Cinderela (Cinderella)

3/26/2015 10:57:00 PM |

Sempre que falamos de filme das princesas da Disney, a que costuma mais ser lembrada é "Cinderela", provavelmente por manter a base da não busca pelo príncipe encantado, mas o encontro amoroso, o lance da fada madrinha ajeitar a vida nem que seja por algumas horinhas, toda a doçura com os animais, além claro do baile perfeito quase que de debutantes, e por aí vai mexendo demais com o imaginário das garotas e até das mães de família que sonham mesmo que já passaram da idade em ver seu sonho acontecer com as filhas. E se o clássico animado da Disney ganhou diversas versões relançadas com o mesmo filme (versão original, versão diamante, versão platina e versão de tudo quanto é jeito), por que não fazer uma versão live-action com atores assustadoramente parecidos com o desenho? Claro que já tivemos alguns outros filmes que usaram a base do clássico para recriar versões próprias, mas estamos falando de uma versão exata levada ao pé da letra toda a beleza e magia que a animação proporcionou lá nos anos 50 e depois foi relançada de diversas outras maneiras. Pois bem agora a própria Disney conseguiu fazer tudo que sabe de melhor e felizmente graças aos deuses cinematográficos não quis inventar moda de uma releitura para algo que não deve ser mexido, e dessa maneira temos muitos clichês? Sim! Mas a beleza, magia e principalmente com uma computação gráfica primorosa, um filme que vai agradar, emocionar e com muita certeza vender muitos produtos licenciados pelo mundo afora!

O filme nos mostra que após a trágica e inesperada morte do seu pai, Ella fica à mercê da sua terrível madrasta, Lady Tremaine, e suas filhas Anastasia e Drisella. A jovem ganha o apelido de Cinderela e é obrigada a trabalhar como empregada na sua própria casa, mas continua otimista com a vida. Passeando na floresta, ela se encanta por um corajoso estranho, sem desconfiar que ele é o príncipe do castelo. Cinderela recebe um convite para o grande baile e acredita que pode voltar a encontrar sua alma gêmea, mas seus planos vão por água abaixo quando a madrasta má rasga seu vestido. Agora, será preciso uma fada madrinha para mudar o seu destino...

É até engraçado falar qualquer coisa sobre o filme, afinal desconheço quem não tenha visto a animação original, ou lido o conto, ou (agora vou parecer idoso) ouvido a história através daqueles disquinhos que o Silvio Santos vendia, pois como disse no início é um dos clássicos mais lembrados, e o que o roteirista Chris Weitz, que escreveu e dirigiu "A Bússola de Ouro" mas é mais conhecido por ter dirigido "A Saga Crepúsculo: Lua Nova", fez aqui foi pegar a base completa e colocar para o diretor desenvolver a produção apenas com atores, tendo um ou outro momento que desse para falar que viu algum ensejo de mudança da história, mas repito, felizmente não mexeram em nada da base original. Aí após o diretor original ter divergências criativas com a produção, eis que cai nas mãos de Kenneth Branagh, conhecido por ter feito o primeiro longa de "Thor" e diversos outros filmes de ação, para que desse vida à esse roteiro cheio de doçura, e o que ele faz, magicamente cria uma vilã espetacular para que até a menor criancinha presente na sala (que se duvidar nem conseguia ler ainda as legendas direito), quisesse espancar a madrasta vivida por Cate Blanchett, colocou algumas cenas tristes bem emocionantes e deu doçura para os demais personagens ser exatamente como o clássico deveria e todos ao final soltassem o tradicional Ohhh, ou seja, trabalho feito com perfeição e garantia de voltar para muitos outros filmes.

