A Face do Mal

6/17/2014 01:23:00 AM |

Um dos gêneros que mais sofre da síndrome de roteiros fracos/copiados de outros filmes é o terror, e quando um diretor está sem criatividade não tem jeito, o filme se alonga tentando dar alguns míseros sustos nos espectadores mais desatentos e os que estão tentando compreender de onde provém toda a maldade que recaí sobre uma família, escolhida sempre por ser burra o suficiente de comprar uma casa onde todos (ou quase todos) morreram, acabam desapontados por ser algo tão bobo que somente um produtor maluco acharia que o argumento seria suficiente para fazer uma continuação com as pontas soltas que acabaram deixadas de lado. Com isso dito, "A Face do Mal" pode ser analisado de duas formas, uma diversão por ver pessoas desatentas tomar sustos, ou a tentativa frustrada de uma história que todos já viram em diversos outros filmes tentar nos enganar novamente deixando alguma coisa para ser contada com o dinheiro que conseguirem arrecadar. Então o melhor que sugiro, é que quem for ver, ria muito, e nem tente ficar se perguntando o porquê de cada coisa, pois a chance é que saia sem explicar, ou no máximo você já saiba por ter visto a mesma ideologia em outro longa do gênero.

O filme nos mostra que ao lado dos pais e das duas irmãs, Evan Asher é um jovem tímido e pouco sociável que se muda para uma grande casa, cujo passado é marcado por uma família que perdeu todos os filhos. Aproveitando o baixo preço e sem problemas com superstições, os Asher se mudam para o local. Lá, Evan aproveita o tempo livre para desenvolver uma amizade/namoro com a vizinha Sam. Curiosos, os dois vão explorar o passado sombrio do local e despertar forças nada amigáveis.

O formato de roteiros envolvendo casas assombradas por famílias que morreram ou foram mortas ali é algo que vai quase em 90% dos filmes de terror servir de base, mas claro que alguns acertarão mais a mão do que outros, e o diretor estreante Mac Carter caiu nas mãos do roteirista estreante também Andrew Barrer, de forma que nenhum dos dois pôde ter suporte suficiente para dar uma visão mais evoluída para a trama, rodando ao redor da casa sem ao menos explorar o território sombrio que poderia ter numa cidade envolta de florestas estranhas, e com isso o filme ficou bem fraco, provocando uns 2-3 pequenos sustos com aparições repentinas, mas nada que se você já é acostumado com o gênero irá se apavorar, ou seja, continuo repetindo, que será mais fácil rir de outras pessoas que não estão acostumadas, do que se assustar realmente.

Outro quesito que poderia ter salvo o filme é o de atuação, mas os jovens nem se entregaram numa química romântica a favor de vamos encarar o fantasma e nos salvar, muito menos aparentar cara de pavor, no máximo o que Harrison Gilbertson faz é alguns trejeitos de uma pessoa exageradamente tímida, que não está acreditando que uma jovem bonita lhe está dando bola e que o que está ocorrendo na casa é algo que vai ferrar sua vida, do tipo bem lerdo de não entender nada, e isso qualquer um na rua sabe fazer melhor que ele. E Liana Liberato por ter sua história desenvolvida somente na última cena do filme, parece tão fantasma quanto os que aparecem, por atitudes e gestuais perdidos na trama. Jacki Weaver, ou a mãe do Chucky como alguns espectadores apelidaram-na, tem um ar sombrio bem interessante, e poderia ter sido usado melhor na trama para nos envolver, mas serviu mais como uma narradora no início e no fim do que uma protagonista real que lhe cairia bem melhor. Dos demais personagens todos são tão inúteis na trama que chega a dar nervoso, a garotinha inicia uma conversa e depois nem mais faz parte da trama, os pais vivem saindo para arrumar faculdade pra filha e o outro com 18 anos fica em casa, ou seja, fraco demais qualquer atitude interpretativa dentro de um roteiro que também não dá para ser trabalhado.

Visualmente, o lugar até é interessante e como disse no início, poderia ter sido muito mais aproveitado na redondeza, já que temos árvores sinistras ao redor da casa, mas há um furo de gravação da história inicialmente aparentar estar ocorrendo no outono pela cor das folhas das árvores, e nem passados muitos dias já estão em pleno inverno de nevasca!!! Então para tentar omitir mais detalhes, optaram por cenas mais internas e usando pouquíssimos elementos e até cenários, o filme tentou se desenvolver e agradar, mas não vai muito longe. A fotografia fez o correto ao menos, de segurar a trama toda com pouca iluminação, e deixar para revelar tudo somente quando estamos já com algum personagem em cima do protagonista, assim o susto é mais garantido.

Enfim, aliado a todos esses detalhes e mais alguns compilados de trilhas de outros filmes, o longa não deve agradar muita gente e deve fugir de cartaz bem rapidamente, quem gostar muito do gênero e quiser ver ele, sugiro esperar para ver em casa, colocando um tema mais sombrio para ter sustos melhores, já que no cinema a certeza e a recomendação é mais para quem queira rir dos demais que estiverem na sala. Bem é isso pessoal, encerro essa semana cinematográfica curta por aqui, mas já feliz de ter recebido algumas programações da próxima semana que estará mais recheada, então abraços e até quinta pessoal.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...