Profissão de Risco

4/25/2014 11:55:00 PM |

Sabe aquele ditado que diz que a curiosidade matou o gato, pois bem, as vezes é melhor ficar sem saber o final de um filme e ter sua própria interpretação do que alguns finais que você fica esperando praticamente 2 horas de projeção na maior expectativa, para chegar a algo mais simples que qualquer um pudesse imaginar. Pois bem, pode parecer um spoiler, mas longe disso apenas um desabafo de toda a vertente imaginativa que "Profissão de Risco" nos cria para acabar de uma forma convincente, que até parece ter sido criada para conseguir fechar o filme, mas que ficou bem abaixo de todo o suspense que foi criado durante o longa inteiro. Claro que longe de ser algo muito ruim, é o tradicional filme que acaba sendo lançado diretamente em DVD nos EUA, mas aqui por conter uma atriz brasileira desconhecida talvez até dê um resultado interessante.

O filme nos mostra que Jack é um cara valentão com má sorte crônica, mas com sentimentos humanos. Contratado por Dragna, um lendário chefão do crime, para realizar uma tarefa simples, mas incomum, ele precisa ganhar espaço entre uma série de outros personagens obscuros que também foram convocados pelo mafioso para uma reunião em um motel decrépito. Quando o assassino cruza o caminho de uma mulher misteriosa, eles unem forças para fugir e tentar sobreviver a uma noite de caos homicida.

O estilo de filmes de suspense policial atualmente tem trabalhado com alguns roteiros até mais simples, porém mantendo a ideologia de deixar o espectador intrigado com tudo que é mostrado, e principalmente o que não é mostrado. E pensando dessa forma o diretor David Grovic faz seu primeiro longa atrás das câmeras mantendo o segredo, colocando personagens misteriosos que surgem a todo momento, mas recai no problema da maioria dos iniciantes, se desesperar para fechar a trama com algo entendível, porém que estrague tudo o que poderia ser criado. O longa poderia ter sido finalizado de 2 formas geniais diferentes da escolhida, claro que muitos iriam criticar, mas a melhor de todas seria terminar sem mostrar o que havia na mala, e a segunda seria fechar em uma cena antes da última cena mostrada, pois ambas manteriam a essência do longa, e não a falta de coragem do diretor como acabou ficando com o final escolhido. A trama em si se sustenta devido os protagonistas serem bons, mas que o filme poderia ser infinitamente melhor trabalhado não apenas na finalização, com toda certeza poderia.

Se existe um ator com cara de mistério é John Cusack, de forma que pode fazer o filme mais centrado do mundo que vamos olhar pra ele e ficar esperando algo que ele não aparenta mostrar logo de início, e isso é muito bom para a proposta do filme, pois a necessidade de intrigar é nata em seus trejeitos e agrada bastante sua dinamicidade dramática em todos os momentos, poderia apenas fazer melhor algumas caras de dor, pois ficou na dúvida se tinha tomado um tiro ou arranhado numa cerca de arame a mão. Robert De Niro é um mestre em filmes que pode ter discursos eloquentes, e aqui suas cenas que dita frases longuíssimas é de um primor que poucos fazem tão bem, somente poderiam ter dado mais cenas para que seu personagem não fosse apenas o mistério, mas sim o motivo de muitas outras coisas. Rebecca da Costa, enfim aparece para o Brasil conhecê-la depois de 7 trabalhos escondidos pelos EUA, e olha que há chances de seu nome até pegar bem por aqui, pois a jovem consegue segurar bem suas cenas usando um olhar meio tombado, mas sempre atento e cheia de facetas interpretativas conseguiu ser protagonista da trama em diversos momentos, já que seu mistério também é mantido. Dos demais atores cada um possui seu bom momento para a trama, alguns até tecnicamente jogados em cenas que até valeriam ser mais alongadas, porém como servem apenas para pano de fundo da trama, apenas serviram de ligação para que os três protagonistas se destacassem, valendo destacar a cena forte de Stick Fingaz na briga no carro e o momento de Dominic Purcell com seu cassetete intimidador.

A equipe de cenografia trabalhou bem na montagem do motel de estrada com elementos que jogaram quase o filme para o gênero de terror, pois que lugarzinho tenebroso que acabaram fazendo, não que isso seja ruim, mas pesaram tanto a mão nos elementos escuros que literalmente acabamos vendo que tudo foi bem pensado nas últimas cenas para não se importarem tanto. O elemento cênico chave é a mala que aparece em fotos durante a trama e é disputada por todos, mas é uma pena que seu conteúdo era algo tão inesperado quanto interessante para o filme. A fotografia escureceu o longa no tom máximo que pode, colocando até cenas escuras demais, aí é onde o erro maior ocorre, pois não souberam trabalhar com a iluminação correta dos elementos cênicos, fazendo com que a luz de um fósforo iluminasse quase como uma lanterna, raios barulhentos saindo e antes mesmo do brilho, o ator aparecendo no meio da floresta escura, ou seja, falharam bonito na iluminação.

Ou seja, após tudo que disse, o que posso resumir é que o filme tinha potencial para agradar muito, mas pecou em pequenos detalhes durante a execução e finalizou de maneira errônea para termos ao menos um gran-finale. Não é um longa ruim, afinal vale ser visto pela intrigante história que é desenvolvida, mas como já repeti várias vezes, o final talvez broche muitas pessoas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta mais uma estreia para conferir, então abraços e até breve.


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