Invocação do Mal 4: O Último Ritual (The Conjuring: Last Rites)

9/05/2025 01:29:00 AM |

Quem me conhece sabe que gosto daqueles terrores que fazem você sair da sessão do cinema arrepiado na última sessão com medo de ir pegar seu carro no estacionamento, olhando para todos os lados antes de seguir, mas também sou fã daqueles com conteúdo histórico ou o famoso baseado em fatos reais, como é o caso da franquia "Invocação do Mal", porém com o detalhe de que gosto bem mais dos dois primeiros dirigidos por James Wan, do que o último e esse que ficaram nas mãos de Michael Chaves, não por serem ruins, muito pelo contrário, ambos são bem interessantes, com o anterior sendo bem tenso, e esse novo algo mais histórico e cheio de facetas para dar uma visão da vida dos demonologistas conectando eles de um dos seus primeiros casos até o "último" que é mostrado na tela, porém o motivo de ser apaixonado pelos primeiros é o acontecer, os sustos, as dinâmicas em si, o que para o novo diretor não é tão primordial. Ou seja, se você morre de medo dos espíritos, demônios e tudo mais que casualmente lhe faça fugir do estilo, esse seria um bom exemplar para conferir sem causar tanto em sua vida, mas do contrário, apenas vá para ver o "encerramento" ao menos das histórias com os protagonistas, afinal já foram bem gastos, e tiveram seus principais casos mostrados, com os demais sendo menos explosivos.

Neste último capítulo, os Warren enfrentam mais um caso aterrorizante, desta vez envolvendo entidades misteriosas que desafiam sua experiência. Ed e Lorraine se veem obrigados a encarar seus maiores medos, colocando suas vidas em risco em uma batalha final contra forças malignas.

Diria que o diretor Michael Chaves até foi bem moldado e conseguiu seguir os passos de James Wan, porém aqui ele precisava ter trabalhado mais os sustos e as dinâmicas para causar, afinal o público fã da franquia quer ter medo, quer sair impactado da sala, e aqui ele contou história demais, ao ponto que seu filme tem praticamente dois filmes, com o primeiro desenvolvendo toda a história da filha, do casal e tudo mais, e da casa em si, para depois tudo se conectar e o milho começar a explodir da pipoca, o que não é ruim, afinal já falamos tantas vezes reclamando da falta de história em terrores, mas como esse caso foi colocado como sendo o último da franquia, faltou não ser apenas uma homenagem aos demonologistas, e sim algo que ficasse memorável na mente dos fãs, e esse não é o estilo do diretor, tanto que até comentei com um amigo, que a mesma história nas mãos de Wan ou qualquer outro bom diretor de terror, faria o público sair tremendo da sala do cinema, enquanto o que ocorreu foi apenas um bacana, vamos pra casa. 

Quanto das atuações, o estilo e a química de Vera Farmiga e Patrick Wilson é perfeito demais para seus Lorraine e Ed Warren, de tal forma que eles não querem mais tanto focar nos personagens em suas carreiras, mas facilmente se os diretores e produtores vierem com carinho arrumariam mais alguns casos tensos para mostrar nas telonas, pois ambos entregam personalidade, força expressiva e olhares como nenhum outro consegue fazer tão facilmente, e assim sendo será até triste nos despedirmos deles nos papeis. As versões jovens dos protagonistas feitas por Orion Smith e Madison Lawlor também foram bem chamativos, conseguindo dominar o ambiente e dosar expressões, com o rapaz sendo incrivelmente parecido com Patrick, mesmo sem ter nenhum parentesco. A jovem Mia Tomlinson nos cansou um pouco com seu diálogo repetitivo para fugir dos demônios, mas expressivamente ela soube se entregar bem nos atos de sua Judy, sendo doce de estilo e surtada quando precisou, conseguindo chamar bastante atenção em sua estreia nas telonas. Ainda tivemos Ben Hardy trabalhando seu Tony com uma leve insegurança que o papel pedia, mas sabendo ser coeso e cheio de traquejos quando precisou, Steve Coulter voltou com seu Padre Gordon de tantos outros filmes da franquia para um ato bem marcante e intenso, e claro temos de falar da família Smurl muito bem representada por Elliot Cowan, Rebecca Calder, Beau Gadsdon e Kila Lord Cassidy nos papeis do pai, mãe e as duas filhas mais velhas que vão sofrer com o demônio e fizeram boas caras de espanto nos devidos atos.

Visualmente a trama foi muito bem elaborada, de modo que chegamos a sentir os anos 80 na tela de um modo bem interessante, e que claro usando efeitos práticos, os movimentos chegam a ser ainda mais assustadores conforme vão acontecendo na tela, mostrando bem uma festa na casa dos Warren, seu museu de objetos endemoniados, e do outro lado a casa dos Smurl (ou melhor sua primeira casa, pois segundo o caso real, eles mudaram várias vezes até conseguir ter o exorcismo liberado pela Igreja, o que não é mostrado no longa!). O bacana que a equipe de arte do filme fez foi dar um ar envelhecido para tudo, além claro de muitos objetos e roupas da época, brincando com os tons e que sem precisar puxar para um lado mais escuro causar na tela. Ou seja, a dinâmica entre arte e fotografia funcionou bastante, e representou com seus devidos símbolos e mensagens.

Enfim, é o famoso filme de homenagem e fechamento que muitas franquias dramáticas e/ou românticas gostam de entregar, ao ponto que tudo tem seu desfecho bem encaixado, todo o lance do casamento, do novo dono do museu e tudo mais, mas que para uma franquia de terror talvez um algo mais marcante chamaria muito mais atenção e causaria como deveria. Volto a frisar que não ficou ruim, muito pelo contrário, é algo bonito de se ver na telona, mas que passa longe de ser uma trama que indicaria quando alguém me pedisse um terrorzão. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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