Deus Não Está Morto 2 (God's Not Dead 2)

4/10/2016 11:07:00 PM |

Se no primeiro filme o debate se Deus está ou não morto ficou a cargo de uma disputa dentro de um debate de aula na faculdade, na continuação "Deus Não Está Morto 2" precisaram dar uma incrementada no cenário botando o lado jurídico da questão à prova. E como já disse aqui uma outra vez, filmes de julgamentos costumam funcionar bem por mostrar elementos claros nos depoimentos que acabam envolvendo o público e costumam levar o debate da telona para fora dela com muitos anseios. O filme claro trabalha bem o lado religioso da trama, mostrando com argumentações históricas, a tentativa de provar a questão de Jesus ter ou não existido, até mais do que a provação de estar vivo que tanto ficou evidente no primeiro filme, e de uma maneira até que menos forçada, o resultado acaba agradando e sendo bem desenvolvido com os protagonistas.

O longa nos mostra que Grace Wesley é uma professora cristã que, ao responder uma pergunta feita por uma de suas alunas, Brooke, acaba falando sobre Jesus Cristo em plena sala de aula. Tal situação lhe rende um processo administrativo impulsionado pela diretora Kinney, que não quer que assuntos religiosos sejam tratados dentro da escola. Após se recusar a pedir desculpas pelo ocorrido, Grace é processada pelos pais de Brooke, que acreditam que a polêmica em torno do julgamento possa facilitar a entrada da garota em uma universidade de prestígio.

Claro que com o lucro imenso do primeiro filme, era fácil que os produtores solicitariam aos roteiristas uma continuação, e a ideia feita até que é boa pelo conceito do julgamento em si, mas a forma como a diretora lida para criar a situação do julgamento ficou diríamos que um pouco forçado, pois simplesmente um comentário de aula não seria algo suficiente destruidor para levar um caso ao nível que acabou acontecendo. Ao final do longa é mostrado diversos outros julgamentos do estilo nos créditos, mas acredito que os motivos tenham sido mais fortes do que o mostrado no longa. Porém tirando esse detalhe, o trabalho de Harold Cronk repetiu os bons momentos que teve na direção do primeiro filme e ainda corrigiu alguns exageros novelescos nessa nova versão, pois diferente da primeira trama que mostrava diversas histórias paralelas que ao final se conectavam, aqui basicamente temos o foco no julgamento da professora, com algumas pequenas bases interligadas, provenientes do primeiro filme, mas sem muito enfoque. E isso de certo modo funciona melhor tanto para que a religiosidade fique presa somente no que querem mostrar e toda a discussão surta um efeito melhor sem precisar ir para situações mais apelativas. Ou seja, é um filme ainda mais focado num público determinado, mas que de certa maneira agrada mesmo quem for apenas curtir um bom filme.

No quesito atuação, Melissa Joan Hart até mostra fervorosamente a fé de sua Grace com feições de desespero e emoções bem exploradas, mas poderia ter ido num nível abaixo que chamaria mais atenção e agradaria mais, porém simbolizou bem a devoção da personagem, e isso é o que mais importa. Jesse Metcalfe mostrou bem o estilo dos jovens advogados dispostos a ganhar todas as causas que sejam colocados e dessa forma até agradou bastante com seu Tom, trabalhando trejeitos e com seu fechamento mostrou algo bem diferente da personalidade completa que segurou durante toda a trama, e assim chamou uma certa atenção. David A.R. White voltou como o pastor Dave, e se no outro filme ele teve um pouco mais de atitude, aqui ficou bem em segundo plano (aparentemente deixado de lado para um terceiro filme com o final sugerido), mas ainda assim soube trabalhar boas expressões e envolver nas suas cenas. Ainda estou tentando entender a continuação do papel de Trisha LaFache nesse filme, pois no primeiro já foi fechado a história de sua Amy, e aqui ela duvidando de sua cura ficou algo bem jogado, e a atriz nem tentou mostrar que poderia envolver, ficando bem no meio do caminho da história entrando na ligação da história com o grupo de cantores. Hayley Orrantia mostrou bem a personalidade de sua Brooke, mas sempre com um semblante meio assustado não chamou muito a responsabilidade para si quando precisou e isso ficou estranho de ver, Ray Wise mostrou que não estava para brincadeira com seu Peter e logo de cara o público já chamou ele de todos os nomes possíveis, e apenas como um advogado de acusação faria para derrubar o acusado, o ator mostrou personalidade e colocou trejeitos fortes para que seu antagonista funcionasse por demais. E dos demais atores, a maioria apenas faz pequenas participações, que claro dessa vez além de apenas cantarem a canção final, os jovens do The Newsboys foram colocados dentro da trama para cantarem orando também duas músicas.

No conceito visual não temos algo muito chamativo, pois inicialmente temos uma escola comum, e logo em seguida já ficamos quase que 80% dentro do tribunal para o julgamento, que foi bem montado e agradou bastante visualmente, mas não é nada além do comum que tanto conhecemos, só tendo o detalhe que sempre mostravam a garota de cabelos e maquiagens estranhos, que ao final tem uma boa simbolização. A fotografia também não chamou atenção para nada, e de uma maneira simples fez o tradicional sem atrapalhar em nada.

Enfim, é um bom filme, nada espetacular, que deixará o público alvo feliz, e quem for procurando uma boa mensagem também, mas se você não estiver em nenhuma dessas duas categorias fuja, pois a chance de se irritar com qualquer coisa, ou até mesmo com o público da sessão é alta, mas do contrário o longa lhe agradará bastante. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje encerrando a semana cinematográfica, mas volto na próxima Quinta com novos textos, então abraços e até lá.

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