Paris Pode Esperar (Paris Can Wait) (Bonjour Anne)

6/10/2017 06:44:00 PM |

Delicioso! Essa pode ser a palavra chave para expressar o quão mágico chega a ser acompanhar o road-movie que a diretora nos entrega com seu primeiro filme de ficção aos 81 anos, que belamente denominaram "Paris Pode Esperar", pois o filme não poderia ter outro nome, afinal enquanto muitos anseiam por chegar rapidamente à capital da França, outros optam por curtir um maravilhoso passeio turístico e gourmet pelas diversas cidades francesas da provence. Ou seja, um filme despreocupado que acaba agradando com tanta sutileza, doçura e inteligência, que acabamos saindo da sessão inspirados pelo romance e pela boa gastronomia, de modo que tudo parece agradar com uma beleza tão clássica que ficamos pensando na possibilidade da história ter um cunho real de ser como ela conheceu Francis, mas isso não divulgaram, então só ficaremos com essa expectativa e imaginação, pois talvez classificar o longa como biografia seria demais e perderia a magia incrível que conseguiu passar.

O longa mostra a uma esposa de um produtor de Hollywood que inesperadamente faz uma viagem pela França, o que reaviva sua autoestima e sua alegria de viver. Anne está em uma encruzilhada em sua vida. Casada há muito tempo com um bem-sucedido, porém ausente produtor de cinema, ela se vê em uma viagem de carro entre Cannes e Paris com um sócio de seu marido. O que deveria ser uma viagem de sete horas, se torna em uma jornada de descoberta, incluindo vistas pitorescas, ótima gastronomia e vinhos, humor, sabedoria e muito mais.

Mais conhecida como esposa de Francis Ford Coppola, Eleanor Coppola mostrou que pode também dirigir com classe sua primeira ficção aos 81 anos de idade e ainda agradar num nível excelente de roteiro e produção, pois acumulando as três funções ela acabou criando algo tão gostoso de acompanhar que ficamos desejando até mais do filme, querendo que Jacques nunca chegue realmente a Paris, passando por mais e mais cidades para que conheçamos a França completa e tudo de bom que a gastronomia e cultura desse país pode nos proporcionar. Ou seja, com ótimas escolhas calmas de planos, deslumbres visuais fantásticos e principalmente uma boa dose romantizada, a diretora acabou incorporando dois ótimos estilos e vivenciou um romance americano no melhor estilo francês que poderíamos imaginar de assistir.

Claramente não haveria escolha melhor para Anne senão Diane Lane, pois a atriz se entregou totalmente a produção com olhares, facetas expressivas gostosas e se deixou levar com muita criatividade, trabalhando com uma desenvoltura própria, satisfazendo com toda certeza tudo o que a diretora desejava para a personagem, ou seja, perfeita. Arnaud Viard também se dispôs completamente para que seu Jacques ficasse sutil, sedutor é bem alocado como um perfeito guia turístico gastronômico, levando a personagem principal para lugares que nenhuma férias conseguiria ser tão boa, de modo que o ator ficasse bem interessante e pronto para qualquer boa situação de vivência. Alec Baldwin apareceu tão rapidamente com seu Michael que nem podemos dizer que vimos suas expressões, mas o tom de voz como marido preocupado com a concorrência ao telefone, mesmo que fosse mais pela importância da mulher como ajudante, foi bem bacana de sentir.

Dentro do conceito cênico, podemos falar com muita clareza das ótimas escolhas de locações para as filmagens e principalmente no requinte gastronômico das comidas e vinhos servidos (se os protagonistas realmente comeram tudo, saíram das filmagens pesando 200kg e totalmente bêbados), ou seja, um trabalho minucioso de escolhas que a equipe de arte prezou pela qualidade. E claro que temos de dar destaque também para os carros que ajudaram a contar também um pouco da história.

Enfim, um filme maravilhoso que só não posso qualificar como perfeito pela falta de um único item, emoção, pois o filme segue direto sem quase respiro, o que não é legal de ver em um filme romântico, mas de resto acaba agradando bastante e recomendo ele a todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, já que agora vou para mais dois longas do Festival Varilux de Cinema Francês, então abraços e até logo mais.

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