Divergente

4/17/2014 03:15:00 AM |

Desde que "Crepúsculo" já chegava aos seus últimos capítulos, as distribuidoras já começavam a apostar qual seria o filme que supriria o mote teen nos cinemas, e tivemos com isso diversos filmes baseados em sucessos de livros que não conseguiram sequer emplacar nem o gosto dos fãs dos livros quanto mais animar qualquer cinéfilo de que teríamos alguma boa série nas telonas. Porém agora se basear apenas na gritaria que foi a pré-estreia de "Divergente" com fãs malucas berrando pelos protagonistas, aplaudindo diversas cenas e até chorando em alguns momentos, posso dizer com toda certeza que teremos nos próximos 3 anos, algo bem badalado nas estreias das continuações do longa que aparentemente mesmo antes do lançamento do primeiro filme já trocou de diretor para os próximos longas.

O filme nos coloca em uma Chicago futurista, onde as pessoas estão divididas em cinco facções com base em suas personalidades, e a adolescente Beatrice Prior descobre que ela é divergente - uma pessoa que não se encaixa em qualquer uma das facções - e logo descobre segredos em sua sociedade aparentemente perfeita.

A história logo de início pode aparentar ser complexa, afinal assim como grandes trilogias, o longa utiliza boa parte da sua trama inicial para apresentar de uma forma bem pautada a todos que não leram os livros, e isso é algo que ficou bem bacana de ver na tela, não sendo nem algo jogado como se todos tivessem obrigação de saber, muito menos explicativo para crianças de 3 anos de idade, caindo na medida certa para o filme. Após essa apresentação, o longa se desenvolve bem entre os protagonistas e acaba sendo até bem interessante de acompanhar e que devido à grandiosidade de produção até possui alguns errinhos leves, mas nada que atrapalhe a energia que é colocada pelo diretor Neil Burger, que colocou toda sua experiência dos seus últimos e excelentes trabalhos, como ideologia a seguir na sua câmera para desenvolver o filme com toques sutis onde precisava ir com calma, e onde deveria ir a milhão, dar todo o gás preciso sem que o espectador se perdesse com nada que estava sendo mostrado, acertando em cheio no público que deseja atingir.

Muitos que forem aos cinemas sem conhecer os atores, pode até achar que são novatos, mas a grande maioria já foi protagonista de série, tiveram grandes participações em filmes e essa experiência serviu para que o longa ganhasse qualidade e, principalmente, por ser atores que estão em diversos filmes durante o ano, mantivessem o nome do filme rodando para as sequências não chegarem esquecidas. Shailene Woodley conseguiu ser bem encaixada tanto para o romance quanto para as boas cenas de ação, o que é raríssimo em filmes teen, e suas expressões mesmo oscilando demasiadamente durante todo o longa acabam agradando. Theo James faz bem seu papel de molde para sonhos das garotas, mas diferente de outros que apenas se apresentam visualmente bem, nas cenas que precisa botar alguma expressão nos diálogos faz bem com poucos trejeitos e dando característica própria para seu personagem. Kate Winslet agrada pela imponência que coloca em seu personagem, e fazendo um papel completamente diferente do que já fez nos cinemas, aqui acaba utilizando muitos recursos de caras e bocas costumeiras da TV, mas ainda assim agrada bastante. Jai Courtney faz um papel preciso e muito imponente de forma até espantar suas atitudes e com isso, o ator demonstrou segurança em chamar atenção para si, mesmo enfrentando de frente os protagonistas na maioria das cenas. Dos demais personagens que estão presentes em diversas cenas vale ressaltar Miles Teller saindo do padrão comédia para um papel bacana e mais sério, ainda longe de ser algo que vá chamar tanta atenção, mas já começa a dar bom sinal de mudança, e alguns momentos de bons diálogos com a protagonista de Maggie Q, Zoë Kravitz e Ashley Judd, todas sempre dando prioridade para que não chamasse tanta atenção para sua atuação, mas sim auxiliasse a protagonista a encaixar os seus diálogos. Ansel Elgort que tantos outros sites de crítica ressaltaram acredito que deverá sair melhor no seu outro trabalho junto da protagonista que sai em Junho e nas continuações que pode ser que tenha maior importância, pois aqui apenas fez algumas caras e bocas nas 3 cenas que evidencia seu rosto.

O grande feito do longa com certeza está na produção muito bem encaixada da direção de arte, que trabalhou com cenários muito grandes, onde tudo é encaixado para que a trama tivesse um clima próprio e encaixasse num futuro não tão difícil de imaginar. Todos elementos cênicos estão bem colocados sempre servindo para que o roteiro se desenvolvesse a partir do que é usado em cena, principalmente nas cenas de alucinações, onde nos são explicadas coisas bem bacanas sobre a ideia das facções. Com isso em mente, o filme não comete deslizes nesse sentido, agradando e divertindo bem com o que foi proposto. E juntamente dessa cenografia bem empregada, a fotografia colocou tons bem escuros, mas sem esmaecer cena alguma, agradando por colocar sentimento em cada cena somente trabalhando o tom de iluminação, e quando isso funciona, o longa tem outra forma.

A trilha sonora de Junkie XL funciona para ditar ritmo em algumas cenas, mas diferentemente do seu longa anterior que dá vida aos momentos, aqui acaba servindo mais de pano de fundo sem ser algo que influencie tanto na história. E alguns sons de objetos poderiam ter sido criados menos falsos para agradar mais, por exemplo as seringas parecendo ser de ar comprimido que enchemos os pneus dos carros.

Enfim, é um filme que me agradou muito e recomendo principalmente para quem sentia falta de uma trama adolescente bem feita, claro que temos outras mais jovens que são feitas para outro estilo de público, mas quem for ver com os olhos de uma boa diversão com certeza não irá reclamar do que irá assistir, mas para isso se você meu leitor não for um adolescente vá em horários alternativos que dê para fugir das fãs gritantes, pois chega cansar o exagero que fazem por um homem sem camisa. Como disse para alguns amigos é um filme feito para um estilo de público que gosta de ver filmes nos cinemas, então temos de respeitar também, já que eles dão bilheteria, mas quem não tiver a cabeça bem aberta para o estilo passe longe, pois a chance de reclamar de tudo é altíssima. Mais uma vez agradeço o Cinépolis do Shopping Iguatemi pela oportunidade de participar junto da pré-estreia e claro que recomendo a todos da cidade para conferir lá. Fico por aqui hoje, já que irei dar uma limpada na mente após uma semana bem corrida de filmes, mas logo mais quando menos esperarem o Coelho está de volta com mais estreias, afinal apareceram mais do que apenas esse filme pelo interior, então abraços e até qualquer momento pessoal.


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