Uma Noite No Museu 3 - O Segredo da Tumba

1/03/2015 01:43:00 PM |

Alguns filmes são criados já pensando nas diversas continuações, outros acabam ganhando tanto dinheiro que os produtores vão na levada colocando cada vez mais e mais histórias para apenas render, porém é interessante observar que quando se determina uma trilogia, que no caso já haviam cantado a bola logo no primeiro filme, o terceiro já vem com um tom de despedida grande, e se determinados acontecimentos ocorrem fora do que é esperado, aí o tom fica mais triste ainda. Com o filme "Uma Noite No Museu 3 - O Segredo da Tumba" não foi diferente, pois praticamente toda a História mesmo como deveria ser contada, já havia sido mostrada nos dois primeiros filmes, e aqui apenas queriam uma forma de fechar tudo de maneira bem encaixada, com isso algumas piadas até divertem e fazem rir, mas o melodrama secundário já estava pautado mesmo antes da morte de Robin Williams, e pode até ser que o filme já tinha sido editado e tudo mais, mas o longa ficou tão impactante como uma despedida do ator que não tem como não se emocionar nas cenas finais. Ou seja, é um filme bem feito, que decolou com o primeiro filme, teve um ponto culminante de histórias contadas de uma forma divertida no segundo, e fechou num terceiro que por muito pouco não virou um comédia dramática.

Dessa vez o longa nos mostra que o vigia noturno Larry Daley segue com seu inusitado trabalho no Museu de História Natural de Nova York. Determinado dia, descobre que a peça que faz os objetos do museu ganharem vida está sofrendo um processo de danificação. Com isso, todos dos amigos de Larry correm o risco de não ganharem mais vida. Para tentar salvar a turma, ele vai para Londres pedir a orientação do faraó que está em exposição no museu local.

O filme pra poder ter um embasamento histórico como os demais, iniciou nos colocando na descoberta das tumbas egípcias numa escavação "amaldiçoada" e dessa forma bem rapidamente já somos devolvidos para a data atual, onde tudo desenrola e é explicado como vão parar em Londres, até aí tudo bem, pois quase de forma semelhante, claro que sem necessitar de uma historinha paralela, tivemos o segundo filme bem trabalhado. O problema aqui é que a historinha foi tão bobinha, e utilizada tantas vezes dentro do filme, vide o lance da foto que fez voltar os seguranças do primeiro filme e depois a ligação com o faraó, que merecia ter sido melhor trabalhada, e de longe é notável diversos problemas ali, tanto nas interpretações quanto no conteúdo cênico, então se era pra ter sido assim, caberia melhor a explicação sendo contada por Ahkmenrah. Além disso, não sei se faltou pesquisa ou algo mais que o museu de Londres pareceu ter apenas meia dúzia de peças importantes: a serpente de várias cabeças, o quadro com várias escadas que já está no poster, Lancelot, o Faraó, o dinossauro Trixie e um ser que pula antes da serpente que foi tão simples que nem lembro mais seu nome, então poderiam ter dado vida a mais coisas que agradaria bem mais com toda certeza. O diretor Shawn Levi soube ao menos trabalhar bem com diferentes tipos de formatos, misturando novamente animações cenográficas como fez bem no segundo filme e junto disso trabalhou bem a tridimensionalidade que caberia se quisessem até ter lançado no modo mais caro que muitos vem trabalhando, mas isso serve para mostrar que um bom diretor sabe aproveitar da tecnologia sem necessitar fazer seu filme ficar mais caro, e dessa forma temos diversas cenas bem interessantes com perspectivas interessantes.

Sobre a atuação, Ben Stiller vem melhorando cada vez mais em filmes dramáticos com pitadas cômicas, e aqui por não necessitar fazer rir tanto, acabou agradando bastante e talvez decole até mais nesse estilo daqui pra frente, digo isso para seu personagem Larry, porém para o personagem Laaa ficou de forma caricata e bem divertida nas cenas, principalmente nas finais junto de Tilly. Owen Wilson e Steve Coogan não trabalharam tanto como nos demais filmes da série, mas ainda assim seus personagens de Jedidiah e Octavius conseguiram tirar boas risadas do público. Rebel Wilson caiu bem nas cenas de sua Tilly junto do homem das cavernas Laaa, mas sabemos que ela é mais cômica que o que fez ali, e caso inventem um reboot para a saga, com certeza ela é o nome certo para iniciar tudo lá em Londres. Dan Stevens fez um Lancelot meio abobalhado, e que de cara faltou muito para ser o vilão da trama, isso não foi demonstrado fácil se é erro do roteiro ou da forma como atuou. Ben Kingsley e Rami Malek trabalharam bem seus faraós, mas mesmo sendo os responsáveis por tudo que ocorre, já que a placa pertence a eles, faltou dinâmica e mais história, o personagem de Ben explica tão rapidamente como funciona a quebra da maldição que quase nem existe a cena, da mesma forma que Raimi também diz o mesmo e todos já estão indo para Londres. São coisas do estilo que ocorreu com Robin Williams que acabam assustando, pois esse filme não foi o último que gravou, mas está sendo praticamente o último que atua, já que o próximo é apenas a voz, e o filme mesmo não querendo ser assim, ficou muito em forma de despedida dele, e isso é assombroso demais. Rick Gervais como administrador do museu quase foi uma participação bem omissa, que por muito pouco não ficou menor que as participações de Hugh Jackman, que foi excelente no que fez e Alice Eve como uma dupla de atores interpretando uma cena de Camelot. O longa também contou com a participação dos antigos vigias do museu que já apareceram no primeiro filme Dick Van Dike, Bill Cobbs e Mickey Rooney, que também morreu ano passado e o longa teve homenagem póstuma.

O visual do longa contou com elementos bem interessantes no início dentro do lançamento das constelações no museu antigo, mas já estou até repetitivo demais, ao dizer que ao entrar no museu londrino faltaram elementos cênicos para mostrar a grandiosidade do museu, e isso no meu ver foi um dos pontos mais falhos do longa. Mas para compensar a equipe de fotografia fez um trabalho digno de premiação, por saber utilizar as luzes e enquadramentos da melhor forma possível para dar um ar tridimensional no filme, que se tivéssemos pago mais caro para colocar óculos na cara iríamos dizer que foi tudo perfeito, mas optaram apenas por colocar visualmente que já agradou bastante.

Bom, toda boa série cômica merece um fechamento digno, e para isso necessitam escolher músicas bem encaixadas para que os personagens dancem no final, e dessa vez a escolha de "The Time Of My Life" e "Got To Be Real" caíram como uma luva para o encerramento, além claro das demais trilhas sonoras que deram ritmo e envolvimento para a trama.

Enfim foi um bom filme, de uma série excelente, mas que fechou de forma estranha por querer ser rápido demais com o fechamento, deixando de lado toda a magia que poderia ser explorada no museu de Londres, e como o que era previsto de ser spin-off do filme agora não dá mais já que o intérprete de Teddy, Robin Williams morreu, não sei que rumos tomará a franquia se devem recomeçar ou algo do tipo, mas ficou faltando muito para agradar mais. Digo também que pretendo rever ele dublado, já que o primeiro e o segundo gostei bem mais da versão dublada do que a legendada pelas piadas mais nacionalizadas, mas assim que der um tempo, então apenas fico por aqui encerrando essa semana cinematográfica bem curta, torcendo para que na próxima venham bem mais. Então abraços e até breve pessoal.


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