Amazônia em 3D

6/28/2014 12:32:00 AM |

O estilo documental de exibir animais, florestas, e a natureza por completo, é algo que muitos gostam de conferir, mas e quando é colocado uma história de fundo? Com "Amazônia", embora seja dirigido por um francês, o Brasil entra forte nesse nicho que hoje é dominado pela Discovery e BBC colocando um macaco que nunca viveu na selva para conhecer a mata e aprender a viver lá, e juntamente à isso foi criado um roteiro onde acaba ocorrendo praticamente um monólogo que Lúcio Mauro Filho vai nos narrando sendo o próprio macaco. Embora o longa tenha exagerado no teor infantil, assim como vimos em "Caminhando com Dinossauros", o aparato técnico foi tão grandioso, que sou suspeito de dizer que se assistirmos o longa em casa com a função mudo ligada, é capaz de ser um dos melhores documentários sobre a Floresta Amazônica já feito. Mas como no cinema não existe essa possibilidade, posso dizer também que a criançada que gosta de algo mais voltado à aventuras e curte ver uns bichos deverá curtir bastante a historinha contada.

O filme é uma aventura em 3D no interior da maior floresta tropical do planeta: a Floresta Amazônica, onde Castanha é um macaco-prego domesticado que sobrevive a um acidente de avião e se vê sozinho na mata fechada. O macaquinho precisa aprender a viver em liberdade, num novo mundo onde há animais de todos os tipos: onças, jacarés, cobras, antas, gaviões. Aos poucos, Castanha aprende a viver na floresta, fazendo novos amigos, em especial a macaquinha Gaia, sua companheira de espécie.

Ao pesquisar sobre o filme para escrever o texto, fiquei pasmo ao ler a quantidade de equipamento que foi levada para a floresta: 45 toneladas!!! Daí o resultado é nítido, de imagens belíssimas que nos colocam quase que em uma visita imersa junto do pequeno macaco por onde quer que ele passe na floresta, com ângulos perfeitos e trabalhados que em diversos momentos nos faz pensar que é um trabalho computacional, mas não, é pura tecnologia a favor de cobrir um roteiro elaborado com minúcia pela equipe para transmitir a sensação de estar junto do próprio macaco e conhecer a floresta com outros olhos diferente dos documentários tradicionais. Claro que após toda a captação de imagens, foi montada a história para que os atores dublassem, que é justamente onde entra a parte não tão agradável da produção, por ficar algo mais banalizado e totalmente voltado para crianças, mas inegavelmente o trabalho do diretor francês Thierry Ragobert e a produção dos irmãos Fabiano e Caio Gullane, juntamente de toda a equipe mostra que algo grandioso pode ser feito no nosso Brasil.

Como já falei, um dos pontos que mais causam cansaço no filme é a narração de Lúcio Mauro Filho e em certos momentos de Isabelle Drummond, pois além de infantilizar muito o filme, acaba em certos momentos saindo do personagem principal que é a fauna e a flora da Amazônia para um personagem criado, e tenho certeza quase que absoluta que o público que mais quer ver o filme não quer ver um desenho, mais sim algo que apenas nos envolvesse. Acredito que se tivessem seguido uma linha mais documental com narrações pontuadas elucidando a vida do macaco ali, até usando alguns momentos cômicos mesmo, como costumam fazer a maioria dos documentaristas, sairia do original que quiseram fazer, mas agradaria bem mais.

Muitos irão me perguntar se vale a pena assistir ao longa em 3D, por ter sido filmado com a tecnologia já é algo que valha mais a pena que muitos itens convertidos por aí, temos uma profundidade de campo incrível, que acaba nos imergindo para dentro da floresta, então quem gostar do estilo recomendo pagar um pouco mais e ver da forma que ele foi idealizado, claro que aqueles que acham que 3D é somente coisas voando pra cima de você pode esquecer que isso não ocorrerá, mas pra quem quiser uma realidade aumentada é uma recomendação boa ver ele com a tecnologia bem empregada.

Enfim, é um filme com um visual magnífico, uma produção de cair o queixo que inclusive recomendo quem quiser visitar a página do nosso parceiro AdoroCinema e ver os making of vai ficar impressionado com tudo, uma montagem esplêndida, mas acabou pecando muito ao exagerar achando que apenas as crianças iriam querer ver o filme e com isso banalizaram tanto a narração que chega a cansar diversos momentos que o macaco está lá falando algo através de pensamentos. Está muito longe disso ter estragado completamente o filme, mas fez com que em hipótese alguma fosse um filme que qualquer pessoa pensasse em rever. Recomendo ele com esses detalhamentos, dizendo muito que vale a pena ver pelo visual e pela imersão que o 3D causa, mas quem não curtir histórias mais infantis, é melhor aguardar sair em Bluray 3D e ver em casa no mudo como sugeri no início. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda teremos mais alguns filmes para conferir, mesmo não vindo todas as estreias para o interior, então abraços e até breve pessoal.


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