Possessão

10/27/2012 01:27:00 PM |

Um tipo de filme que estava sumido dos cinemas é o terror de história, aquele que não necessita ficar assustando o público a todo momento para que tenha uma densidade de medo e coisas obscuras. E o longa "Possessão" que veio em pré-estréia para o interior é um novo exemplo desse modo de filme, que faz com que o espectador fique aterrorizado com a história, principalmente sabendo tanto pelo trailer quanto pelo poster acima, ou ainda nos escritos do início do filme que foi baseado(isso não significa que ocorreu exatamente da forma representada no longa) em fatos reais.

O filme nos mostra que uma jovem compra uma caixa antiga em um estaleiro, sem saber que dentro dela vive um espírito malicioso antigo. Os pais da menina se unem para lutar contra a maldição que a domina.

A história em si realmente não é muito grande, mas praticamente tudo que se passa nos 29 dias que uma família sofreu com um demônio é mostrado no longa, onde cada ato é bem demonstrado pelo diretor dinamarquês Ole Bonerdal que embora tenha tido um grande nome por trás da produção foi bem econômico com cenografia para ele. Um ponto que poderia ter sido melhorado e incomoda um pouco é a todo momento termos cortes secos em alguma cenas e em seguida voltar para panôramicas voando pelas casas, que praticamente não tem nenhum sentido útil para o longa.

As atuações em si estão bem colocadas e os personagens se mostram bem apavorados com o que acontece em cena, não deixando aberto para furos de interpretação em quase nenhum momento.Algumas cenas de Jeffrey Dean Morgan são bem interessantes com sua preocupação com a filha e só mostram o bom ator que é, mas as cenas como treinador de basquete não dizem praticamente nada para o longa, bem como para sua atuação. Natasha Calis é mais um exemplo de criança que faz filme de terror e se dá bem, pois pelas séries de TV que fez vemos que só fez coisas macabras, e faz bem aqui de uma forma que algumas cenas ficamos nos perguntando se víssemos uma pessoa dessa forma na rua se não iríamos sair correndo. Kyra Sedgwick quase não tem cenas no longa, mas também não se fez muito por merecer, pois tirando a cena da cozinha se faz uma mãe evaporada de tudo das cenas completamente diferente do que prega na história do filme. Matisyahu é um bom exemplo de pessoas que interpretam sua própria ideologia de uma forma íntegra, pois sendo pertencente realmente à idéias que o filme possui, ele faz um judeu que vai "exorcizar" o demônio de suas formas com muita interpretação nos olhos e falas, e faz muito bem. Os demais personagens praticamente nem possuem falas ou interpretações que necessitem ser reparadas, mas também não atrapalham em nada.

Como disse no início, a cenografia é bem econômica, passando por poucos cenários(3 casas, 1 hospital, 1 sinagoga e 1 quadra de basquete) e em quase todas o que vemos são bem poucos objetos cênicos que fossem valorizar onde estão os personagens, tanto que a todo momento alguém tem de falar onde está para ser situado. O único objeto bem colocado é a caixa hebraica e as mariposas, que chegam a ser bem nojentas e espero que tenham sido digitais, senão coitadas das crianças. A fotografia escura com nuances de cores apenas em alguns momentos é bem interessante e ajuda bastante na criação de clima para o filme pois como disse não é um filme que irá ficar te dando sustos repentinos como vem sendo a última safra de filmes de terror.

A trilha sonora do longa também é bem marcante, e é a mesma que acompanha o trailer, fazendo com que nos momentos mais tensos do filme ela impacte de forma mais elevada mostrando que o bicho vai pegar. Muito boa a escolha feita.

Enfim, não diria que é um filmaço, mas pros fãs de terror que não necessitam de serem assustados a cada dois minutos para ficar com medo de um filme, é um bom exemplo e faz valer o ingresso. Porém aqueles que só ficam com medo de filmes quando se assustam a toda hora, pode esquecer que não irão gostar muito do longa não. Poderia ser mais enxuto com as cenas desnecessárias de basquete e de vôos sobre a casa, mas acabaria se tornando um média-metragem se removesse tudo. Bem é isso, fico por aqui e mais tarde tem mais por aqui. Abraços e até lá.


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