Tobby Kebbell que não bastasse fazer bem o Kong, com movimentos precisos, muita desenvoltura e impactando sem parar, ainda está bem aparecendo como Chapman, que até possui boas cenas, mas vai ficar marcado como o pai que quer mandar uma carta para o filho e não sabe o que escrever. Samuel L. Jackman é sempre um ator impactante em qualquer papel que pegue, e aqui seu Packard vem com tudo fazendo ações desmedidas sem freio e caindo como uma luva nos momentos que necessitaram de olhares impactantes, mas poderia ainda ter sido bem mais forte em alguns momentos. Tom Hiddleston até fez bem seu Conrad, mas é um personagem meio que jogado na trama, então nem temos assim momentos que o destaque, claro que poderá servir bem numa continuação, mas aqui faltou um pouco mais de sua história anterior para valer a pena um ator do seu calibre. Depois de vencer o Oscar no ano passado está chovendo papeis para Brie Larson, e a atriz sabe sempre mostrar disposta para boas expressões, mas aqui sua Weaver é tão simples, que nem nos seus dois momentos impactantes conseguimos nos conectar a ela, e olha que é uma moça muito bonita para ficarmos olhando, e claro que seus dois momentos foram completamente esperados visto que não deixariam de fora os momentos clássicos de outros Kong's. Outro que mais enfeitou do que atuou foi John Goodman com seu Randa, pois inicialmente esperamos uma coisa dele, depois ficamos esperando ele mostrar um pouco mais de suas asinhas, mas vai fluindo apenas como conector sem funcionar como disparo que é o que desejávamos ver, ainda mais sendo o bom ator que tanto sabemos que é. Agora sem dúvida os melhores momentos da produção ficaram a cargo de John C. Reily com seu Marlow, pois embora tivéssemos a certeza do personagem aparecer com a abertura que tivemos, o ator soube colocar diversão nas explicações sobre a tribo, Kong e tudo mais que pode contar sobre os seus quase 30 anos de ilha, e com uma conexão ímpar de visual com dinâmica agradou do começo ao fim. Dos demais atores todos tiveram boas conexões e até puderam ter momentos-chaves para se destacar um pouco, mas sem dúvida temos de pontuar mais Corey Hawks como Brooks e Tiang Jing como San, que inicialmente aparentavam ser enfeites, mas que acabaram fechando bem em grande estilo.

Dentro do conceito visual é fato falarmos sobre as ótimas locações na Austrália, Vietnã e Havaí, pois conseguiram conectar bem cada cena nos diversos ambientes da exótica ilha com as cenas filmadas em estúdio, colocando muitos elementos bem pontuais para que pudessem ter algumas conexões, e principalmente cada momento fosse marcante. E junto com a equipe de efeitos especiais, a computação gráfica de cada um dos bichões gigantes, e até mesmo dos pequeninos foram compensados com muitos detalhes visuais, muitas cores e que a cada momento fosse colocado para jogo junto com muitas explosões e tiros, ou seja, um filme realmente aonde a ação se faz valer. Como disse no começo do texto, a equipe de fotografia usou muitas referências visuais e ângulos baseados no clássico "Apocalipse Now", e assim sendo temos muito laranja, muitos tons contrastantes e claro cenas aonde os elementos cênicos funcionassem bem com a ambientação, ou seja, algo realmente bem bonito de ver. Sobre o 3D já pontuei um pouco no começo, mas volto a frisar que mesmo sendo convertido na pós-produção, o longa foi bem planejado nas filmagens para que as cenas convertidas funcionassem tanto em profundidade de campo, quanto nos momentos em que algum bicho sai para fora da tela ou arremessa algo em direção do espectador, agradando bastante nos momentos em que é usado, pois como bem sabemos longas convertidos não ficam em tempo integral usando dos efeitos.

Enfim, é um longa que não esperava me empolgar como acabei empolgando, mas que até possui diversos problemas, principalmente na falta de uma história melhor sobre a ilha em si, mas como disse isso mudaria o foco da trama de ação desmedida para um longa mais histórico, e certamente essa não era a opção dos produtores. Portanto se você gosta de um longa com muita ação, fica a dica para uma boa curtição, e volto a frisar que veja na maior sala de sua cidade, pois temos o maior Kong da história com quase 100m de altura, então não vamos ficar vendo em salinhas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas essa semana está bem recheada de estreias, então abraços e até breve.

6 comentários:

Anônimo disse...

Primeiramente agradeço muito por sempre estar explicando para nós e dando uma dica excelente e opções de filmes que valem a pena serem vistos ou não na tecnologia 3D. parabéns"

Fernando Coelho disse...

Valeu amigo Anônimo, estou aqui para isso!! Abraços!

Unknown disse...

Boa noite Fernando. Sobre o visual e o 3D , concordo com vc. Mas o filme é muito ruim. Roteiro sem sentido, piadas sem graça, massante de assistir em alguns momentos. Acho que a nota 8 não vale. Daria um 6

Fernando Coelho disse...

Olá Erica, realmente o filme tem coisas bem massantes, mas gosto tanto desse estilo mais tosco que apenas vai conectando outros filmes, que me entretém... mas como diz minha vó, gosto cada um tem o seu... abraços!

WALTER CARNEIRO disse...

É lamentável que o redator não entendeu o espírito desse filme. KONG, A Ilha da Caveira é um filme para quem quer ação+emoção+imersão 3D. Esse é um dos pouquíssimos filmes produzidos em 3D (mesmo pós produção 3D) que trás aquilo que todo mortal comum anseia em filmes 3D: efeitos "pop-out", objetos saindo para fora da tela para nos assustar. 3D só com profundidade infinit, sem "po-out" não tem graça nenhum,só para os articulistas que odeiam 3D, motivo pelo qual o público está deixando de comprar filmes blu-rays 3D, além do preço proibitivo dos lançamentos, e não é por causa dos óculos porque 3D a gente só assiste apenas de vez em quando, diferente dos filmes 2D. Não vejo a hora do blu-ray 3D desse filmes baixar de preço. Foi o único filme 3D que recebeu elogios efusivos do pessoal do site www.blu-ray.com. pelos seus efeitos 3D.

Fernando Coelho disse...

Olá Walter, não entendi o motivo de você falar "lamentável"... elogiei o 3D do filme mais do que uma vez, aliás como você disse, foi um dos melhores 3D desse ano! Então abraços!

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...