Vizinhos

6/20/2014 11:58:00 PM |

Acho engraçado quando vou assistir um filme sabendo o que esperar dele apenas pelo trailer, e as comédias estreladas por Seth Rogen em 90% dos casos já podemos esperar muita bizarrice, situações cômicas forçadas, piadas com outros filmes e quase sempre alguma escatologia. Se você não tiver nada contra tudo isso, com toda certeza irá rir muito de "Vizinhos" e irá se divertir bastante, claro que chocando com algumas cenas, mas irá rir muito, agora se você tem problema em ver qualquer estilo de cena do gênero, nem pense em passar pela porta do cinema que a chance é alta de ficar bravo com o que verá. Como não tenho pudor com nada no cinema, afinal se não é um documentário sobre algo verídico, ou algo que necessite a alma sair do corpo para entender o filme, vou preparado para ver qualquer coisa que não irei ficar chocado, então dei boas risadas, mas ainda assim não posso falar que é uma excelente comédia, pois o nível de exagero em algumas cenas é fora do comum.

A comédia acompanha a vida do casal Mac e Kelly Radner que, depois da chegada de sua primeira filha, devem lidar com as novas dificuldades e, além disso, terão de suportar o dia a dia ao lado de seus mais novos vizinhos: uma república cheia de estudantes festeiros, liderados por Teddy Sanders.

Embora seja um estilo de filme que força a barra para rirmos, temos de admitir que o roteiro foi bem elaborado para que as situações ocorressem, e lembrando ainda de "Projeto X", onde a festa só vai piorando tudo, aqui o longa vai se levando a fora e poderia virar um estilo do filme citado ao inverso, em como acabar com a festa. Ai é que entra o problema de um ator que não sabe ser cômico tradicionalmente e ele sendo produtor também do filme, com certeza opinou para o longa acabar sendo forçado demais. Como disse antes, o filme faz rir, muito por sinal, afinal as situações de tão absurdas acabam sendo bem engraçadas, mas o que me preocupa nesse estilo é até onde alguém precisa abusar para criar o riso, senão daqui a pouco teremos vários filmes do estilo "É o Fim" e "Para Maiores", onde nada se pode levar a sério e tudo vira esquetes toscas para que o público ria. E longe do diretor fazer apenas filmes desse estilo, Nicholas Stoller já roteirizou boas comédias com boas sacadas cômicas que não foram tão apelativas, e poderia sim, com um roteiro mais trabalhado ter feito um filme extremamente cômico e ainda assim genial pelas sacadas em si, mas cada um tem a sua opinião, e teremos com certeza muitos saindo da sessão achando ter visto a melhor comédia do mundo, e estamos bem longe disso.

No quesito atuação, Seth Rogen oscila seus trejeitos entre o paizão bobo e perdido que ainda não entrou no mundo adulto com cara de tonto às vezes, e o revoltado e festivo ao mesmo tempo no mundo das drogas, e com isso tem horas que ficamos olhando para ele sem entender o que está passando naquela cabeça, se vai fazer uma piada ou bater a cabeça na parede para que possamos rir, e assim mais uma vez ele faz seu próprio personagem que só ele se acha engraçado. Rose Byrne faz a pessoa mais esperta e intrigante do mundo, sabe agir, sabe armar as desventuras, só não sabe o principal do filme: ser engraçada, ou seja, volte para os filmes de drama e terror que você ganha mais, pois a pessoa fazer comédia sem ter tino para isso não dá, e com certeza acabou entrando no filme apenas por já ter trabalhado com o diretor. Zac Efron não é um ator ruim, isso é fato, vem crescendo muito seu nível de atuação, mas falar que ele é engraçado é abusar da minha inteligência, claro que faz situações bem malucas e engraçadas, mas suas cenas valeriam mais num filme de colegial que numa desventura cômica familiar, e assim sendo seus trejeitos acabam ficando fora do tom. Vale uma citação pela fofura de Elise e Zoey Vargas que consegue fazer trejeitos mais expressivos que os protagonistas, e mesmo não tendo nem 1 ano de idade até o final do ano já terão 2 longas em seu currículo. Dos demais atores, Dave Franco e Ike Barinholtz até tentam ser divertidos em algumas cenas, mas abusam demais da força exagerada para fazer o público rir e a cena onde pula da escada foi algo que nem "Tom e Jerry" faria para fazer rir. E Carla Gallo só tenho uma palavra para definir sua atuação no filme: patética com um nível acima.

Agora se tem algo que não podemos reclamar de forma alguma é a quantidade de elementos cênicos, pois em cada canto seja da casa dos Radner quanto da fraternidade Delta Psi, temos objetos para fazer ligação com as cenas do filme, com os flashback das épocas antigas da fraternidade, ou até mesmo coisas bizarras que não serão usadas, mas estão ali para integrar bem o ambiente, e ficaram interessantes de ver, claro que também estão presentes diversos elementos forçados para a trama, como objetos sexuais, incitações escatológicas e tudo mais que o gênero cômico abusivo pede, mas é digerível esse exagero. A equipe de fotografia podemos dizer que tomou muito LSD antes de filmar e criou raves totais com múltiplas cores fosforescentes, muito brilho e luzes piscando pra todo lado, de forma a nada ter um momento marcado para cada ato em si. Vale destacar a cena de créditos onde recriaram todos os atores no bebê, e além de um bom gosto no quesito figurino, ficou algo muito bacana de ver.

Enfim, posso estar sendo crítico até demais com o filme, afinal como costumo dizer se é classificado como comédia, a obrigação moral do filme é fazer rir, então isso foi cumprido com êxito, mas o exagero que acabou me deixando um pouco nervoso com o que vi, e além disso, a maior parte das cenas cômicas já ficamos preparados para ver, pois já passou no trailer, que tanto vimos nos cinemas, então repito o que disse no começo, que recomendo o filme se você gosta de rir e não liga para besteirol forçado, mas se tem problemas com exagero, é melhor deixar de lado o filme. Fico por aqui agora, mas amanhã estou de volta com mais estreias, então abraços e até mais pessoal.


1 comentários:

Anônimo disse...

Esperava muito mais desse filme. É bem fraquinho.

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