300: A Ascensão do Império em 3D

3/07/2014 02:04:00 AM |

Se teve um filme que acabou marcando uma época pela qualidade dos efeitos e principalmente pelo desfecho foi "300" em 2007, e agora passados 7 anos temos estreando mundialmente hoje seu prelúdio "300: A Ascensão do Império", que muitos diziam que era uma guerra 100% paralela à história original, que praticamente nada do filme anterior iria importar, mas a amarração completa do novo ficou dependente de muita coisa que ocorreu lá, e lá dependeu de muita coisa daqui, ou seja, ao contrário do que disseram esse novo filme é completamente ligado no original. O bacana é que tudo ocorre bem simultaneamente, no melhor estilo novela que estamos acostumados a ver, mas o problema está que faltou um elemento chave nesse segundo filme, o diretor original Zack Snyder resolveu assumir somente a produção, fez algo muito bem produzido por sinal, porém faltante de uma boa pegada na trama em si, e isso mesmo lotando o filme de sangue e câmera lenta pra todo lado, quase joga o filme para as traças tecnicamente. Mas se olharmos como um filme de diversão para ir curtir no cinema, a chance de sair muito feliz com as batalhas no melhor estilo que devem ser, é garantido o retorno do valor pago no ingresso.

O filme nos mostra que após a morte do pai, Xerxes dá início a uma jornada de vingança e ruma em direção à Grécia, com seu exército sendo liderado por Artemisia. Enquanto os 300 espartanos liderados por Leonidas tentam combater o Deus-Rei, os exércitos do resto da Grécia se unem para uma batalha com as tropas de Artemisia no mar. Themistocles é o responsável por liderar os gregos.

Se tem uma coisa que gostaria de entender em Hollywood é o que faz um diretor fazer um excelente filme, daí roteirizar sua sequência, colocar seu dinheiro como produtor, e entregar nas mãos de um diretor que fez um único filme na vida, sendo ele de comédia romântica? Não tem lógica alguma o que Snyder fez, de forma que poderia ter entregue o melhor filme de décadas com a história que possuía nas mãos, e o que Noam Murro acabou finalizando foi um filme de batalhas apenas, com muito sangue e conexão com anterior sim, mas ficou praticamente como algo que aconteceu paralelamente e só, deixando toda a história que poderia ser contada para o fechamento da trilogia, não colocando praticamente nada que realmente importasse para aparecer agora, ou melhor apenas deixou a brecha que sabemos que Santoro voltará para brigar enfim com Stapleton e nada mais. Claro que também não podemos ser hipócritas de dizer que as batalhas ficaram ruins, muito pelo contrário, são cenas de ação muito bem desenvolvidas que agradam em cheio com sangue voando pra todo lado e utilizando da tecnologia 3D deixando os óculos embaçados com a meleca de sangue respingando na tela. E para a vibração masculina fica a dica da cena de sexo selvagem, levada na melhor forma de sacadas entre os protagonistas do ato. Então colocando esses pontos como alto na exibição do filme, podemos considerar que alguns acertos foram bem feitos, mas precisava um pouco mais para sair da sessão pipoca lotada de hormônios para algo mais cabeça que deixasse o próximo filme apenas para um fechamento realmente.

Acredito que as atuações ficaram bem prejudicadas pela escolha errada na direção, pois os personagens acabaram não sendo bem desenvolvidos para que os atores colocassem seu máximo nas cenas, mas ao menos alguns saíram satisfatórios. Por exemplo, Eva Green que era uma atriz que nunca tinha botado tanto reparo e se mostrou bem desinibida e com grande garra tanto para cenas de ação quanto para as cenas em que precisou mostrar seus dotes de expressão e interpretação e os momentos que enfrenta frente a frente o protagonista são de um enfronte que poderia ser de nível máximo se tivesse sido bem dirigido, mas como não foi apenas acabou sendo interessante de ver e agradar com o que foi mostrado. Sullivan Stapleton está sendo massacrado pela crítica, mas não vejo como único culpado, claro que as comparações com Gerald Butler estão sempre em evidência, mas o ator até tenta dar seu máximo em boas cenas, só que não possui um carisma nem a força iminente que deveria ter um comandante de guerra, e suas boas cenas acabaram sendo dominadas pelas pessoas que estão dialogando com ele, não dando brecha para que saia como um protagonista de peso. Rodrigo Santoro tinha tudo para ser o grande nome do filme, mas sua história acabou sendo contada apenas no começo e abandonada para voltar na última parte da trilogia, ou seja, fez uma excelente participação, se mostrou pronto para chamar a responsabilidade para si, mas foi apagado pelas cenas de batalha, as quais ele não estava presente por estar na guerra do primeiro filme e depois apenas observando. Não posso afirmar sobre algo que nem começou a ser escrito, mas se tivesse que apostar, devido o protagonista desse não ter chamado a responsabilidade e a atriz Lena Headey ter entrado com toda garra possível no final, mostrando que mais do que uma simples rainha, o ódio da vingança foi maior, que ela passe a ser protagonista do próximo filme e não seria algo ruim de se ver, então o jeito é aguardar pra conferir o que ela fará. Dos demais, todos acabam mais lutando do que tendo cenas com diálogos trabalhados, então fica difícil destacar alguém, mas Hans Matheson teve alguns atos bacanas aparecendo mais na tela sem ser propriamente lutando.

Visualmente o longa é um espetáculo a ser conferido, unindo cenários grandiosos de batalha no mar, unindo elementos de diversas texturas na tela para deleite dos espectadores, tendo fogo, água, sangue e madeira sobrando pra todos os lados, e aliado à uma fotografia escura na medida certa para contrastar com as cores vermelho e alaranjado usado nos demais elementos em cena, tudo fica vivo demais e interessante de ver. Os efeitos especiais funcionaram muito bem para colocar a cenografia digital com tudo explodindo e o sangue voando para todo lado, então é literalmente um filme preparado para isso. A tecnologia 3D finalmente serviu favoravelmente num filme, valendo cada centavo que o espectador pagar a mais para ver nas salas 3D, pois a imersão foi bem colocada, tendo elementos espirrando a todo momento fora da tela e borrando a imagem no óculos, além da profundidade de campo ter sido bem trabalhada para que o cenário ficasse mais amplo e víssemos personagens tanto bem próximo da tela, quanto distante no outro barco.

Outro fator que agradou muito positivamente é a trilha sonora de Junkie XL que segurou a trama no ponto máximo do início ao fim, envolvendo todas as batalhas com muita música hardcore, mas sem perder a ideologia épica, ou seja, trabalhou composições novas na medida certa para agradar a velocidade que o diretor queria sem que o filme saísse do que é na trama da história.

Enfim, não se assustem com a nota do Coelho, principalmente se compararem com outros sites, mas como já disse algumas vezes aqui, sou produtor, então se o filme for muito bem produzido, mesmo que a história seja ruim a chance de gostar é alta. Então pra quem curte uma boa sessão pipoca numa tela gigantesca, com sangue voando pra todo lado em batalhas bem interessantes, com certeza já deixo minha recomendação, agora se você quer história, aguarde o próximo filme da trilogia para ver o que acontece sem nem pensar duas vezes, pois a chance de se irritar com o que verá aqui é altíssima também. Como disse, gostei muito do que vi, pois funciona e diverte quem for ao cinema preparado para ver lutas, no caso como era o que esperava ver, curti bastante. Fico por aqui agora, mas nessa semana ainda teremos mais alguns longas para conferir, então abraços e até breve pessoal.


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