Epa! Cadê o Noé? (Ooops! Noah is Gone...)

2/08/2016 10:36:00 PM |

Já falei uma vez aqui, que se existe um gênero que sempre dá para ganhar bilheteria dobrada é o de animação, pois geralmente crianças não vão sozinhas ao cinema, sempre levando ao menos um familiar, quando não vários amiguinhos. E hoje plena segunda de Carnaval, o programa clássico para quem não viajou foi levar a criançada para os shoppings e cinemas da cidade, e com isso a sessão de "Epa! Cadê o Noé?" estava abarrotada de crianças. Dessa maneira pude fazer minha tradicional análise de animações, que consiste em ver se o longa segura os pequenos nas cadeiras, a chance de sucesso é algo que dá para medir bem o filme, e aqui foram bem poucos os que saíram para banheiro ou ficaram fazendo algazarra, ou seja, um filme que agradará bastante a criançada, pois além de conter boas lições, também possui um colorido vibrante, que acaba chamando bastante atenção dos pequenos, mesmo que para isso precisaram sair completamente do nexo realístico de uma história.

A história nos mostra que é o fim do mundo e uma enchente está chegando. Uma arca é construída para salvar todos os animais, mais Dave e seu filho Finny, um par de Nestrians desajeitados, são excluídos. Escondidos a bordo com a ajuda involuntária de Hazel e sua filha Leah, dois Grymps, eles pensam que estão a salvo. Até a curiosidade das crianças distraí-las e levá-las para fora da arca. Agora, Finny e Leah precisam sobreviver a predadores famintos, a inundação e tentar chegar ao topo de uma montanha, enquanto Dave e Hazel deve colocar de lado suas diferenças e salvar seus filhos.

É sempre interessante ver trabalhos de outros países que não sejam dos tradicionais estúdios americanos e europeus, pois utilizam de técnicas diferenciadas para agradar e chamar atenção, e até mesmo trabalhando designs estranhos conseguem passar sua mensagem ao final do filme. Claro que se olharmos logo de cara para o trailer do filme, vamos achar que o absurdo vai predominar na trama, mas não, os diretores souberam conduzir bem tudo o que queriam fazendo uma trama bem dinâmica e colorida, sem tempo para firulas, o que é bem divertido de acompanhar. E mesmo que faltando um pouco de carisma para alguns personagens, souberam dosar as piadas com as lições de moral, e o resultado acaba sendo bacana de ver.

Sobre os personagens, Finny é amoroso e carismático, e sua luminescência acaba sendo interessante em diversos momentos para ajudar seu grupo, e além disso deram uma dublagem bem bacana para que ficasse gostoso de acompanhar o protagonista. Por outro lado, Leah acaba saindo como chata em exagero, daquelas garotinhas mimadas e que reclamam de tudo (ri demais com uma mãe na sala falando pra filha que essa personagem tinha de apanhar pra aprender a não ser tão chata), mas claro que esse foi a forma que encontraram para passar o que desejavam, e assim sendo foi um acerto também. Dave e Hazel até possuem certas cenas cômicas interessantes dentro da arca, mas nada que chame muita atenção, aliás, tudo o que acontece dentro da arca é quase tão inútil que se quisessem eliminar (o que acabaria com o nome do filme) seria bem tranquilo, e não perderíamos praticamente nada. Obesey é um personagem bem estranho e acabamos ficando confusos com tudo o que acaba acontecendo em sua trajetória, pois inicialmente pensamos ser uma coisa, depois fica sendo outra completamente diferente e estranha, para no final voltar a ser o que pensamos, ou seja, algo completamente confuso, mas que no contexto geral agrada. Os vilões da trama são abobados demais, e de certa maneira acabam mais divertindo do que deixando o público com raiva deles, e isso é algo que funciona bem.

No contexto cênico, tivemos boas sacadas de cenários e texturas, sempre procurando usar o máximo de cores possíveis para envolver os pequenos, mas os três momentos que misturaram a ideia da cena com jogos de videogame foram sem dúvida alguma os melhores de acompanhar. Embora o filme não tenha saído em 3D, é possível notar diversas cenas aonde a tecnologia certamente funcionaria, e com isso, quem sabe o longa acabe saindo em home-vídeo também em versão tridimensional, o que não seria algo que incomodaria, pois trabalharam bem profundidades e cenas com movimentos em primeira pessoa para dar uma boa angulação visual, o que é bem legal.

Enfim, não é uma grande obra prima, mas agrada bastante e certamente vai divertir os pequenos que forem assistir a trama nos cinemas. De certo modo recomendo que os pais levem eles, pois vai divertir também os mais velhos, mas nada daquelas tramas que você racha de tanto rir, sendo algo mais simples e bem feitinho mesmo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a última estreia dessa semana carnavalesca, então abraços e até breve.


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