O Protetor 2 (The Equalizer 2)

8/17/2018 01:05:00 AM |

Em 2014 já havia cantado a bola no dia que conferi "O Protetor" dizendo que certamente fariam mais continuações, pois com um ótimo timing, uma direção perfeita e ótimas cenas dinâmicas, o resultado acabava sendo o pacote perfeito para quem gosta do estilo, e eis que agora quatro anos se passaram, Denzel envelheceu um pouco, mas ainda esteve em completa forma para entregar em "O Protetor 2" muita ação e desenvoltura, tendo até mais história para contar, criando um filmão daqueles que entramos na sala esperando algo bom, e saímos completamente satisfeitos com tudo o que nos é entregue. Claro que diferente do primeiro que ele saía socando aos montes, aqui ele já faz uma jogada mais orquestrada, com detalhes mais precisos, lições mais bem colocadas, mas ainda com um charme clássico e interessantíssimo de ser acompanhado, ou seja, um bom longa de ação policial, cheio de dinâmicas bem colocadas, mas que infelizmente falha em um detalhe: entrega rapidamente sem quase nenhum mistério, quem é o envolvido, claro que para termos as boas cenas de pancadaria e caçada, mas que certamente um pouco mais de mistério faria do longa algo mais incrível ainda. Digo que vale muito a conferida e que quem gostou do primeiro irá gostar do segundo, e quem sabe até pode surgir um terceiro para termos uma trilogia interessante.

O longa nos situa em Massachusetts, nos Estados Unidos, aonde Robert McCall agora trabalha como motorista, ajudando pessoas que enfrentam dificuldades decorrentes de injustiças. Quando sua amiga Susan Plummer é morta durante a investigação de um assassinato na Bélgica, ele decide sair do anonimato e encontrar seu antigo parceiro, Dave (Pedro Pascal), no intuito de encontrar pistas sobre o autor do crime.

O estilo do diretor Antoine Fuqua é daqueles que todo fã de filmes de ação gosta, pois ele consegue surpreender com pequenas cenas, criar dinâmicas bem exploradas a partir de detalhes singelos que os roteiristas lhe entregam, e principalmente colocar o filme como algo pronto para que o público curta na sua duração integral, não deixando pontas soltas para demais capítulos, nem necessitando que você lembre o que aconteceu quatro anos atrás quando viu o outro longa, pois a ideia presente é mantida na essência do personagem, e a história funciona bem como algo completamente novo e bem colocado. Ou seja, é claro que vão ter momentos que você vai se perguntar se ocorreu isso no outro filme, que parte você perdeu e tudo mais, mas isso não vai importar, pois a ideologia acaba dominando e uma nova sentença acaba fluindo para que o público se encaixe com tudo o que está sendo mostrado, e assim sendo conseguimos enxergar da mesma forma que acontece no primeiro filme, que a interação entre o protagonista e o diretor é quase algo de pensamento, pois Denzel aparece aonde o Fuqua desejava que ele aparecesse, e Fuqua filma a cena pensando exatamente aonde Denzel entregaria seu melhor ângulo, num balé intenso e cheio de bons momentos, que vão num crescente bem organizado, na mesma velocidade que o furacão/tempestade vem chegando até os EUA, até chegarmos numa gloriosa cena cheia de lutas, tiros, e claro, uma tempestade a toda força.

Chega a ser até barbada falar da atuação de Denzel Washington, que com seus 64 anos consegue não apenas criar boas dinâmicas de luta e muita ação, como ser pertinente para que seu McCall tenha um semblante de velho mesmo, mas completamente coeso nos trejeitos, nas falas bem encaixadas, e claro nos diálogos prontos para soarem interessantes dentro da proposta da trama, ou seja, como sempre genial. Pedro Pascal é um ator que costumeiramente ficava sempre em segundo plano na maioria dos longas, mas que vem num crescente de bons personagens, assumindo papeis principais e aqui com seu Dave acabamos até nos conectando com seus ideais, mas acabou fazendo trejeitos tão simples que pegamos a ideia logo na sua primeira cena, o que não é legal para um filme policial que precisa criar um certo mistério. Melissa Leo tem poucas cenas, mas como sempre é bem colocada e interessante no que faz, de modo que sua Susan acaba chamando a atenção e agrada no resultado final, embora sua luta tenha sido algo tão bizarro que mais rimos do que ficamos felizes com o que faz na cena. Com Ashton Sanders acaba ocorrendo quase que o mesmo de Pascal, tendo um personagem que sabemos o que vai acontecer com ele, e mesmo que fiquemos bravo com isso, seu Miles vai fazer tudo errado, mas o jovem ator até trabalhou bem com expressivas tenacidades e não erra muito. Dentre os demais, a maioria apenas da conexão para a trama, mas não podemos deixar de destacar Orson Bean como o velhinho simpático Sam que McCall acaba ajudando, e não pela atuação, mas mais pela evaporação de Bill Pullman na cena em que o protagonista o salva, quase ficando como algo falho.

No conceito cênico, a trama agrada novamente pela grande quantidade de detalhes, com cenas cheias de elementos cênicos para serem usados como armas e armadilhas que o protagonista usa assim como no primeiro filme, mas a grande sensação da equipe cênica foi usar uma tempestade/furacão como parte alegórica da trama, tendo as cenas sendo preparadas para o grande ápice, e no momento certo tudo usado com primor incrível para que o filme ficasse ainda mais tenso com a grande ventania de coisas indo para todos os lados. A fotografia aqui melhorou consideravelmente em relação ao primeiro longa, pois não abusaram tanto de cores escuras, e cada dinâmica acabou sendo melhor desenvolvida com tons mais claros e em alguns momentos usando até cores chamativas para puxar a atenção do público aonde o diretor desejava.

Outro ponto que vale a pena ser destacado é a mixagem de som, pois mesmo não conferindo o longa na sala Imax (que está sendo exibido também em 2D, usando uma conversão para o formato, o que deve ficar interessante!), temos barulhos vindo de diversos canais diferentes na sala, fazendo com que ouvíssemos os tiros sendo dados por diversos ângulos, os barulhos dos ventos vindo de outro lugar, peças caindo, o que resultou em algo muito interessante de conferir e parar para ouvir (claro, que aqui friso para que quem goste disso veja legendado, afinal diversos canais são eliminados na dublagem!).

Enfim, temos uma grande obra, que sim possui alguns defeitos cruciais para que ficasse perfeito, mas a grande sacada de manter praticamente toda a mesma equipe técnica do filme anterior, fez com que o longa tivesse a mesma essência e agradasse bastante quem gostou do primeiro filme, ou seja, um filmaço que vale a pena conferir. Claro que esses defeitos vão fazer com que muitos reclamem, mas ainda assim iremos torcer para que façam um terceiro longa para fechar com chave de ouro uma trilogia interessante de praticamente um super-herói sem poderes, mas que está pronto para proteger quem precisar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, afinal essa semana está bem recheada de estreias, então abraços e até logo mais.

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