Sem Dor, Sem Ganho

8/24/2013 01:05:00 PM |

Antes que eu apanhe das minhas seguidoras mulheres, filmes violentos que envolvam exagero acadêmico, carros turbinados, mulheres e alto nível de testosterona, são poucas as que irão gostar, então garotas não é porque um filme vai estar cheio de homens fortes sem camisa que é um filme que vocês vão ficar satisfeitas com o que verão. Pronto, dito isso já me defendo do que pus no Facebook e reitero que "Sem Dor, Sem Ganho" já pode ser considerado um dos filmes mais baratos e mais bem feitos de Michael Bay, pois ele consegue fazer, apenas usando os atores e nada de efeitos especiais saindo por todas as partes, um filme com bom roteiro, ótimos diálogos, contar com muita diversão e ainda se não fosse baseado em fatos reais ser preso por ter uma mente doentia com as cenas fortes que mostra em close durante o filme, tanto que a classificação é 18 anos, mas quem curtir tudo isso que citei junto com uma trilha sonora da melhor qualidade com certeza sairá da sessão muito satisfeito sendo homem ou mulher.

O filme nos situa na Flórida, onde Daniel Lugo é um fisiculturista que sonha com o chamado "sonho americano", no qual tem dinheiro à vontade para levar a vida como quiser. Para alcançar este objetivo ele conta com a ajuda de um colega, Adrian Doorbal, e do ex-presidiário Paul Doyle. Juntos eles planejam o sequestro e a extorsão de um conhecido criminoso local, Victor Kershaw. Só que, ao realizarem o golpe, eles não contavam com as inevitáveis consequências que ele traria.

O mais interessante do filme é que apesar de brucutus como protagonistas, o conteúdo explorado pelos diálogos envolve uma mente brilhante que qualquer um poderia falar: "o cara ficou loucão com os anabolizantes e saiu fazendo tudo isso", mas se ele estivesse loucão não teríamos os diálogos bacanas, as boas sacadas de roteiro e tudo mais, pois como é dito logo na primeira cena e reiterado na penúltima esse filme é baseado em fatos reais, então o trabalho dos roteiristas em adaptar os artigos duma revista foi feito com exímio esforço para ficar altamente interessante. E Michael Bay soube trabalhar enquadramentos e recortes na montagem de uma forma incrível para que o longa mesmo sendo bem violento e machista, acabasse divertindo o público que pagou ingresso para assistir, amenizando um pouco a experiência chocante que é ver principalmente as cenas do segundo roubo.

Nunca imaginei que falaria isso, mas Dwayne "The Rock" Johnson finalmente conseguiu atuar em um filme sem ser apenas um brucutu e seu papel é o mais divertido de tudo, pois junta o fanatismo religioso, com testosterona na veia e cocaína no nariz, bata isso no liquidificador e tenha o personagem do garotão. Mark Wahlberg que costuma atuar numa linha mais calma, nesse filme parece estar ligado no 220V e é quase irrespirável suas cenas devido o desespero que faz tudo, mas sempre maquinando seu cérebro para que o personagem fosse o mais pensante da equipe, realmente mostrou um bom papel. Anthony Mackie é daqueles atores que poucas vezes decepcionam em um filme, sendo correto em todas as feições, fazendo drama quando precisa, e aqui ele faz tudo isso e ainda diverte em algumas cenas, ou seja, mais um ótimo papel, porém não ficou tão forte para aparentar ser da trupe dos monstrões bombados. Rob Corddry faz 3 ou 4 cenas e convence quando aparece, só poderia ter sido mais rígido talvez no momento da assinatura, que acabou soando um pouco falsa. Tony Shalhoub é outro que soube trabalhar muito bem suas faces e mesmo nas cenas que está de olhos vendados consegue demonstrar cada trejeito facial perfeitamente, além de segurar muito as pontas dos diálogos com The Rock. Agora dois nomes coadjuvantes que conseguem parar as câmeras em todas suas cenas pela forma de condução e trejeitos é Rebel Wilson e Ed Harris, ela consegue com um diálogo no miolo e um no final mostrar que é a gordinha mais foda de Hollywood e Harris é a voz da experiência, que consegue dar um charme investigativo na medida para seu personagem e agradar bastante. Ken Jeong e Bar Paly até agradam nos seus personagens, mas podemos considerar eles mais como participações do que como parte do elenco mesmo.

Embora seja um filme que trabalhe com pessoas ricas, o luxo foi algo bem economizado na produção do filme, utilizando mais os carros e frentes das casas para demonstrar poder e evitando mostrar muitos elementos cênicos que precisassem demonstrar riqueza, e com isso conseguiu enganar bem nos lances mais ricos para trabalhar somente alguns carros possantes e adequar mais a elementos de academia e do esconderijo, ondem puderam fazer as torturas e coisas mais bizarras possíveis com os objetos arrumados pela ótima equipe de arte. A fotografia conseguiu mixar uma grande paleta de cores com tons puxados para o marrom que suja um pouco a imagem, mas consegue passar a ideia de suor e desarmonia que o filme quer mostrar, e aliado aos recortes estáticos que foram colocados na edição deu um ar que lembra muitos filmes bons das antigas.

A trilha sonora mixa ótimas canções de Rock dos anos 90 com uma trilha instrumental da pesada criada para dar um ritmo mais frenético ainda ao filme, que nem parece ter 130 minutos, ou seja, diversão na medida com trilha de bom gosto.

Enfim, um filme da melhor qualidade que choca por ser violento e mostrar tudo em detalhes, tanto no quesito mental dos personagens quanto em suas ações ríspidas, como disse no início muitas mulheres não irá gostar, mas claro que existem exceções que sairão tão felizes quanto os homens que forem assistir, então recomendo apenas com a ressalva de quem não gostar de ver boas doses de tortura e matança evite, do restante é agradar com certeza. Fico por aqui nessa semana de poucas estreias, aguardando tanto a programação na terça-feira quanto as estreias da próxima sexta. Abraços e até lá pessoal.


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