Um fator extremamente interessante é o desenho visual que criaram com os protagonistas da história, pois fica até difícil imaginar outros atores para cada um dos personagens, tamanho foi o desempenho de cada um para se portar exatamente como deveria e pontuar cada ato com precisão, claro que isso mostra também uma excelente direção de atores, mas sem dúvida alguma, a escolha do elenco que em sua maioria são personagens carimbados de séries, fez toda a diferença. Para começar temos de ir ao que o diretor faz melhor em seus filmes, que são os vilões, e depois de criar maravilhosamente um Loki que é amado por todos, ao invés de ser odiado, pegou Cate Blanchett e fez atuar muito melhor do que quando ganhou o Oscar, nos entregando uma interpretação crua e perfeita quanto a expressões de forma que sua Lady Tremaine será odiada e amada por muitos durante um bom tempo. Lily James não é das atrizes mais conhecidas para quem não assiste séries, mas ficou tão bem encaixada na personagem de Ella que mesmo vendo que a produção teve diversas outras opções, não consigo imaginar outra atriz fazendo o papel, claro que ela não fez nada que falássemos ser uma atriz impressionante, mas soube agir com certa naturalidade em todas as cenas, de modo até bonitinho demais, o que acabou sendo eficiente. Richard Madden não é daqueles príncipes encantados que irão fazer a cabeça das garotas, mas trabalhou tão bem encaixado com boas cenas e olhares que chegam até a dar pena da sua condição que suas expressões acabam agradando e sendo satisfatório também o que fez. Um personagem simples mas que foi bem utilizado graças aos trejeitos carismáticos foi o do Capitão, interpretado por Nonso Anozie, que soube lidar mesmo com as roupas nada favoráveis ao seu corpo e ainda ser bem humorado para trabalhar a expressão e agradar. As irmãs Drisellae e Anastasia, interpretadas respectivamente por Sophie McShera e Holliday Grainger exageraram demais na forma caricata de ser, mas ainda assim são bem divertidas as cenas que aparecem, então o acerto também foi bacana do que fizeram com elas, principalmente na maquiagem, pois olhando fotos delas fora do filme até que são bonitinhas. Stellan Skarsgård faz um grão-duque razoável, principalmente por sabermos que ele é um bom ator, mas como tem praticamente 3 cenas para tentar aparecer um pouco, faz algumas caras e bocas estranhas e sai quase como entrou na trama, sem servir para muita coisa. Agora podemos dizer com certeza que Helena Bonham Carter foi escolhida a dedo para ser a fada madrinha, que inicialmente com toda maquiagem pesada ficou irreconhecível, ao se transformar apenas ficou bonita, mas ainda trabalhou todo o humor característico que conhecemos bem de seus outros papéis, foi exatamente como ela é, e isso é sensacional quando um ator consegue entregar sua personalidade para um papel, sem estragá-lo, ou seja, caiu como uma luva.

Agora se existe algo totalmente bem pensado nos clássicos Disney, seja animação ou live-action é o visual, tudo é maravilhosamente lindo de ver na telona, de maneira que a floresta está impecável, o castelo deslumbrante repleto de velas que deram um charme a mais para a trama, animais em computação gráfica perfeitos e muito bem colocados que se não fossem tão vivos com os protagonistas nem falaríamos que eram computação, além de efeitos mágicos bem encaixados para envolver o público com a famosa magia Disney que tanto comoveu no passado. Além disso foram feitos figurinos impecáveis e com um luxo único, que com muita certeza muitos irão copiar nas festas por aí mais pra frente, além claro de muita coisa que será feita para comercializar, tanto que já vi a MAC lançando maquiagem do filme e a Zwarovski lançando o pé do sapatinho perdido por R$12 mil. Com uma fotografia bem trabalhada nos diversos tons e ângulos diferenciados, sempre com a mesma forma de pensamento vivo e rico, com cores combinando a cada ato, o filme deslancha e envolve de uma maneira incrível para fantasiar com tudo e sair da sessão feliz com todo o visual entregue pela equipe artística. Embora o longa não seja vendido com 3D, não é de duvidar que lancem o bluray com a tecnologia, pois diversas cenas possuem uma profundidade interessantíssima e nas cenas envolvendo magia temos muitos elementos que com certeza agradariam saindo da tela.

O longa ainda conta com trilhas orquestradas bem envolventes e até algumas canções foram colocadas para agradar e sonorizar com sensibilidade a trama, além claro da canção cantada por Cinderela aonde a atriz pôs o gogó para jogo de forma muito bem pontuada. Felizmente não fizeram o longa no estilo musical, mas as canções serviram bem encaixadas sempre sendo empregadas para dar ritmo e envolvimento na trama toda

Enfim, é um excelente filme que vale muito a pena ser visto, principalmente nos cinemas por abranger ainda mais o conteúdo visual numa tela gigante. Claro que vai ter os do contra que não gostam de contos de fadas, e irão reclamar de tudo, pontuando mais defeitos do que qualidades do longa, mas com certeza é um filme lindíssimo que irá deixar todo um gostinho de infância nos mais velhos e brilhar ainda mais os olhos dos pequeninos. Recomendo ele com certeza, para mostrar que a Disney ainda sabe fazer bons filmes em live-action e manter a ternura de seus clássicos das antigas. Ah e já ia esquecendo da cereja do bolo que todos irão comer antes da sessão iniciar, o curta "Frozen: Febre Congelante" é lindo demais, mantendo a essência total do filme "Frozen" com seus personagens entoando a nova canção que lá fora com certeza deverá ser o novo hit de como cantar parabéns e com novos bonecos de neve fofinhos que devem lotar as prateleiras das lojas de brinquedo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, agradecendo claro a rádio Difusora FM 91,3MHz pela parceria e oportunidade de ver a pré-estreia desse longa maravilhoso junto com diversos amigos e convidados. Então abraços e até breve pessoal.

PS: A nota só não será máxima por mesmo os atores serem quase que clones da animação, os protagonistas poderiam ser mais perfeitos, e só isso faltou para que o longa fosse um marco total.


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