Costumo dizer que não gosto de conferir romances pôr na maioria das vezes ser mais do mesmo, e ter finais irreais aonde o amor vai longe, a pessoa se apaixona perdidamente, e tudo mais açucarado num nível que jamais aconteceria numa vida verdadeira, porém como a diretora de "Amores Materialistas" tem crédito de conseguir fazer um dromance com pegada como aconteceu em "Vidas Passadas", resolvi dar a chance indo agora para seu filme bem mais comercial, com atores badalados e tudo mais que podiam lhe dar, e a primeira metade do longa foi muito bem feita, cheia de boas sacadas e dinâmicas, mostrando bem a "matemática" da casamenteira protagonista, que é um tipo de Tinder mais humano e caro, porém quando o filme faz a inversão, parece até que outra pessoa assumiu o leme do navio, ou melhor, ligaram o piloto automático e deixaram nas mãos dos atores, pois acaba ficando tão linear, tão sem nuances, que por pouco não ficou sem tempero algum. Ou seja, é o tradicional romance que você veria em casa e se não tivesse com muita vontade de conferir acabaria cochilando no sofá, mas como tem um começo bem interessante, foi salvo de algo fraco e cansativo.
O longa acompanha uma casamenteira chamada Lucy, que se envolve num triângulo amoroso complicado. Apesar de ainda nutrir sentimentos pelo garçom aspirante a ator John, a jovem começa a se relacionar com um homem rico chamado Harry, irmão do noivo de um casal que juntou com sucesso. Harry é o partido perfeito, mas, ao reencontrar com John uma noite, Lucy se vê balançada pelo antigo amor imperfeito.
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O longa acompanha uma casamenteira chamada Lucy, que se envolve num triângulo amoroso complicado. Apesar de ainda nutrir sentimentos pelo garçom aspirante a ator John, a jovem começa a se relacionar com um homem rico chamado Harry, irmão do noivo de um casal que juntou com sucesso. Harry é o partido perfeito, mas, ao reencontrar com John uma noite, Lucy se vê balançada pelo antigo amor imperfeito.
Quem conferiu o filme de estreia de Celine Song, que acabou indicado a muitos prêmios mundo afora, sabe que a cineasta tem estilo e personalidade para desenvolver bem suas histórias, porém se lá ela fez um miolo singelo e cansativo demais, aqui ela fez isso já nos atos finais, e como bem sabemos de anos de cinema, se um filme não tiver um ápice decente, ele não convence, e aqui foi exatamente esse o problema, pois a protagonista a todo momento diz que é uma negociadora, que seu preço é alto e somente uma vida farta lhe casaria bem, mas muda do vinho para a água da torneira nos atos finais (aí alguém vai falar que o pobre era bem mais bonitão), e isso não é uma inversão fiel ao desenvolvimento da trama, e muito menos o que aconteceria no mundo moderno e atual, mas foi a escolha da diretora, e assim diria que ela vai precisar se ajustar para conseguir surpreender em seu próximo trabalho, senão logo mais desaparece.
Quanto das atuações, a diretora teve em suas mãos três nomes que chamam atenção por si só, e o mais bacana de ver Dakota Johnson com sua Lucy aqui é a própria brincadeira que o roteiro faz com ela, de uma garota que sonhava ser atriz, mas não tinha técnicas para se expressar, ou seja, ela mesma, e aqui fez até cenas bem expressivas sozinha de frente para a câmera, mas quando precisou interagir um pouco mais, pesou a mão. Chris Evans ficou tão marcado por fazer personagens de filmes de ação, que ver ele calminho, apaixonado e amigo com seu John acaba soando até estranho de ver na tela, mas soube segurar os momentos que tinha para passar o sonho de amor de qualquer adolescente apaixonada com o que faz. Alguém avisa o Pedro Pascal que já temos um ator que faz 20 filmes por ano para pagar impostos, e ele se chama Nicolas Cage, pois já está ficando chato ver ele em tudo, não que ele não seja um bom ator, mas aqui caberia outros nomes para o papel de Harry, que aliás se formos observar a fundo, é um papel que simplesmente tem algumas boas falas, mas praticamente inexiste na trama por completo, sumindo muitas vezes de cena, e acredito que valeria ter desenvolvido mais ele para chamar mais atenção. Quanto aos demais personagens, a maioria apenas surge na tela, tendo um maior destaque para Zoë Winters com sua Sophie que tem mais conexão com a protagonista, mas nada que chamasse tanta atenção.
Visualmente o longa foi interessante pela proposta das entrevistas com os vários candidatos e seus perfis de relacionamento, como desejam a pessoa amada, com alguns quase achando que é fabricante de carro customizado, e com isso não precisaram de muita cenografia, mas também tivemos muitos casamentos para gravarem, e principalmente muitos restaurantes chiques aonde a protagonista vai, de modo que certamente gastaram um bom pedaço do orçamento pagando jantares, além claro do comparativo entre o apartamento gigantesco de Harry e o apartamento minúsculo colaborativo de John, todos com muitos detalhes para representar bem o que o filme precisava.
Enfim, é o famoso filme passatempo para adolescentes, aonde algumas mulheres podem sonhar um pouco mais com a entrega de conexão na tela, mas que dava para ter ido bem mais além com a proposta, isso dava com toda certeza. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais dicas.