Vingança (Revenge)

6/09/2018 07:10:00 PM |

Sempre vejo alguns trailers e roteiros com a tentativa de criar algo do estilo de "Doce Vingança", que embora seja bem sujo, possui uma ideia de terror perfeita, mas raramente vejo os filmes serem lançados no cinema, geralmente indo para  o home-vídeo ou online, mas agora finalmente eis que aparece uma ideia francesa para a trama, e certamente já me animei achando que "Vingança" seria um longa bem envolvente, com uma boa história e tudo mais, mas posso dizer com todas as letras que é a maior bomba possível, péssimo e que não se aproveita nada, a não ser quem goste de filmes com muito sangue e história alguma, aonde coisas falsas vão acontecendo a cada instante num rumo de absurdos tão imenso que a vontade de sair da sala só aumentava a cada nova cena, mas esperei até o fim, para algo mais ridículo ainda, ou seja, uma real porcaria sem limites, que não tenho nem como recomendar para o meu pior inimigo.

A sinopse nos conta que três homens casados e ricos fazem anualmente uma espécie de caçada no deserto. Desta vez, um dos empresários decide trazer sua amante. Quando ela é abandonada para morrer devido a uma série de acontecimentos, eles terão que lidar com as consequências de uma mulher que busca vingança.

A tentativa da diretora estreante Coralie Fargeat em mostrar a força feminina e desenvolver uma trama realmente suja de terror até era bem válida, porém ela necessitava colocar um pouco mais de realismo nos acontecimentos da trama de seu roteiro, e não apenas inserir cenas nojentas com muito sangue, mas sem base alguma, de tal maneira que o filme começa falso, cheio de ângulos diferentes de filmagem apenas para criar vértices mais clássicos e diferenciados, depois sucede diálogos bobos e jogados, até ocorrer "o" acontecimento é a bizarrice cair matando para todos os lados, de modo que vamos só nos irritando com cada cena, e nada de produtivo, ou melhor, de convincente acontece, mas se essa era a ideia, foi realizada, e com muito péssimo gosto.

Sobre as atuações, temos homens machões e paspalhos, que nem em "Esqueceram de Mim", os vilões falharam tanto, e uma mulher que inicialmente parece uma bonequinha, mas que vira o McGyver com uma droga na cabeça, ou seja, uma bagunça completa de caras e bocas completamente sem fundamentos. Matilda Lutz até tentou ser impactante com sua Jen, de modo que entrega cenas sensuais, e também se mostra quase uma perita em armas de guerra, mas o maior problema são suas caras forçadas, e isso não teve jeito, só rindo mesmo para não chorar. Kevin Janssens, inicialmente parece o amante perfeito com seu Richard, mas na sequência já invoca um olhar monstruoso e só fica com trejeitos marcados e estranhos, falando jogado e mantendo a pose, mas sem nada efetivo realmente. Vincent Colombe literalmente fez papel de bobo com seu Stan, de modo que seus gritinhos de medo beiram o ridículo, e se isso estava no roteiro era melhor ter pensado em outra forma de mostrar na telona. Guillaume Bouchède foi o enfeite da trama, sendo o gordão inútil Dimitri, mas seu momento péssimo já é com ele morto em algumas horas surgindo como um corpo em decomposição de dias, ou seja, péssimo.

No contexto cênico até tentaram enfeitar o doce, com uma casa bem chique no meio do deserto, cheia de tecnologia, mas praticamente tudo das mortes ocorre no meio da terra desértica, ou seja, apenas um gasto para enfeitar e nada mais, mas tirando esse detalhe arrumaram boas armas e um figurino de vingadores realmente para a moça, só esqueceram de avisar o público que não faça isso em casa, pois uma latinha em alto relevo de cerveja, se esquentada pode cauterizar uma ferida imensa na frente e ainda lhe dar uma tatuagem, mas como o buraco das costas foi tampado, sem explicações, deixa que o absurdo domine. A fotografia foi razoável, afinal o tom desértico deu uma cor bacana avermelhada para a trama e nas cenas noturnas o fogo e lanternas fizeram a vez, mas nada que impressione muito.

Enfim, péssimo com todas as letras, de maneira que não tem como recomendar de forma alguma. Então vamos logo para mais um longa francês, agora do Festival Varilux, que a garantia de ser melhor é muito maior. Então abraços e até logo mais.

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