Área Q

5/28/2012 12:29:00 AM |

Desde que vi o trailer de "Área Q" nos cinemas, achei o filme intrigante, mas não me parecia ser algo bom. Porém como na minha opinião um dos melhores filmes brasileiros que já assisti continha atores estrangeiros e era falado em sua maioria em inglês, praqueles que não sabem adoro "Olhos Azuis", fiquei na expectativa da estréia por aqui, o que foi adiado por quase 3 meses para vir pro interior devido a pouca quantidade de cópias. E agora após assistir, não diria que é um filme excelente, mas tem uma história bem intrigante e um desenrolar bacana, pecando apenas por efeitos fracos e alguns pontos confusos, mas que se abstraídos podem até sair como um filme para se pensar bastante.

Thomas Mathews é um repórter conceituado no meio jornalístico. Com o desaparecimento de seu filho, a carreira e a vida pessoal entram em declínio. Contrariado, Thomas acaba aceitando fazer uma reportagem no Brasil para investigar contatos imediatos de primeiro, segundo e terceiro grau. Já no Ceará, nas cidades de Quixadá e Quixeramobim, numa região conhecida como “Área Q”, Thomas encontra João Batista, morador local com explicações sobre o que tem acontecido naquela região e, acima de tudo, sobre o filho desaparecido do jornalista. Thomas resiste em acreditar no que ele mesmo testemunha, mas, aos poucos, vai perdendo seu ceticismo diante de eventos evidentemente inexplicáveis.

Como disse, a história é bacana e intrigante. A galera mais cética com certeza vai detestar, ou melhor nem assistir, pois já verá com todas as pedras na mão. Mas analisando como filme de ficção sem entrar em detalhes sobre acreditar ou não em abduções extraterrestres, achei bem legal a forma como foi colocado, claro que aluns pontos do longa ficaram um pouco confusos e por ter poucos personagens, os sumiços e aparecimentos em quadro ficaram meio pecaminosos. Porém mesmo com esses defeitos gostei da opção de ter diferentes planos sem ficar preso a câmera na mesma posição sempre, o que se costuma muito ver nos filmes brasileiros.

No quesito atuação, Isaiah Washington faz bem seu papel, como jornalista cético, apesar de recair muito facilmente. Murilo Rosa, que teve 3 atos no filme, no primeiro não convence como peão de roça, ficou bem falso, no segundo como filho crescido do seu papel inicial ficou muito bobo nas suas falas, porém conseguiu sair razoável no seu terceiro ato já como abduzido declamando bons textos, embora aqui exista um dos problemas do filme que vinha todo sendo sempre que alguém falava com o personagem de Isaiah era falando em inglês e ele respondendo em inglês, afinal estavam se entendendo, e no segundo momento que aparece para Thomas ele fala seu longo texto em português e Thomas entendendo responde em inglês, ficou problemático. O personagem de Tania Kalil é misterioso, mas quando todos se convencem dela temos uma mudança completa de planos, o que é bacana para a história, mas confuso para o espectador. Os demais personagens são todos coadjuvantes de luxo com alguma fala, mas dentre esses posso destacar o guia e interprete de Thomas, Ricardo Conti que faz bem o que praticamente todos os guias de turismo fazem, mostrar tudo aos gringos e não traduzir algo que ache que não convém que tenha sido dito.

Um dos pontos bacana que a produção, juntamente com a equipe de figurino fez foram as mudanças de visual dos personagens para cada ano que se passa do filme, pois consegue discernir melhor para os espectadores que um tempo passou, e claro para não precisar(apesar de que o filme faz questão de focar o calendário) explicitar datas. A fotografia também aproveitou dos cenários escolhidos pela arte para valorizar a natureza árida do sertão do Brasil sempre pegando planos bem abertos o que ficou legal. Em termos técnicos mesmo o único problema que ainda tem de ser melhorado bem no Brasil é o quesito efeitos visuais que sempre pecam por usar os padrões AfterEffects que qualquer aluno de curso faria igual ou melhor.

Enfim, como disse é um filme intrigante que tem alguns pequenos defeitos, vale pelo conteúdo da história e pela tentativa de passar a velha lição ecológica para salvarmos o planeta, mas tirando isso é apenas um filme mediano. Fico por aqui, essa semana ainda tem um filme que fiquei devendo da semana passada, então abraços até breve pessoal.


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