O Caçador e a Rainha do Gelo (The Huntsman: Winter's War)

4/21/2016 02:23:00 AM |

Se tem uma palavra boa que defina o longa "O Caçador e a Rainha do Gelo" é confusão! Pois como bem sabemos, embora conte com grandiosos efeitos, "Branca de Neve e o Caçador" não custou "tanto" aos cofres dos produtores e rendeu satisfatórios 400 milhões de dólares ao redor do mundo, e claro que não seriam bobos de não tentar uma boquinha fazendo uma continuação. O caso é que nos bastidores do primeiro filme aconteceram diversos problemas de atriz se envolvendo com diretor que era casado, e tudo mais, fazendo com que para ter uma nova história se necessitasse "matar" a Branca de Neve de qualquer novo filme, e assim sendo para termos uma continuação, foi necessário voltar para trás e arrumar algo para que não aparecesse quase nada da nova rainha do castelo, e assim sendo, arrumaram uma irmã para a rainha má Ravenna. Até aí tudo bem, vamos voltar e contar um prequel, como já tem ocorrido diversas vezes com outros longas e até divertiria o público, mas não satisfeitos com isso, vamos contar também o que aconteceu depois do primeiro filme, aí o rolo virou tão grande, que você já começa a se perguntar tantas coisas para ligar os dois filmes, que com certeza o aproveitamento de tela acaba quase indo para o brejo. Portanto, reforço que não temos um filme ruim, muito pelo contrário, mas sim algo bem bagunçado, que se aceita uma boa dica para melhor aproveitar a diversão assistindo ao longa, vá ao cinema e procure esquecer completamente tudo o que viu no primeiro filme, pois a chance de gostar mais do que verá, é bem mais alta.

A sinopse do filme (a melhorzinha sem estar lotada de spoilers) nos mostra que sendo a sequência do sucesso “Branca de Neve e o Caçador”, o longa se passa antes e depois do filme original, quando a Rainha Ravenna recruta o Eric para matar sua enteada, Branca de Neve. Agora, Eric e Sara, uma guerreira, travam uma nova batalha com a Rainha e sua irmã Freya, a Rainha do Gelo – que por décadas viveu sozinha em um remoto palácio, criando seu próprio grupo de caçadores mortais.

Claro que depois do rolo do diretor do primeiro filme, não voltariam a contar com ele para a continuação, e eis que foi a chance de Cedric Nicolas-Troyan de estrear frente à um projeto, pois anteriormente só havia sido diretor de segunda unidade no primeiro filme da série e em "Malévola", e o que posso adiantar logo de cara é que o trabalho do diretor embora utilize de diversos recursos tradicionais do gênero (que as vezes até costumam incomodar), ele trabalhou bem para que o longa tivesse dinâmica e envolvesse dentro de um conteúdo claro e bem feito sem que o público tivesse que pensar em muitas coisas. O grande problema nem foi tanto em sua estreia, mas sim na loucura de pegar um roteirista de animações e lhe entregar uma proposta de sequência/prequel unidas em um único filme, de modo que Evan Spiliotopoulus acabou fazendo semelhante o que todos reclamaram em seu outro longa, "Hércules", que é misturar diversos elementos de outros filmes, trabalhando de forma inconsistente para que as relações se liguem completamente. Não digo que seja então necessário ver o primeiro filme, bem pelo contrário, pois alguns detalhes vão parecer confusos, e por vezes acabarão nem se conectando direito para ficar entendível, e essa falha acaba atrapalhando um pouco o andamento do longa, mas se observarmos a trama como algo novo, sem ligações, o resultado acaba sendo bem agradável (irei rever o longa para conferir os efeitos da versão 3D, e farei esse teste, esquecendo completamente que vi o primeiro).

Sobre as atuações, era certeza absoluta que dariam um jeito de reviver a Ravenna de Charlize Theron, pois suas expressões no primeiro longa ofuscaram completamente qualquer tentativa que a protagonista fizesse, afinal a atriz é de primeiríssima linha, e aqui mesmo com poucas cenas conseguiu ser perfeita e envolvente, além de mostrar uma beleza completamente fora de qualquer padrão. Chris Hemsworth no primeiro filme deu um tom meio que rancoroso para o seu Caçador, e aqui seu Eric é extrovertido demais e brincalhão demais para alguém que sofreu bastante, claro que isso provavelmente proveio do roteiro, mas o ator poderia ter mantido o tom que ainda assim agradaria bastante. Jessica Chastain sempre estará perfeita para qualquer papel que lhe seja entregue e agora mostrou personalidade para com a sua Sara, claro que dando muito trabalho para sua dublê, mas usando de expressivos momentos quando parava para trabalhar seus diálogos sem estar pulando para todo lado. Literalmente congelaram o coração de Emily Blunt para fazer a Elsa, ops Rainha do Gelo Freya, pois sem demonstrar qualquer sentimento nas suas expressões sem que fosse rancor e tristeza, aliado à uma excelente maquiagem que a deixou mais branca do que o natural de sua pele, a atriz trabalhou suas falas em tons imponentes, mas sempre dentro de um conteúdo frio, e isso fez dela um ótimo exemplo expressivo para quem fizer papéis desse estilo. Sobre os anões, posso dizer que funcionaram bem para o alivio cômico da trama (além claro de Hemsworth), e assim como em animações temos os bichinhos falantes que apenas divertem sem ter muita importância, aqui eles que fizeram esse papel. Outro detalhe interessante da produção, é saber de onde arrumaram tantas crianças diferentes para cada hora chegar uma nova carruagem com diversos figurantes/atores.

Agora se temos algo a elogiar na trama, além do ótimo trabalho da maioria dos atores, é o trabalho da equipe de computação gráfica do longa, que junto de uma excelente equipe de arte colocou elementos bem trabalhados que nem pareciam ser falsos, e isso é algo que sempre agrada bastante em filmes fantasiosos, claro que temos um problema de criatividade, afinal fica nítido a mistura de diversos outros longas na concepção artística do filme, mas que se relevado, acaba envolvendo bastante e agradando por não soar estranho, o que acaba diferenciando bem do primeiro filme, aonde alguns efeitos aparentavam estar fora do contexto. A fotografia bem puxada para os tons azul e branco nos momentos de neve, e num tom mais sombrio para as cenas das florestas, agradaram e deram boas nuances para quem gosta de se envolver com os filmes, claro que não é algo tão primoroso, mas que foi bem feito para que na conversão para 3D o resultado talvez agradasse. Não vou me estender sobre a tecnologia de conversão, pois não vi o filme em 3D (talvez reverei se sobrar um tempo na programação), mas fica claro os momentos que usaram o recurso e provavelmente funcionaram bastante.

Enfim, não é um filme genial, mas foi muito bem feito. Claro que possui diversos defeitos e a bagunça do roteiro provavelmente acabou jogando mais desconformidades para todo o restante, então volto a falar que até recomendo o longa, mas procure abster da ideia de ser ligado ao primeiro filme. Claro que agradeço aos parceiros da Difusora FM 91,3Mhz pelo convite para a ótima pré-estreia, que lotou de convidados para conferir a trama em uma sessão especial. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais estreias dessa semana, então abraços e até breve.

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