No longa vemos que o que deveria ser a realização de um sonho rapidamente se torna um pesadelo quando um jovem começa a vivenciar barulhos estranhos e incessantes em seu recém-adquirido apartamento. Após gastar todas as suas economias na compra de um apartamento próprio, Woo-seong finalmente parece ter conquistado um sonho antigo, apesar da ruína financeira deixada por essa decisão. A felicidade de Woo-seong, porém, é curta já que estranhos barulhos começam a perturbar sua paz durante a noite. Quando todos os vizinhos passam a acusá-lo de ser o responsável pelos misteriosos ruídos, o jovem decide encontrar a verdadeira origem desse som perturbador e provar sua inocência. A jornada de Woo-seong o colocará de frente para os segredos inquietantes por trás das paredes.
Diria que conheço a filmografia do diretor e roteirista Kim Tae-joon, afinal vi seu primeiro filme na função "Na Palma da Mão", e agora com mais postura conseguiu se soltar bem mais, ao ponto que se soltou até demais, pois talvez o longa precisasse de um pouco mais de pulso para que não ficasse tão jogado na tela com algumas situações, mas isso é uma opinião bem pessoal, afinal o longa pedia desenvolturas insanas, porém com um ambiente controlado de apenas os apartamentos e as escadas do prédio, colocar em determinados momentos uma tonelada de figurantes pareceu mais algo perdido do que uma trama densa necessitava, mas friso que não é um erro, apenas uma opinião. E sabendo usar da história mais fechada, ele também acabou se prendendo demais, já que ele segura tudo, e de repente sai atirando para todos os lados, o que parece soar uma maluquice desenfreada. Ou seja, é uma história que na mão de um diretor com muita experiência teria a mesma duração e faria o público sofrer o dobro com toda a intensidade que colocaria, mas que aqui pareceu mais enrolado do que tenso, o que aí sim pode ser considerado uma falha do diretor.
Quanto das atuações, o jovem Kang Ha-neul foi muito expressivo com seu Woo-seong, trabalhando diversos traquejos emocionais e sabendo segurar bem toda a personalidade do personagem, não deixando que seu papel desaparecesse em momento algum na tela, e brincando com facetas mais densas pode até exagerar um pouco como é comum do cinema do país, e assim não cansando o espectador durante toda a exibição. Já Kang Ha-neul trabalhou seu Jin-ho com uma densidade inicialmente estranha e sem muitos chamarizes, mas ao se juntar ao protagonista se verte em algo completamente insano e cheio de traquejos que chama toda a atenção para si, quase roubando o protagonismo do filme, o que é perigoso, mas que fez bem feito ao menos. Quanto aos demais, cada um teve a conexão de tela simples, mas bem colocada, valendo um leve destaque para as cenas finais de Yeom Hye-ran como a síndica e proprietária da maioria dos apartamentos do prédio.
Visualmente o longa ficou bastante tempo no apartamento do protagonista, com uma bagunça generalizada, sem luz e tudo mais para economizar cada centavo, mostrando a oscilação das criptomoedas no celular quebrado e no computador ele, tivemos alguns atos no serviço do rapaz, e claro mostrando ainda o apartamento da cobertura da síndica cheia de luxo e bem chamativo de elementos cênicos, e também o apartamento de Jin-ho com toda tecnologia e elementos cênicos bem investigativos, mostrando que a equipe de arte mesmo singela de ambientes soube trabalhar cada detalhe para soar a trama bem representativa na tela.
Enfim, é um filme que tem pegada, e que mesmo não sendo uma história cheia de facetas mirabolantes, consegue causar uma certa tensão na tela e prende bem o espectador com tudo o que é mostrado, e assim acaba valendo a indicação de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos na caçada por bons filmes pelos streamings, já que nos cinemas nesse mês é um ou no máximo dois filmes por semana, então abraços e até logo mais.
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