O longa nos situa na Bélgica, em 1995, aonde o desaparecimento preocupante de duas jovens abala a população e desencadeia um frenesi midiático sem precedentes. Paul Chartier, um jovem policial idealista, junta-se à operação secreta “Maldoror”, dedicada à vigilância de um suspeito reincidente. Confrontado com as falhas do sistema policial, ele parte sozinho em uma caçada humana que o levará a mergulhar na obsessão.
Claro que sendo um caso real, o diretor e roteirista Fabrice du Welz não poderia inventar muita coisa, porém dava para ele ter brincado mais com a trama, ter criado mais tensões e dinâmicas e até ter ido muito mais além, por exemplo na cena do porco, ali já dava para criar mil situações e fazer com que o filme ficasse tenso e marcante. Não digo que ele tenha falhado, pois isso está muito longe de ter acontecido, afinal esse é o jeito francês de fazer suspense e ação, tanto que quando colocam muitas dinâmicas acaba virando algo até bobo, mas essa história tinha um potencial monstruoso para fluir, para causar e impactar, dava para ter tirado toda (e repito toda) a cena do casamento que só ali dá uns 15 minutos de inutilidades, e assim acabou parecendo que o diretor queria enfeitar a mistura francesa com italiana para ter algo a mais, e não fluiu. Ou seja, pode até ser uma história densa pela situação em si, mas o diretor e o protagonista não entregaram nem 40% do que poderia impactar realmente.
Quanto das atuações, diria que faltou para Anthony Bajon chamar a responsabilidade do filme para que seu Paul Chartier fosse mais do que apenas um "aspirante" a investigador, pois suas cenas misturaram loucura e explosão em alguns atos, e calmaria sintética demais em outros, ficando um limbo completo entre as duas situações, e essa montanha-russa de emoções dele pareceu ser até algo bobo demais de acompanhar, ou seja, não chamou para si e ficou vago demais. Alba Gaïa Bellugi trabalhou sua Jeanne 'Gina' Ferrara até que bem para o tanto que era importante para a trama, pois foi bacana ver ela deixada de lado pelo marido maluco para resolver o caso policial, mas a atriz fez até algumas caras marcantes que se precisasse poderia ousar mais. Laurent Lucas trabalhou seu Charles Hinkel de uma maneira meio estranha, pois sendo o chefe do departamento e comandante da operação, se ocultou demais, fora que o tapa olho ficou até meio que bobo, mesmo sendo explicado o motivo em determinado momento, mas o ator não ousou em nada para ir além. Agora quem entregou boas cenas foi Sergi López com seu Marcel Dedieu, de modo que botou banca com intensidade e chamou para si diversos momentos da trama, sendo intenso e caindo bem como "vilão". Tivemos muitos outros personagens, que até mereciam talvez um maior desenvolvimento na tela, mas como disse o diretor se perdeu, e assim não dava para brincar tanto mais na tela.
Visualmente o longa teve momentos interessantes, com uma gendarmaria simples e até bagunçada demais, uma garagem/casa aonde os crimes aconteciam e os policiais de fora apenas acompanhando as movimentações, alguns atos mais intensos de conflitos lá dentro, um casamento gigante italiano, e a casa dos protagonistas com uma TV e o videocassete usado ao máximo, sendo tudo bem trabalhado com veículos da época e muitos chamarizes em pequenos detalhes, que poderiam ter sido melhor usados.
Enfim, é um bom filme, mas que poderia ter sido incrível, que até agrada da forma que foi feito, porém sem causar o impacto necessário em uma trama do estilo, e assim recomendo ele com ressalvas. E é isso meus amigos, vou conferir mais um longa hoje, e assim volto mais tarde para falar dele, então abraços e até logo mais.







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