Os Mercenários 3

8/21/2014 02:30:00 AM |

Vou começar minha crítica hoje no melhor estilo RPG (que não tem muito a ver com o filme, mas vai valer a pena):  Se você não curte filmes de ação que valham a pena ser visto apenas pela pancadaria, comendo uma boa pipoca e rindo horrores das situações mais absurdas, nem continue lendo meu texto, afinal esse filme não é pra você. Dito isso, significa que você gosta do estilo e continuou lendo, "Os Mercenários 3" conseguiu trabalhar bem uma história simples, afinal essa não é, e nunca será a premissa do filme, ainda mais sendo escrita por Stallone que já bateu a cabeça umas centenas de vezes, mas aqui conseguiram encaixar boas situações, juntamente de atuações divertidíssimas que quem for disposto a se divertir sem pensar em nada, conseguirá compensar os diversos, e põe diversos nisso, erros de efeitos especiais e cenas de continuidade praticamente ignoradas. Como nem eles mais se levam a sério, a franquia já pode ser classificada como diversão com explosões, então compre um pacote jumbo de pipoca e ria de todos os absurdos, pois como já muitos filósofos falaram: rir é o melhor remédio pra tudo, então a cura dos diversos males está nas mãos desses malucos por explosivos.

O filme inicia mostrando que Barney e sua trupe de mercenários resgatam Doc, um dos integrantes originais do grupo, que estava preso há oito anos. Logo em seguida eles partem para cumprir uma missão, onde têm uma grande surpresa: o reencontro com Conrad Stonebanks, que Barney acreditava ter matado. Antigos colegas que se tornaram inimigos, Barney e Conrad agora se enfrentam em um grande duelo onde os demais mercenários são também envolvidos.

Como citei no início, não dá para ir assistir ao filme esperando ver uma história complexa, mas por mais incrível que pareça, Stallone conseguiu em sua cabeça maluca elaborar uma trama interessante e convincente que jogada nas mãos dos demais roteiristas, eles montaram uma boa ideologia de onde proveio a vilania de Gibson e motivos suficientes para montar uma nova equipe, claro que primando por algo que já havíamos visto tanto nos trailers como pela falta do que pensar na retomada do conceito "família" para buscar os antigos parceiros também. O diretor Patrick Hughes, que podemos considerar quase um iniciante já que seu primeiro filme foi algo bem pequeno que praticamente nem saiu da Austrália para o mundo, soube brincar bem com o orçamento limitado que teve para filmar, já que só de cachê para pagar esse elenco monstruoso já vai quase tudo que os produtores poderiam colocar na mesa, e foi consciente suficiente para junto de uma equipe sensata gravar muitas cenas nos estúdios e em locações que pudessem ser explodidas facilmente, afinal o que mais queríamos ver além das estrelas, é tudo voando pelos ares como acontece em todos os filmes, e não sendo em cidades conhecidas como nos anteriores ficou bem mais fácil trabalhar e desenvolver o conteúdo, tanto que ficamos olhando a cenografia pensando nossa onde pode ser um lugar tão bacana assim, a maioria original é na Bulgária, mas muita coisa foi recriada em estúdio. Além disso, o diretor trabalhou bem os egos e conseguiu com ângulos bem dinâmicos tentar, friso bem a palavra pois não conseguiu, então a melhor palavra é minimizar a quantidade de erros de continuidade, mas como filmes de ação isso é algo duríssimo de controlar, aqui a situação foi mais complicada ainda com armas mudando de mãos continuamente, pessoas que estão de pé e com uma simples virada de câmera já estão abaixadas ou até mesmo sentadas, então quem gosta de procurar esses furos o longa é um prato cheio, mas quem quiser relevar e apenas curtir é bem fácil também.

