Em Um Mundo Melhor

10/01/2011 05:57:00 PM |

Alguns filmes são facílimos de comentar, outros pesam tanto em nossa mente que não sai quase palavras para redigir um texto. "Em um Mundo Melhor", vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2011, está bem encaixado nessa segunda opção, não por ser um filme ruim, muito pelo contrário, é um ótimo drama, bem forte e de uma densidade impar. Porém falar dele é basicamente entrar em questões etnológicas e até um pouco psicológicas e talvez com a visão de cada pessoa o longa seja extraído de formas diferentes.

O  longa mostra Anton, um médico que divide sua vida numa idílica cidade da Dinamarca com o trabalho num campo de refugiados africanos. Nesses dois mundos distintos, ele e sua família enfrentam conflitos que os levam à difícil escolha entre a vingança e o perdão.

A sinopse do filme, já diz basicamente a essência dele e é nisso que eu falei no primeiro parágrafo que muitos irão ter visões diferentes, alguns tenderiam a achar errado(e porque não frouxo como diz o filho de Anton) a atitude dele de perdoar tudo ao invés de ser impulsivo(e porque não vingativo) como é Christian, e outros já analisarão completamente o inverso. Com esse jogo de opostos o longa nos prende a atenção do do início ao fim e mais do que isso nos joga como diz na sinopse em dois mundos bem distintos e até num terceiro que seria até onde nossa imaginação(perdoável ou vingativa) pode fluir.

Da parte dos atores, todos estão perfeitos, mas os dois personagens principais, que pra mim são Anton(Mikael Perbandt) e Christian(William Jøhnk Nielsen) destroem em cena. Mikael faz as pessoas terem ao mesmo tempo dó de seus atos em cena na cidade e orgulho nas cenas que faz no campo de refugiados. E o garoto William faz qualquer outro protagonista infantil da atualidade se curvar para suas feições de ódio e de boa interpretação das falas.

Por serem dois mundos realmente distintos, a diretora Susanne Bier soube dosar o longa usando boas imagens extras sem a necessidade de interpretações para fluir a história e com isso apoiada por belas imagens do diretor de fotografia que agradam em cheio.

Da parte de trilha sonora, até temos bons momentos de tensão pontuados, mas em alguns momentos achei a trilha alegre demais destoando um pouco, não que prejudique a essência do longa, mas fica confuso de misturar emoções.

Enfim, é um longa que vai destoar completamente as opiniões, não vai ser um nem dois que vão odiar ele bem como não será a mesma quantidade que irá adorá-lo. Na minha opinião, mesmo que ainda não tenha visto todos os que concorreram ao título de melhor filme estrangeiro, eu gostei de forma que ele se fez por merecer ter levado. Recomendo por ser algo principalmente diferente do que estamos acostumados a assistir, a escola dinamarquesa de cinema não é tão incomum mas é agradável. É isso, fico por aqui hoje, mas volto mais  tarde com mais uma opinião por aqui. Abraços.


2 comentários:

Wesleyaxé disse...

É um filme impactante que merece ser visto com muito carinho. Chocante em partes, sensível em outras e coeso como um bom filme que de uma estória que feita de forma simples te prende até o final do filme. Mostra como é importante a criação que os pais dão aos filhos, e prestarem atenção aos seus dias em meio à tantas tribulações e que aí além da criação ainda tem a influência de fora.

É muito bom quando não se dá nada pelo filme e aí vem uma grata surpresa com um filme muito bem feito, daí a importância as vezes de assistir sem grandes pretenções.

Ótimo filme!

Fernando Coelho disse...

Pois é Wesley, é um filme que não dava nada por ele e me surpreendeu demais, essa questão da criação é mostrada com luvas, ao mostrar o envolvimento dos pais de ambas as crianças. Enfim como você disse um Ótimo Filme. Valeu pelo comment. Abraços.

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