Amor Sem Fim

6/14/2014 01:57:00 AM |

Quinta-feira passou a ser data de estreia de filmes no Brasil, e claro que nesse dia 12 tinha de aparecer algum filme alusivo à data do Dia dos Namorados, isso é tão óbvio quanto achar areia no deserto! E claro que nos países onde a data é comemorada no dia de São Valentim em Fevereiro, "Amor Sem Fim" estreou por lá também no mesmo período! óóóó!! Certo, vamos parar de ironias, afinal estamos falando de um filme romântico e quem não quiser comer um bolo adocicado o que faz? Passa longe, afinal a diretora usou a mesma forma tradicional sem mudar uma vírgula dos clichês que estamos acostumados a ver em filmes desse estilo, aliás, por ser uma refilmagem de um clássico de 81, mas que assisti sem saber desse detalhe, a todo momento me via perguntando em forma de pensamento: "Já vi esse filme, essa cena já foi feita igualzinha", mas como todo romance é bem semelhante ignorei meu pensamento, mas estava certo, cópia exata trocando apenas os atores!

O filme nos mostra que Jade Butterfield é uma jovem superprotegida pelos pais, que aparenta ter um futuro brilhante pela frente. Só que ela se apaixona perdidamente por David Elliott, um jovem mais humilde que tem um passado conturbado. O relacionamento não é aprovado pelo pai de Jade, Hugh, que recomenda cautela à filha. Ainda assim, ela se entrega de corpo e alma à paixão por David.

Não sou uma pessoa favorável à refilmagens, principalmente pelo fator criatividade, pois se temos bons roteiristas no mercado, é só pagar pra alguém escrever e falar "Amigão, você está sendo pago, se vira que quero algo bom!", mas já que não sabia que era uma refilmagem, aliás não tinha visto nem trailer desse filme, vou analisar ele como sendo um filme como qualquer outro, apenas dizendo que se você já viu qualquer filme do gênero, vai saber exatamente o que vai acontecer em cada ato, e muito mais fácil que acertar qualquer bolão da Copa, vai acertar em cheio mesmo sem ter visto o longa de 81 que contou com grandes nomes no elenco. A diretora Shana Feste conseguiu pelo menos tirar boas atuações dos protagonistas e trabalhar com a dramaticidade pontuada por boas trilhas do começo ao final, claro que se tivesse inovado em alguma cena, mesmo que fosse por algum ângulo de câmera agradaria bem mais, mas seguiu a tradição a risco, garantindo um bom filme comovente ao menos.

Falando mais da atuação dos protagonistas, vale destacar com certeza Alex Pettyfer que vem numa crescente evolução artística, trabalhando os pontos chaves com trejeitos diferenciados e bem pontuados em cada nuance, provando que se qualquer diretor apertar o cerco, o jovem pode decolar facilmente porque é bom no que faz, além de chamar o público feminino para seus filmes. Em compensação Gabriella Wilde parecia assustada em diversos momentos, parecendo que viu a atuação de Brooke Shields no original e já sabia que não era capaz de fazer igual, claro que não foi algo lastimável, mas poderiam ter trabalhado ao menos um pouco mais a química do casal, pois nem parecia que a garota estava no clima. Bruce Greenwood é o ator mais experiente da produção e mostra serviço em todas as cenas que aparece, fazendo alguns dos atores novos até ficarem perdidos frente à sua capacidade, mas ao contrário do que acontece entre o casal, quando a jovem está com ele, consegue transmitir uma segurança interessante de ser vista e ambos acabam agradando bastante. Robert Patrick também possui a experiência de Greenwood, mas como aparece bem pouco na trama, e suas falas já são quase todas encaixadas rapidamente, nem dá para destacar nada do que faz. Joely Richardson está bem solta na trama e não se desenvolve tanto que poderia, talvez se tivessem trabalhado mesmo que rapidamente mais a briga entre marido e mulher, suas falas caíssem melhor na trama. Os demais atores são totalmente coadjuvantes, dando algumas ligações para os protagonistas, mas não tendo nenhum momento que você pudesse parar para ficar agraciado com algo que façam, e mesmo Dayo Okeniyi que vem agradando em outros filmes não conseguiu chamar atenção.

Visualmente o longa conseguiu ter uma estética bem interessante, pois como a jovem é bem rica, sua casa foi trabalhada com móveis de requinte, e ao irem para a casa de lago então nem se fala, pois todos os elementos cênicos passam a valer para ilustrar o momento agradável da família, em compensação, o jovem já possui móveis mais surrados, com uma oficina não muito produzida e que faz bem a variação da classe entre eles. A fotografia foi muito bem encaixada na trama, optando por diversos momentos noturnos onde luzes especiais, velas e fogos de artifícios acabaram valorizando a trama e agradando bastante para os ângulos tradicionais escolhidos.

Outro ponto extremamente bem feito foram as escolhas musicais, com canções que deram um bom ritmo para o filme e agradaram muito por composições tanto originais quanto conhecidas do público, dando um clima perfeito que até nos envolve, mas que os protagonistas poderiam ter aproveitado bem mais.

Enfim, é um filme bem gostosinho de assistir, mas que mesmo se você não tiver visto o original de 81, vai sair da sessão com toda certeza de já ter visto esse filme algumas vezes. Recomendo para todos os namorados que não aproveitaram o dia 12 pelo motivo do jogo da Copa e todos que gostam de filmes românticos e não ligam tanto para clichês, pois senão a chance de sair irritado com o que vê é bem alta. Fico por aqui hoje, mas ainda temos mais um filme para conferir nessa semana fraca de estreias, então abraços e até breve pessoal.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...