Operação Big Hero em 3D

12/20/2014 01:56:00 PM |

Antigamente quando se falava em animações, 90% dos longas eram destinados somente às crianças, tendo toda infantilidade e magia característica para entreter a garotada, aí com o passar dos anos foram aparecendo piadas e desenvolvimentos mais propícios para os pais que acompanhavam os pequeninos, até chegar na atualidade, onde alguns longas não envolvem nem um pouco os menores, tendo um ou outro personagem bonitinho apenas para entreter, mas o grande conteúdo é mesmo para os adultos irem, entenderem as piadas e até mesmo colecionarem os objetos. E "Operação Big Hero" que estreia oficialmente na próxima quinta, mas está com diversas pré-estreias pagas espalhadas pelo país, se enquadra bem nesse último grupo, pois vai atingir muito mais os jovens e adultos do que as crianças, claro que haverá exceções, mas na maior parte como ocorreu hoje, o que se via na sala eram as crianças desinteressadas pelo filme apenas empolgadas com o bonecão, enquanto jovens e pais curtiam bastante o que estava sendo passado. E dessa forma, podemos dizer que temos agora mais um grupo de heróis para torcer e vibrar, afinal o que foi apresentado foi um filme digno de muitas continuações dentro do Universo proposto, que vai muito além do que os nerds esperavam.

O filme nos situa na cidade de San Fransokyo, Estados Unidos, onde Hiro Hamada é um garoto prodígio que, aos 13 anos, criou um poderoso robô para participar de lutas clandestinas, onde tenta ganhar um bom dinheiro. Seu irmão, Tadashi, deseja atraí-lo para algo mais útil e resolve levá-lo até o laboratório onde trabalha, que está repleto de invenções. Hiro conhece os amigos de Tadashi e logo se interessa em estudar ali. Para tanto ele precisa fazer a apresentação de uma grande invenção, de forma a convencer o professor Callahan a matriculá-lo. Entretanto, as coisas não saem como ele imaginava e Hiro, deprimido, encontra auxílio inesperado através do robô inflável Baymax, criado pelo irmão.

A animação é tão bem trabalhada nas inflexões de modo que cada cena parece ter sido pensada, assim como acontece nos longas da Marvel, para ter continuidade em milhares de filmes, criando um universo próprio e bem montado, e dessa forma o roteiro acaba se desenvolvendo de uma forma própria e interessante que nem parece que estamos assistindo a uma animação, e isso é muito bacana de ver. Os diretores Chris Williams e Don Hall já são ratos de animações sempre trabalhando mais no setor artístico e nos roteiros, mas aqui conseguiram captar praticamente toda a síntese dos personagens, criando vida própria para cada um, e mesmo não sendo exatamente como é nos quadrinhos, já que precisaram tirar personagens e mudar vários elementos devido a alguns direitos autorais, o resultado é surpreendente, agradando na medida quem gosta de personagens heroicos e principalmente quem gosta de uma boa animação. E ainda contando com um ritmo bem gostoso, o filme acaba nos mostrando apresentação, miolo e finalização bem características como uma grande obra deve ser, além de assim como todos os filmes da Marvel, ter a tradicional cena pós-crédito, que quem perder garanto que vai ficar bem triste, afinal é uma das melhores cenas pós-créditos que já fizeram, mesmo sendo bem rápida.

Dos personagens com toda certeza o carisma todo fica a cargo de Baymax, que nos conquista com suas falas, seus gestuais, sua modelagem e tudo mais, tanto que não tem como sair do cinema sem levar um bonequinho inflável que é vendido na bombonière, E como disse, cada personagem tem um estilo próprio, fazendo com que as pessoas se assimilem e acabem torcendo por eles. Logo na sequência de nível carismático entra o divertido Fred, que aqui tivemos a dublagem de Marcos Mion mandando muito bem nos trejeitos malucos que o personagem tem, e acabou dando até seu estilo próprio com as falas. O personagem Hiro tenta fazer com que as crianças busquem trabalhar mais suas coisas boas para o bem, mas com um nome japonês ficou meio estranho o garoto com cara americana demais, e embora suas ações sejam bem bacanas, é meio difícil pensarmos nele como um líder nato no combate junto dos heróis, caberia algo meio como o Nick Fury dos "Vingadores". As mulheres da trama são até engraçadinhas, mas ficaram tão em segundo plano que dificilmente teremos alguém vibrando com seus feitios. E Wasabi tem alguns momentos cômicos nas suas poucas cenas que acabam dando um tino chamativo para o personagem, mas ainda assim é bem coadjuvante na trama. Além do Mion, temos vários atores e personagens da mídia famosos dublando o longa no Brasil e isso ficou bem interessante de ver, pois todos mandaram bem mesmo, não soando tão falso como ocorre quando não colocam dubladores profissionais, são ele: Fiorella Mattheis, Kéfera Buckmann, Robson Nunes, entre outros.

Claro que no quesito visual não seria diferente, e temos uma modelagem de primeiro nível, com personagens coloridos e chamativos, cada um com seu tema bem desenvolvido e formas muito interessantes para uma animação. Toda a cenografia ao redor dos personagens foi criada minuciosamente e com detalhes mínimos, principalmente nas cenas que envolvem os microbôs, onde uma pecinha minúscula acaba tomando formatos incríveis. Ou seja, com um visual desses, a equipe de fotografia só precisou criar boas nuances para que as sombras do desenho nos convencessem de sua tridimensionalidade e assim os personagens animados criassem quase que um capacidade humana nas telonas. E falando sobre o 3D, nas cenas que não foram usadas apenas para dar formato aos personagens, temos um campo de visão tão ampliado que impressiona realmente a tecnologia usada para dar a ambientalização, e isso é muito bacana de ver mesmo. Claro que aqueles que gostam de coisas saindo da tela, talvez reclamem do filme, já que por se tratar de uma animação poderia ter abusado mais desse estilo de efeito, mas como sempre digo, 3D não é apenas para frente, e quando bem usado para trás fica até melhor do que coisas voando desnecessariamente, então o resultado do longa no quesito 3D pra mim foi bem satisfatório.

As canções escolhidas para compor a trilha musical foram impecáveis e dão todo o tom que o filme necessitava, ouvindo Fall Out Boy mandando ver com "Immortals" e "My Songs Know What You Did in the Dark", 30 Seconds to Mars tocando "Edge of the Earth", e até uma versão remixada de Survivor com "Eye of the Tiger" combinaram bem demais e junto das trilhas apenas orquestradas, ditaram o ritmo de ação como poucas vezes vimos no cinema, ou seja, perfeitas escolhas musicais geram perfeitos momentos

Enfim, é um filme excelente que adultos vão sair bem contentes de terem pago para ir com os filhos, ou jovens vão sair contentes por mais uma história da Marvel bem feita nas telas, claro que repito, com diversas mudanças dos quadrinhos devido aos direitos autorais, mas infelizmente não garanto que a garotada menor que costuma ser o público de animações vá curtir muito o que é mostrado na tela, então somente se sua criança curte bastante desenhos de lutas leve ele para assistir, senão é capaz dele ficar pedindo para sair, ir ao banheiro, querer alguma coisa e por aí vai, deixando que nem você assista ao filme direito e deixando bravo quem estiver do seu lado com o falatório todo. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda tenho muitos filmes para conferir nesse final de semana, então abraços e até mais tarde.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...