terça-feira, 1 de julho de 2025

Looke - O Destino de Maja (Myrskyluodon Maija) (Stormskerry Maja)

Diferente da duração longuíssima do longa finlandês, "O Destino de Maja", que pode ser conferido dentro da plataforma do Looke, vou ser bem sucinto com o que tenho de falar sobre ele, pois é daqueles dramas românticos bem detalhados da vida inteira de uma mulher que vai morar numa ilha com o homem que lhe foi designada, mas que acaba se apaixonando por ele e tendo uma tonelada de filhos, precisando cuidar de tudo enquanto ele está no mar, ou então durante o tempo que passa escondido quando o mundo está em guerra e a Inglaterra assume a ilha deles. Tudo bem básico, porém muito bem emocional, cheio de dinâmicas do tempo, mostrando situações fortes e outras bem gostosas, que no contexto geral funciona como uma grande novela exibida em 163 minutos. Ou seja, é daqueles que quem gosta de algo sem grandes floreios acaba entrando no clima rapidamente e se envolve com tudo, mas quem preferir algo mais complexo é capaz de desistir com menos de uma hora.

O longa nos conta que Maja é uma jovem de 17 anos que se casa com o pescador Janne contra sua vontade. Sua vida em Stormskerry é repleta de desafios e contratempos: como esposa de um pescador, ela precisa lidar com as longas ausências do marido no mar e cuidar sozinha da família. No entanto, Maja se tornou uma mulher independente e determinada, que não tem medo de agir no arquipélago árido. Maja e Janne têm uma forte conexão e um amor que se aprofundou com o tempo. Janne apoia as aspirações da esposa e entende que a força de uma família vem do esforço conjunto.

Não é comum surgirem longas finlandeses por aqui, então não posso afirmar que o estilo novelesco seja algo que predomine por lá, e até nem posso colocar com tanta imposição que o trabalho da diretora Tiina Lymi tenha ficado dessa forma, pois não temos tanto desenvolvimento de personagens paralelos ao redor do que ela entrega com o romance de Anni Blomqvist, ou seja, apenas posso afirmar que ela quis desenvolver toda a trama de vida da personagem em um único filme, e isso não é nenhum demérito, de forma que o resultado final convence bem dentro da formatação, e chega a ser quase como realmente ler um livro por completo em poucas horas. Ou seja, é o que chamamos de entrega por demanda, pois dava fácil para que a diretora criasse uma minissérie de uns 3-4 capítulos e agradar um público fã do estilo, mas sua escolha como um longa é funcional e agrada, então diria que foi um grande acerto na tela.

Quanto das atuações, Amanda Jansson simplesmente se jogou por completo com sua Maja, sendo forte, expressiva e com interações tão emblemáticas, que mesmo os soldados ingleses não entendendo quase nada do que falava, acabaram fazendo tudo que ela desejava, sendo marcante e intensa do começo ao fim. Linus Troedsson trabalhou seu Janne com uma personalidade leve e tão gostosa para com sua mulher, que chega a ser apaixonante o que ele faz em cena, de modo que num primeiro momento até pensamos que seria algo mais forte e dura, mas ele muda com ela, e o resultado mostrou um ator leve e muito bem disposto para tudo. Quanto aos demais, vale o destaque para Desmont Eastwood com seu Tenente John Wilson pela imposição bem tomada e pela comunicação mesmo que quebrada com a protagonista criando uma vivência e agradando bem nas dinâmicas.

Visualmente todo o longa é belíssimo pelas locações em si, tendo tons de verde, azul e marrom meio acinzentado tão precisos que agradam demais, tendo toda a conexão com os elementos marinhos (claro que exageraram na transparência da água, mas ficou muito bonito de ver os peixes, corais e algas em movimento com a personagem), toda a construção da casa e dos barcos, os animais com seus símbolos junto da mitologia dos seres que a jovem acredita, além de invernos bem brancos e ricos de imagens, e claro os atos de guerra com muitos soldados, grandes barcos e todo o processo de cura das feridas. Ou seja, a equipe de arte encontrou boas locações para desenvolver tudo na tela, e o resultado é algo que parece realmente tirado das páginas de um livro.

Enfim, é um filme que se olharmos a fundo é bem simples, e que pela duração alguns não irão curtir tanto, pulando partes ou assistindo meio que de forma seriada, mas que vale o play pela essência em si, sendo gostoso de ver e que funciona como um bom romance diferenciado dentro de um cinema pouco conhecido por aqui que é o finlandês. Então fica a dica, e fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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