Falando mais sobre o elenco, tentarei ser sucinto que se falar de todo mundo o texto ficará tão grande quanto a soma das idades dos protagonistas, o grande chefe da trupe Sylvester Stallone ainda é o mesmo brucutu das antigas e consegue puxar o enquadramento sempre para sua personalidade forte, agradando bem, mas a cada filme que passa vemos que a idade já está pesando bastante, daqui a pouco vai conseguir apenas falar e atirar, pois as cenas que exigiram mais habilidade o esforço era nítido de ver na sua expressão. Mel Gibson encaixou perfeitamente num papel de vilão de maneira que mesmo tendo momentos cômicos, chegamos até odiá-lo, e isso mostra seu perfil convincente para chamar atenção. Antonio Banderas incorporou seu personagem "Gato de Botas" e só faltou fazer os olhinhos de clemência tradicionais para pedir vaga na equipe, sensacional o tino cômico que deu para a trama, de forma clara que particularmente até queimou suas boas atuações mais dramatizadas, mas mostrou uma vertente sua tão perfeita para a comédia que acaba chamando até mais atenção pra ele que pros demais protagonistas mais fortes. A piada master foi o uso da prisão real de Wesley Snipes que acabou servindo tão bem para a trama que seu personagem nem precisaria chamar mais atenção nenhuma que ainda nos divertiríamos com o que faz, trabalhou bem na ação, mostrando que ainda tem gás para os filmes que desejarem ter ele agora depois de 4 anos preso. Harrison Ford conseguiu também ter bons momentos, mas não nos envolveu como de costume, sendo apenas bem colocado nas cenas dentro do helicóptero. Se falei da velhice de Stallone, então Schwarzenegger já deveria ter parado há tempos, chega realmente dar pena do nível de envelhecimento que já lhe atingiu, tanto que a cada dia lhe dão papéis mais técnicos do que botar pra luta mesmo, mas nem por isso deixou de ser bacana ver ele em ação com sua super metralhadora. Enfim, a velha guarda agrada bastante com boas gags de Terry Crews e Jason Statham também, mas como prometi não vou falar muito mais. Da nova turma finalmente Kellan Lutz conseguiu ter um papel decente e bem moldado tanto para o ator quanto para o personagem que souberam colocar coisas de sua própria personalidade e isso ficou bem bacana de ver na telona. Ronda Rousey ainda não me convenceu como atriz, é uma boa lutadora e com certeza nem precisou de dublês para as cenas mais fortes, mas quando precisou fazer caras e bocas soou bem falsa, veremos o que vai aprontar na próxima produção do ano. Os demais jovens tiveram papéis interessantes para os seus momentos, como Victor Ortiz e Glen Powell, mas não foram tão bem utilizados para chamar atenção tirando o segundo que acabou sendo colocado como uma pessoa mais tecnológica.

Visualmente o filme tem locações e cenografias interessantes, que como disse ao falar da história nos deixou até bem confusos para pensar aonde se passa tudo aquilo, por exemplo as cenas finais em uns prédios abandonados bem bacanas tanto propriamente, como ao seu redor para chegar passando por pedras gigantescas bem colocadas que não deu para reparar de serem digitais, mas como preferem destruir tudo nesse estilo de longa, acho pouco provável que tenham apelado tanto para a computação, optando mais em pôr a vida de todo mundo em risco com explosões reais. A equipe de arte abusou mais dos efeitos, alguns extremamente malfeitos que até assustam deixarem ir para a cópia final no cinema, do que usar de elementos cênicos mais chamativos, mas como só os atores já servem como objetos mesmo e já valem um grande investimento para o filme, o jeito foi ser mais amplo do que minimalista, e isso até não chega a pesar tanto. A fotografia usou muito dos tons puxado para o marrom e não abusou quase nada do vermelho, ou seja, mesmo tendo diversos tiros, não temos muitas mortes sanguinolentas, e isso deu um tom mais cômico que queriam abusar mesmo. Em quesito técnico os aparatos gigantes foram bem encaixados tanto na cenografia como fotograficamente, pois preencheram vazios de cores e envolveram bem as cenas, mas como disse logo no início, a zoação é total, afinal são explosivos pesados que não fazem nem cócegas nos protagonistas e meros tiros ou lutas matam qualquer adversário, ou seja, não dá para confiar tanto nas armas não é mesmo.

No quesito sonoro, temos uma mixagem de som interessante, que compôs bons barulhos de tiros, explosões e tudo mais que o filme tanto abusou, e juntamente com trilhas bem dinâmicas, o resultado obtido foi bem eloquente de ser acompanhado. A música final cantada pelos jovens foi mais do que uma homenagem para a trama e encaixou perfeitamente para o momento, ou seja, bem escolhida.

Enfim, em quesitos artísticos, como disse não dá nem para colocar o filme, de forma que se for avaliar dessa forma daria uma nota até baixa demais devido à diversos erros, pela história simples e tudo mais, mas como vou preferir dar meu olhar como diversão, e é somente dessa forma que recomendo qualquer um que queira entrar na sala de cinema para ver ele, o filme é sensacional e agrada bastante, então repito, vá para o cinema sem nenhum preconceito, compre muita pipoca e refrigerante e cai na gargalhada ao ver esse misto de velha e nova geração da ação nos cinemas. E assim ficou por aqui hoje, recomendando uma boa diversão lotada de coisas falsas para todo lado, mas ainda volto no fim de semana com mais filmes para comentar, então abraços e até breve.

PS: Mais uma vez frisando sobre a nota, vale ver como uma grande produção divertida, retirei 1 coelho pelo exagero de erros e 1 pela história fraca demais, poderia até tirar mais um pela falta de esforço de alguns protagonistas, mas os demais compensaram esse ponto ao jogar seus prêmios dramáticos pelo ralo. Se fosse avaliar como um filme tradicional mesmo no máximo ficaria entre 4 e 5 coelhos.


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