Amazon Prime Video - Quando a Guerra Acabar (Når Befrielsen Kommer) (Before It Ends)

7/31/2025 09:39:00 AM |

Muitas vezes não paramos para pensar sobre alguns fatos da História Mundial, afinal vemos pouquíssimos fatos que ocorreram entre tudo o que já existiu e aconteceu, e somente se aprofundando em alguma área bem específica acabamos descobrindo coisas novas, e costumo falar que o cinema é uma das melhores ferramentas para suprir isso, pois claro que em muitos longas acabam floreando ou colocando situações e personagens fictícios, mas a essência sempre estará ali subentendida ou pronta para que você pesquise mais depois de conferir um filme que seja interessante. E hoje me apareceu como sugestão na Amazon Prime Video o longa dinamarquês (aliás que ótimo cinema que tenho visto do país), "Quando a Guerra Acabar", que mostrou algo que nunca tinha passado pela minha cabeça, dos alemães que acabaram se refugiando em outros países quando o país começa a perder efetivamente a Guerra, e como essas pessoas acabaram sendo tratadas aonde iam, e como quem ajudava eles também eram tratados, ou seja, algo bem denso de se pensar e também refletir, afinal nunca se sabe o dia de amanhã, e as vezes uma atitude diferente pode ajudar ou acabar com sua vida e/ou família.

Quando Jacob, o diretor de uma escola recebe ordens de acomodar mais de 500 refugiados civis alemães nos últimos dias da ocupação, ele e sua esposa Lis enfrentam um dilema. Se ajudarem os refugiados, eles serão considerados traidores. No entanto, se não ajudarem, muitos morrerão. Ao mesmo tempo, descobrem que seu filho de 12 anos começou a ajudar o movimento de resistência. A família é levada ao limite e Jacob e Lis devem agora fazer uma escolha que mudará suas vidas para sempre.

Diria que a pesquisa e o trabalho feito pelo diretor e roteirista Anders Walter, que aliás é um exímio colecionador de prêmios com seus curtas, tendo já sido indicado duas vezes ao Oscar, inclusive ganhando a edição de 2014, e o mais bacana de um bom diretor de curtas, é que ele sabe ser conciso na transição para um longa, pois a maioria opta por alongar a trama e ficar enrolando o espectador, já a minoria sabe aonde pontuar e não fica enfeitando o doce, que é exatamente o que ele fez aqui, afinal mostrou como foi a imposição dos soldados alemães que ainda ocupavam a Dinamarca, fazendo com que os diretores das escolas abrigassem os cidadãos alemães que estavam em fuga de seu país natal, trabalhou a doença que matou aos montes, principalmente crianças, e abordou bem como os dinamarqueses que não pensaram só em si, e ajudavam os mais necessitados e doentes, acabavam sendo acusados de traição e por vezes até mortos por seus próprios compatriotas, ou seja, temas dificílimos que para desenvolver bem talvez precisasse até de mais tempo de tela, mas que ele preencheu bem os espaços e conseguiu mostrar bem na tela, e ainda botar o conflito de uma criança entre o certo e o errado, entre o pai e o amigo, ou seja, pesado.

Quanto das atuações, já vimos muitas vezes o ator Pilou Asbæk em filmes de ação, mas aqui seu Jacob é daqueles homens que querem ajudar a todos, que enfrenta montanhas para fazer o que acha certo, e o ator teve muita personalidade para desenvolver todos os atos do personagem, ao ponto de emocionar e até impactar em algumas dinâmicas mais fortes, e isso mostrou que sabe encarar bem o lado dramático nas telas. O jovem Lasse Peter Larsen trabalhou seu Søren com tanta expressividade que chega a ser até espantoso ver que é seu primeiro filme, e que foi achado em uma seletiva para o papel, de modo que trabalhou trejeitos fechados e densos, e também soube comover nos momentos mais emocionais, agradando bastante e quem sabe sendo um nome para olharmos num futuro. Katrine Greis-Rosenthal desenvolveu sua Lis com traquejos mais suaves, mas também se desesperou quando tudo virou de ponta-cabeça, ao ponto que segurou o lado familiar de uma mãe, tendo olhares claro para também as demais crianças, e assim mesmo que de forma sutil acabou chamando atenção na tela. Quanto aos demais, vale destacar o estilo explosivo de Morten Hee Andersen com seu Birk, entregando dinâmicas fortes como um líder da resistência dinamarquesa, e Peter Kurth trabalhando seu Heinrich, um médico alemão que usando o broche do partido acaba chamando atenção demais na tela, o que foi marcante pelos atos que se doou.

Visualmente o longa foi bem intenso também, entregando uma escola dinamarquesa afastada do centro tradicional, aonde vemos todo o "despejo" de refugiados alemães, vemos o amontoado que vira o ginásio da escola com feno, redes, camas improvisadas e tudo mais, sem comida e higiene, enquanto do outro lado temos os alunos da escola comendo em um refeitório todos arrumadinhos, as aulas de exercício rolando enquanto os mortos são levados para enterrar do lado, tivemos a dinâmica fortíssima da brincadeira das crianças de resistência e nazismo, e claro todo o ato de espancamento do protagonista numa espécie de cativeiro, ou seja, uma trama visualmente bem completa, com figurinos de época e dinâmicas bem fortes e representativas pelos objetos cênicos e ambientes bem marcados em cada momento do longa.

Enfim, é um filme que simplesmente apareceu nas minhas indicações da plataforma, que nem sabia da existência dele antes, mas que como disse no começo, mostrou algo que sequer pensei ter existido, e assim sendo valeu até mais do que um filme apenas conferido, e assim vale a recomendação para todos darem o play nele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.


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