Meus 15 Anos

6/26/2017 12:40:00 AM |

Se você tem menos de 15 anos, sonha em ter seu primeiro relacionamento, uma bandinha e fazer uma festa de princesa ao completar seu debute, pode ir correndo para os cinemas conferir "Meus 15 Anos", caso contrário, tem outros filmes bons passando, inclusive nacionais. Digo isso sem nenhum pesar, pois o filme não é ruim, e sendo muito bem produzido vale como um bom entretenimento, porém é algo que só quem estiver dentro desse público alvo (ou seja mais velho e se sinta dentro dessa faixa também) vai conseguir gostar do longa teen lançado nessa última quinta-feira. Não digo que o longa não vá agradar pessoas mais velhas, mas é um filme muito fraco para isso, e só quem adentrar de espírito mesmo, gostar de produções singelas sobre bailes e brincadeiras da adolescência vai gostar da proposta, mas como frisei no começo do texto, o longa foi feito para um público-alvo fechado e nada mais, e sendo assim, vai dar a bilheteria e divertir esses, o resto, verá por tabela ao levar as pequeninas jovens.

O longa nos mostra que aos 14 anos de idade, Bia descobre que vai ganhar uma grande festa de 15 anos. Mas tem um problema: a garota sonhadora e apaixonada por música não tem muitos amigos para convidar ao evento, por ser pouco popular na escola. Ela conta com a ajuda do único grande amigo, Bruno, e do pai Edu para consertar a situação.

Em seu primeiro longa metragem, a diretora Caroline Fioratti não demonstrou muita ousadia, deixando tudo fluir de uma maneira bem simples para que a produção apenas acontecesse, não entrando em detalhes de nenhum momento, mas acertando principalmente no conceito de não fazer uma novela, nem algo seriado demais, trabalhando exatamente a trama como cinema, ou seja, uma história bem contada com começo/meio/fim em 103 minutos. Porém com uma "pretensão" musical, a trama poderia ter sido facilmente mais ousada e interessante para um público mais abrangente, não sendo feito apenas para os pequenos fãs de Larissa Manoela, pois talvez se trabalhasse mais as nuances de diversão, de cantoria da protagonista, e interagisse toda a dramaticidade para isso (seria completamente possível com o mesmo roteiro), teríamos algo tão empolgante nos melhores moldes de longas teen hollywoodianos de mesma temática e não apenas um filme romantizado para meninas florescerem sua ideia de maturidade emocional e de uma festa de 15 anos perfeita ou não. Não digo que ela tenha errado, pois ela fez o que estava previsto em roteiro, sendo algo básico de mostrar e atingir quem desejavam atingir, mas que certamente quem pegar a mesma história e desenvolver ela melhor com nuances e propostas maiores, certamente fará um longa incrivelmente belo e mais emocionante, pois aqui tudo anda numa reta quase sem emoções nenhuma.

Sobre as atuações, hoje ao pesquisar desconhecia que Larissa Manoela foi a garotinha do longa "O Palhaço", que já havia falado tão bem e que teria um grandioso futuro, pois bem, sua voz está cada dia melhor para cantar atuando, e já não comete tantos deslizes de expressões como mostrava nos dois longas "Carrossel", de modo que aparenta ter atingido um estilo singelo de olhares e pode ainda crescer bem mais para ficar ainda melhor de estilos, veremos que futuro terá mais a frente, pois aqui com sua Bia, o resultado expressivo agradou. Rafael Infante é comediante, e sabemos que faz isso muito bem, mas seu Edu ficou bobo demais, mesmo que o papel de pai da protagonista fosse alguém que anima festas infantis, pois talvez alguém mais sério chamasse menos atenção e agradasse mais. Embora não tenha feito nada de muito grandioso com seu Bruno, o jovem Daniel Botelho até agradou bem com sutilezas nos olhares, e mostrando uma amizade bonita com a protagonista, desenhando algo que pode ser que venha acontecer com um segundo filme (16 anos? 18 anos?? vai saber!!), mas por enquanto apenas mostrou boa perspectiva. O jovem Bruno Peixoto também agradou de modo geral com seu Thiago, sendo o tradicional bonitão do último ano que as garotas mais novas se apaixonam, mas que geralmente é o que menos presta, só poderiam ter trabalhado um pouco mais seu visual, pois ficou meio jogado demais na trama, e o garoto ter um pouco mais de falas. Victor Meyniel e Priscila (Polly) Marinho exageraram demais na interpretação dos organizadores da festa, e poderiam sem menos enfeitados, mesmo sabendo que geralmente pessoas desse grupo costumam ser histéricos desse jeito, mas em filme soa forçado demais.

O contexto visual da trama não é lá aquelas mil maravilhas, mas escolheram bem um colégio interessante para algumas interações, um local bacana para uma festa tradicional (usaram uma sacada bem jogada para não precisar criar realmente uma festa imensa de 15 anos, colocando docinhos num lugar, palco em outro e externa em outro, fazendo tudo parecer mais amplo, porém gastando bem menos) e ainda teve a festa na piscina que também abusou de pequenos ângulos para não realçar erros externos, ou seja, o filme foi esperto em simplicidade cênica, mas também faltou com a ousadia para criar vértices maiores.

Musicalmente o longa escolheu boas canções para representar cada momento, e o acerto foi bem encaixado, talvez a jogada de marketing na escolha de Anitta tenha sido bacana, afinal ela apenas cantou e não precisou interpretar nada, e ainda levará alguns fãs para conferir o longa só por ela, ou seja, uma ótima jogada!

Enfim, como disse logo no começo, se você tem garotas nessa faixa de idade, certamente vão ver o longa e curtir, portanto pode levar sem medo, agora caso contrário, guarde dinheiro que semana que vem tem minions e aí é garantia de acerto. Para os adultos certamente o longa mesmo bem produzido ficou faltando muita coisa para chamar atenção, ficando bem mediano, que será a nota que acabarei dando. Fico por aqui encerrando essa semana cinematográfica (depois de 20 dias diretos no cinema sem folga nenhuma - não que eu ligasse para isso!!), e volto na próxima quinta com mais textos, então abraços e até mais.

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