As Mil e Uma Noites - Volume 2: O Desolado

12/16/2015 01:46:00 AM |

Garanto que hoje vou ser bem sucinto com meu texto sobre o escolhido de Portugal para uma vaga no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, "As Mil e Uma Noites - Volume 2: O Desolado", pois pela primeira vez um longa me incomodou tanto com tantos absurdos na tela, que tentaram incorporar cultura, diversidade e até mesmo algumas simbologias, mas a cada cena nova é tanta enrolação sexologia barata e loucuras que não tem como sair feliz da sessão, e a duração de 131 minutos aparenta ter bem mais! Muitos vão falar, mas não precisa ver o primeiro para ver esse, a resposta é clara: não! Pois logo na introdução é explicado o mote da trama toda, que é a quebra da economia portuguesa, que deixou vários desempregados, sem comida e tudo mais, numa determinada época e cada história nova é contada usando essas visões. Ou seja, até estava com vontade de ver o 1 e o 3, mas vendo como esse segundo é tão chato e bagunçado, só se realmente vier para o cinema, pois tentar ver em casa nem pensar.

O longa completo possui 6 horas, e nos mostra que aprisionado por sua própria equipe de filmagens, o diretor Miguel Gomes segue contando histórias fantasiosas e pitorescas inspiradas na crise econômica vivida por Portugal entre os anos de 2013 e 2014, assim como fez Xerazade no livro "As Mil e Uma Noites". Os contos deste volume dois são "Crônica de Fuga de Simão 'Sem Tripas'", "As Lágrimas da Juíza" e "Os Donos de Dixie".

A ideia até que é boa, mas não precisavam viajar tanto na concepção, colocar tantos absurdos visuais e abusar de que o público construa mentalmente um mundo paralelo que ligue as duas coisas, poderiam atacar tudo logo de cara sem fazer isso. Claro que textos políticos sempre chamam atenção, e o diretor e roteirista Miguel Gomes conseguiu toda a atenção de Portugal e do mundo para o seu filme, mas se você não for um apaixonado por metáforas visuais abusivas, passe bem longe da ideia criada.

Vou pular a parte que costumo falar sobre os atores, pois não dá para destacar ninguém sem ser o cachorro Dixie, que teve grandes performances. Então vou direto ao ponto artístico da trama, que tem um certo valor com toda a certeza, pois logo no primeiro conto temos uma locação bem no meio do mato com uma ótima fotografia amarelada que impressiona a cada ato, mas não chega a lugar quase nenhum com isso, o que é muito triste. No segundo conto, temos diversas figuras bizarras interessantes pelo figurino e que acabam chamando bastante atenção e certamente deu muito trabalho para a equipe de arte. Enquanto no último conto, ao passar por diversos apartamentos de um conjunto popular, a equipe teve um grande trabalho em conceituar cada ambiente da melhor forma possível que tanto conhecemos na semelhança com os apartamentos coletivos das construtoras populares daqui do Brasil, ou seja, tudo é bem visto, mas nada mostra nada que empolgue.

Enfim, diferente de outros longas que até falo demais, nesse aqui prefiro deixar claro que não tenho o que elogiar ou pontuar, pois tudo incomoda, tudo é enrolado demais e as horas custam a passar, tornando um martírio assistir à trama. Portanto não recomendo ele para ninguém, se quiser ver é por sua conta e risco. Infelizmente termino a Itinerância da Mostra Internacional com esse filme, mas foi algo bem proveitoso e com bons longas. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com a única estreia da semana e uma pré que veio para o interior, então abraços e até breve.

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